Quando chegamos encontramos Bianca encolhida na cama em posição fetal enquanto o pai de Theo tentava acalmar o neto que não parava de chorar por nada, eu peguei o bebê que aos pouco foi se acalmando e subi para o quarto que deveria ser meu e dos meninos.
Billy tenta puxar minha blusa e quando não consegue começa a chorar, eu tentei fazer ele parar sem ter que deixá-lo mamar o vazio de meus seios mas não deu certo e o choro dele estava me deixando nervosa então tirei a blusa e ele logo abocanhou meu seio sugando com força, ele soluça e solta jogando a cabeça para trás chorando.
- Ei, não vai sair nada amor - sussurro tentando acalmá-lo - Mas você pode sugar a vontade - beijo sua testa e aos poucos ele aceita que não tem nada - Isso bebê, está tudo bem.
Eu me deito no meio da cama, de lado e com ele ainda agarrado ao meu seio, ele aos poucos vai pegando no sono e só percebo que eu também dormi quando abro meus olhos e encontro Bianca sentada aos pés da cama olhando triste para Billy que ainda se mantém preso ao meu seio.
- Bianca - me levanto e pego uma blusa de Theo a vestindo - Eu sinto muito, eu não...
- Tudo bem - ela sorri triste sem tirar os olhos do bebê - Você o ama? - ela me olha e pisco lentamente tentando processar o fato dela ter visto seu filho "mamando" em meu seio.
- Amo - falo sem nem precisar pensar e ela sorri com os olhos enchendo de lágrimas.
- Isso é ótimo - sua voz sai arrastada, ela está ainda mais pálida ao que a duas semanas atrás, muito mais magra e vivi de cama pois os remédios no fazem mais tanto efeito e ele sente muita dor, então vivi dormindo - É uma saber que a pessoa que vai criar meu filho o ama de verdade.
- Bianca...
- Ele não aceita mais meu colo - ela respira fundo olhando para o bebê - Dizem que o bebê sente tudo que a mãe sente e talvez meus sentimentos depreciados sejam muito ruins para ele então ele arranjou alguém que esteja viva de verdade.
- Sinto muito - falo com toda sinceridade e ela suspira.
- Você pode me prometer uma coisa? - pergunta e concordo com a cabeça - Não o abandone, essa é a pior coisa que uma criança pode passar e não quero que ele sofra.
- Eu não vou - eu vou me sentar do seu lado - Eu prometo que ele vai ter uma infância feliz e saudável - seguro suas mãos.
- Ele não me ama - ela volta a olhar para o bebê é a tristeza em seus olhos me mágoa - A melhor coisa que aconteceu para mim foi tê-lo e agora ele não me ama.
- Ele ama você - falo tentando confortar ela - Ele só é muito pequeno para saber oque está acontecendo.
- Eu me sinto trocada - ela ri e revira os olhos quando uma lágrima cai - Mas pelo menos ele escolheu alguém perfeita para o papel de mãe dele.
- Eu sinto muito.
- Está tudo bem - ela sorri - Sei que é pedir muito, você tem uma longa vida pela frente e ter que criar filho dos outros é uma merda...
- É filho de Theo - a interrompi - E eu amo o pai dele, Billy é uma peque extensão de Theo e eu o amo por isso, além dele ser muito fofo e apaixonante é claro.
- Obrigada por isso - ela sorri mas logo começa a tossir, ela coloca a toalhinha que estava segurando na boca e quando a crise de tosse passa e ela afasta o pano eu vejo sangue ali - Tem piorado recentemente.
- Oh, Bianca - eu chego mais perto dela e a abraço, ela me abraça e soluça começando a chorar, eu arrasto minhas mãos por suas costas.
Depois de um tempo conversando com ela eu decido sair e deixá-la com Billy que dorme tranquilamente, encontro os meninos na sala e me jogo no sofá ao lado de Theo.
- Como ele está? - me pergunta colocando meu cabelo para detrás de meus ombro.
- Dormindo, está com Bianca - ele sorri para mim e me agradece - Não precisa agradecer, eu cuido dele com muito prazer.
Jogo minha cabeça para trás no encosto do sofá fechando os olhos e ele começa a fazer carinho em minha cabeça, suspiro e quando volto a abrir meus olhos encontro os meninos me olhando.
- Oque? - dou risada e eles sorriem.
- Nós amamos você - Ken diz sorrindo.
- Eu também amo vocês - mordo meu lábio inferior suspirando.
- Podemos dormir com você?
- Vocês não... - eles fazem carinha de cachorro de pidão e reviro meus olhos - Ok, sinto falta de dormir com vocês - dou de ombros e eles abrem um sorriso enorme - Mas é só dormir.
- É claro - Theo ri e bufo - Não vamos falar sobre os beijos?
- Não - dou de ombros - Meu pai me irritou e eu queria beijar vocês, ponto.
- Hm - Sam balança a cabeça rindo - Podemos mamar também? - pergunta e arregalos meus olhos.
- Oque?
- Você deixa o Billy e nós também queremos - Theo diz dando de ombros.
- Billy é um bebê - dou risada.
- E você sempre quis nos amamentar - Ken diz e prendo minha respiração - Tudo bem linda, a gente sempre quis isso também.
- Mas eu não tenho leite - dou risada.
- A gente não liga - Sam fala e suspiro encarando os três indecisa.
Alguns minutos depois eu estou deitada na enorme cama do nosso quarto com Theo e Ken em cada um dos meus enquanto Sam faz massagem em meus pés, estou quase cochichando mas a sensação de ter os dois "mamando" é realmente deliciosa e não paro de me perguntar como seria se tivesse leite.
...
- Jude Duarte - a recepcionista fala meu nome e Enrico sorri para mim apertando minha mão.
- Tudo bem - suspirando me levanto e solto sua mão entrando na sala de Bruna, minha psicóloga.
- Oh meu Deus, você é a cara da sua mãe - fala assim que me vê entrando - Linda - abre um sorriso enorme e mordo meu lábio inferior morrendo de vergonha.
- Oi - fico em pé de frente sua mesa coçando minha.
- Oi querida, você pode escolher onde se sentar - indica o resto da sala que é bem grande e iluminada.
Tem uma estante de livros atrás de sua mesa que se estende para a parede lateral e com sofá braço na frente dele com uma poltrona em cada lado levemente inclinadas na direção do sofá, também tem aqueles típicos sofás de psicóloga em frente a uma janela que é toda de viro com uma poltrona na frente dela.
Eu descido me sentar no sofá de frente para a janela olhando para a vista bonita e ela se senta na poltrona a minha frente com um caderno na mão, ela é morena e muito bonita com lábios cheios e sobrancelhas grossas além do olhar amigável e o sorriso gentil, com o coração disparado eu olho para minhas mãos prendendo minha respiração.
- Está tudo bem, nós vamos no seu ritmo - ela diz e a olho indecisa - Eu não vou dizer nada do que for dito aqui para ninguém, nem mesmo sua mãe - ela sorri e mordo meu lábio - Porque não começa me contando sobre você? - pede e sorrio respirando fundo.
Vamos lá Jude, é por você.
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Três é demais
RomanceJude é completamente apaixonada por seus melhores amigos, ela ama tudo neles, desde suas diferentes personalidades até o amor pela música, que todos compartilham. A final como pode uma pessoa amar três pessoas ao mesmo tempo? E isso daria certo? E e...