CAPÍTULO 27

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- Misericórdia - Nora diz se sentando ao meu lado - Ele realmente gosta de te marcar não é? - ela ri quando tampo meu pescoço com meu cabelo.

- Cala a boca - bufo envergonhada.

Estou em um parque com Nora, Deby e Eloá e enquanto as outras duas decidiram ir comprar algodão-doce a Nora resolveu me encher o saco com as marcas que os meninos deixaram em meu pescoço.

- Oh não fique com vergonha - ela dá um tapa no meu braço e a olho com uma careta - Me conte eu estou curiosa.

- Curiosa com oque? - Deby volta segurando a mão de Eloá que morde o algodão-doce levando quase todo o que me faz rir.

- Sobre como os meninos são na cama.

- Ah eu também quero saber - Deby abri um enorme sorriso e bufo.

- Temos um bebê aqui - acariciou os cabelos de Eloá que me olha tímida - Não podemos falar sobre essas sem coisas sem vergonhas.

- Ah também estou culiosa - ela pisca para mim e as meninas riem da minha cara.

- Bebê.

- Oque? - ela dá de ombros - o Kenjisinho também faz essas sem velgonhices comigo - ela faz beicinho - Tá tudo bem - ela alisa meu abraço e semicerro meus olhos para as três.

- Me recuso - ela riem.

Passamos o final da tarde no parque e quando já está anoitecendo eu e as meninas voltamos para casa, nós três nós despedimos de Eloá com um abraço apertado e então vamos as três para a casa de Nora e quando chegamos encontramos os pais de Nora e os meninos sentados no sofá com cara de velório assim como os pais de Theo.

- Quem morreu? - Deby pergunta dando risada mas nenhum deles ri - Alguém morreu.

- Não - Theo suspira e vou para ele que parece bem abatido, ele me puxa para sentar em seu colo e beijo sua bochecha.

- Então oque foi? - Nora pergunta se sentando ao lado de Deby.

- Alguém nasceu - Ken fala e franzo minha testa.

- Oque? - ela o olha confusa.

- O que foi mãe? - Deby pergunta.

- Vamos conversar lá no quarto - Ken se levanta e Sam o segue.

- Tudo bem - Theo se levanta e segura minha mão com força - Você falam para elas eu vou conversar com Jude.

- Vamos - Sam se vira na direção das escada mas Theo segura seu braço.

- Ah não - ele sorri fraco e olha para mim - Quero falar sozinho com ela.

- Está me deixando preocupada - ele sorri e beija minha testa.

Vamos em direção ao quarto em silêncio e me sento na cama enquanto ele fecha a porta e fica na minha frente mas sem me olhar nos olhos.

- Oque? - me desespero - Você quer terminar comigo? Oque eu fiz? Sinto muito eu não...

- Não é isso - ele me interrompe quando desparo a falar - Eu amo você - ele diz sério e balanço minha cabeça.

- Também te amo.

- Isso aconteceu antes de começarmos a namorar então ela não é importante - o olho seria com sua fala e sinto meu peito apertar.

- Você me traiu?

- Não - ele grita e respira fundo fechando os olhos - Eu nem lembrava o nome dela e se vice quer saber estou com vontade de matar ela por ser tão... - ele aperta a mão em frente ao seu rosto e bufa - Eu tenho um filho - ele diz e fico o encarando em silêncio.

Um...  filho.

Como isso...?

- O que? - olho sem acreditar para ele - Você... o que?

- Jude - ele se ajoelha na minha frente e segura minhas mãos - Ela não quer o bebê, eu vou ficar com ele e...

- Você vai me deixar - sussurro sentindo meus olhos arderem.

- O que? - ele me olha confuso e balança a cabeça - Não, por que eu deixaria você?

- É um bebê - falo sem acreditar - Você tem ideia do quão difícil isso vai ser.

- Eu sei - ele sussurra e limpa uma lágrima que escorreu por meu rosto - Eu estou apavorado mas eu não vou abandonar o bebê e isso não vai me fazer deixar você.

- Eu não... - olho para seu rosto assustado e suspiro apertando meus olhos e tampando meu rosto com minha mão.

Eu não sou egoísta.

Não sou egoísta.

- Jude, não importa o que aconteça - ele tira as mãos do meu rosto e o segura - Eu te amo e não vou deixar você.

- Você tem dezessete anos e um filho - seguro em seus pulso - Eu não vou ser boa para vocês.

- Do que você está falando? - ele ri sem humor e balança a cabeça - Você é incrível.

- Eu sou fraca - sussurro sentindo meu peito apertar - Você não tem ideia do quão fraca eu sou.

- Isso não é verdade.

Ficamos em silêncio por um bom tempo e ele se senta no chao ainda de frente para mim, um bebê não é brincadeira e ele vai perceber que vai ser tão difícil lidar com as responsabilidades que vem junto com essa criança e vai me largar, porque eu não vou ser boa para eles, caramba não sei ser boa nem para mim mesmo e isso me assusta tanto.

- Olha - ele volta a falar e pisco voltando a focar nele - Eu nunca pensei em ter um bebê e isso está me assustando de mais, estou com tanto medo - ele volta a segurar minha mão - Você não vai me deixar não é?

- É claro que não - coloco minha mão em seu rosto - E a mãe do bebê?

- Eu vou me encontrar com ela amanhã - ele suspira e parece cansado - Estávamos conversando por mensagens pois ela estava viajando.

- Você gosta dela? - não consigo me impedir de fazer essa pergunta.

- Mas que pergunta idiota é essa? É claro que não - ele bufa passando as mãos pelos cabelos - Não precisa ficar insegura quanto à isso, não pretendo te deixar.

- Eu também não pretendo te deixar - e vou me sentar em seu colo e o abraço apertado - Eu vou estar com você ok? Para o que precisar.

- Obrigada, eu realmente vou precisar de você.

- O que seus pais falaram? - pergunto me afastando.

- Me deram uma grande bronca e mamãe está revoltada com minha falta de responsabilidade - ele faz uma careta e sorrio beijando sua bochecha - Meu pai por incrível que pareça foi bem mais compreensivo.

- Hm - faço carinho em sua cabeça passando meus dedos por seu cabelo macio.

- Ei - ele segura meu rosto e me faz olhá-lo - Vai ficar tudo bem.

- Eu sei que você vai ser um bom pai - sorrio e é aproxima seu rosto do meu me beijando.

Ainda assim eu me sinto estranha, e se algo acontecer e ele não me quiser mais? E se o bebê não gostar de mim? E se eu não conseguir lidar com isso? Eu não sou egoísta mas eu me conheço o suficiente para saber que se eu sentir que ele não consegue lidar com minhas merdas e seu filho ao mesmo tempo eu vou me afastar pois o bebê é inocente e Theo como o pai tem sempre que estar lá para a criança.

- E como é o nome dele? - pergunto depois de nós separarmos para tonar ar.

- Billy - faço um bico e ele ri - Eu sei é meio Bobo.

- Eu gostei - sorrio para ele - Billy Augustos soa muito bem.

Três é demais Onde histórias criam vida. Descubra agora