CAPÍTULO 35

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Arrasto minha mão pela cama e me levanto com tudo quando não sinto o pequeno corpo do meu lado, meu coração quase para mas então escuto a risada mais fofa que existe e olho para minha varanda onde mamãe está lá com Billy sentando no seu colo, os dois olhando para mim.

- Bom dia - mamãe sorri e Billy fica me encarando com as mãos na boca.

- Bom dia - me levanto e vou para o bebê que já estava se agitando no colo de minha mãe - Bom dia bebê - beijo sua bochecha e ele sorri.

- Ele dormiu aqui e o pai dele no quarto de hóspedes - mamãe diz mas não a olho - Não quer falar sobre isso?

- Não mamãe - quando olho para ela encontro um sorrisinho irônico em seu rosto, Billy puxa meu cabelo e faço uma careta - Assim não - tiro meu cabelo de sua mãozinha e ele faz bico.

- Sabe que se quer um tempo do Theo tem que dar um tempo do bebê também não é? - levanta uma sobrancelha e reviro meus olhos.

- Mamãe, Billy não tenho nada haver com isso - ela balança a cabeça suspirando.

- Theo não quis ficar para o café, foi para casa - ela se levanta e vem me dar um beijo na bochecha - Ele vai voltar para pegar o bebê é nos duas vamos passar a manhã juntas pois vou viajar á tarde.

- Tá bem - sorrio e ela beija a cabeça de Billy que sorri.

- Disse para usar camisinhas mas isso não me impediu de ter um neto cedo - arregalo meus olhos.

- Mamãe.

- Oque? Esse tempo não vai durar muito e logo vocês vão voltar - fala como se fosse óbvio - E Billy já te vê como mãe.

- Isso não é verdade.

- Ele estava agarrado ao seu seio quando entrei no quarto, sugando com tanto afinco que quase achei que sairia leite - ela sorri colocando uma mecha de meu cabelo para detrás de minha orelha - Tudo bem, eu aceito isso.

E então ela sai do quarto, fico em choque como que ela falou e olho para Billy que está outra vez segurando o meu cabelo e olhando para minha com seus lindos olhos cinzas.

Billy tem dificuldades para pegar a mamadeira, ele chora muito sem querer pegar o bico e uma vez até perdeu o fôlego o que o levou a fuçar com a boca roxa, eu e Bianca entramos em desespero, Billy só sente saudades de mamar pois quando ainda era novo Bianca tinha leite mais ele acabou secando.

Billy não me como uma mãe.

- Vamos tomar café? - pergunto para ele sorrindo.

Desço para a cozinha encontrando mamãe já sentada, nós comemos enquanto conversamos sobre como vai ser esse mês que ela vai passar viajando.

Eu vou ficar na casa de Theo. Sim, eu sei, isso parece estupidez já que eu quero um tempo mas ele é meu amigo e eu já passei muitos dias dormindo na casa de e de Ken e Sam então sou perfeitamente capaz de fazer isso, afinal quero meus amigos e eles estão sempre aqui para mim e vou estar lá por eles, e é por isso que vou comprar o que prometi para Theo.

Sam, Ken e Theo não vem dormir mais comigo pois achei melhor não fazer isso por enquanto, mas eles estão sempre me mandando mensagens e nós nos encontramos para ensaiar e na escola. Confesso que tem sido muito difícil, só passou dois dias e eu sinto como se fossem dois anos, o que pode parecer exagero mas eu realmente sinto falta da presença constante deles.

Eu tenho consulta com a psicóloga na segunda e estou muito nervosa, pois eu posso ter admitido mas ainda é difícil aceitar isso. Eu não tive nenhuma ataque nesses dois dias o que é ótimo, eu acho, mas a vontade ainda está aqui, arranhando e forçando para que eu ceda mas estou decidida a melhorar.

espero que eu consiga.

- Oi - Theo sorri para mim e sinto meu coração acelerar, ele acabou de chegar para pegar Billy e trouxe Ken e Sam como suas sombras.

- Oi - sussurro olhando para os três garotos que são donos do meu coração.

- Como você está? - Sam me pergunta e balanço meus ombros.

- Bem - sorrio de leve coçando meu braço - E vocês.

- Bem também - os três respondem juntos e dou risada olhando para meus pés.

Credo.

Até parece que somos estranhos.

- Jude - olho para Ken que se aproximou alguns passos - Nós podemos conversar sobre...

- Ken - o corto e ele me olha choroso - Por favor não faça isso comigo.

- Tá, desculpa - ele bagunça os cabelos respirando fundo e se afasta outra vez, Sam me olha mordendo o lábio inferior.

.

Dói não poder beijar eles.

- Olha quem chegou - mamãe aparece na sala com Billy no colo - O papai - o bebe sorri quando ela beija o pescoço dele e sorrio também - Bom dia meninos.

- Bom dia tia - Sam e Ken respondem juntos.

- Bom dia - Theo anda até ela e pega Billy - Oi garoto - ele beija a testa do bebê que me olha sorrindo - Hora de ir para casa, vamos ver a mamãe?

Billy solta um gritinho e sorrio derretida com tamanha fofura, eles três voltam a me encarar e sorrio para eles quando se despedem, parecendo meio indecisos os três vão embora e suspiro sentindo meu coração afundar em meu peito.

- Que clima - mamãe fala e a olho torto - Que foi? Eu hein - faz bico e reviro meus olhos - Vá tomar um banho e trocar de roupa pois vamos passear.

Eu faço o que ela fala e subo para meu quarto, tomo banho lembrando do encontro estranho com os três, nunca pensei que ficaria tão desconfortável perto deles e isso é triste, tudo o que eu queria era agarrá-los e puxar para meu quarto onde nos trancariamos e foderiamos com força, mas eu pedi um tempo e mesmo sabendo que isso é preciso não consigo para de me xingar.

Isso é tão difícil.

Sei que preciso sarar minhas feridas e que para isso preciso focar em mim mesma mas meus sentimos por eles é tão forte que quase sinto desespero por não tê-los por perto, isso pode soar como dependência e me assusta e então o tempo parece ser necessário novamente. Eu vou as consultas com a psicóloga e então depois disso as coisas vão melhorar.

Depois de arrumada eu desço encontrando mamãe completamente bonita e cheirosa na sala e sorrio quando vejo o quando sorriso em seu rosto, eu amo vê-la feliz. Nós saímos de casa me direção ao cinema, depois de uma dramático filme de romance nos vamos a uma lanchonete e eu como forçando a comida a descer, o incômodo é grande e minhas mãos tremem mas eu esqueço disso no momento em que saímos de lá e vamos ao shopping.

E então chega a hora de voltarmos para casa, com as mãos cheias de sacolas nos duas subimos para nossos quartos. Mamas vai tomar banho e se arrumar para a viagem e eu vou tomar meu banho para relaxar, quando sai do bom encaro o vaso, mordo meu lábio e fecho meus olhos respirando fundo.

Não.

Saio as pressas do banheiro e me visto correndo para fora do quarto como se tivesse um monstro nele, vou para o quarto de mamãe e ela grita com o susto pela forma que entrei.

- Credo menina - coloca a mão no peito de olhos arregalos e vou até ela á abraçando com força - O que houve.

- Eu te amo mamãe - minha fala sai abafada pois meu rosto está escondido em seu pescoço.

- Oh, meu amor - ela beija minha cabeça - Eu também te amo.

Depois do nosso momento nós duas descemos e nos despedimos em frente a nossa casa, mamãe me faz prometer ligar todos os dias, de manhã e a noite, e então fala que vai manter contato com Soraia que é muito sua amiga e minha psicóloga e eu concordo com a cabeça ouvindo todos as suas ordens, meus olhos enchem de lágrimas quando vejo o carro se afastando. Desde pequena nunca gostei quando ela viajava pois sentia uma sensação estranha de abandono quando via seu carro partindo, suspiro entrando em casa.

Eu realmente espero que tudo melhore.

Três é demais Onde histórias criam vida. Descubra agora