Capítulo 49 - Bônus

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Riven

Admirando com um sorriso enorme no rosto o barraco ainda se desenrolar depois de Lia contar sobre a sua gravidez para toda a família, gargalhei com Michael me repreendendo, mas o mesmo não tinha o direito de reclamar, já que também estava sorrindo do caos.

Miguel é uma obra de arte pura apenas respirando, com ciúmes das filhas? Melhor ainda.

— Para de rir!

— Você também está sorrindo, canalha!

— Eu não troco essa família por nada – David fala, ainda sorrindo.

Estava ansioso por Merlia, e principalmente por seu filho. É bom vê-la perdendo seus medos e confiando em alguém além de nós, e por sorte, é alguém no qual a trata da maneira como ela sempre mereceu. Posso não ser tão carinhoso com as outras meninas como costumo ser com Giana e Estella, mas me colocaria no fogo por elas e mataria se alguém as fizesse mal.

Olhamos para Miguel que ainda lançava um olhar furioso ao genro dele e respirei fundo contendo a gargalhada. David está com o mesmo semblante sério e azedo de sempre, ele quase nunca fala mais, é o mais calado de nós três e sempre é rígido, eu culpo seu trabalho, já que o mesmo se enfiou nele e vive por isso agora, e desde então, ele tem mudado bastante. Já Michael, uma mistura de menino correto e fofo, sempre agindo como nosso segundo pai e dando os melhores conselhos que nunca seguimos.

Observo a pequena coisinha fofa caminhar para fora do jardim em busca de um pouco de silêncio, o rosto vermelho de tanto sorrir como nós e pelo vinho era o seu maior charme, eu não deixaria de notar essa mulher nunca mais. Bocejo, forçando estar com sono e dando o melhor em minha atuação para convencê-los, a noite já era um caos demais para acrescentar o que acontece comigo e com minha garota.

Eu precisava ver Estella nem que seja por alguns minutos, passaram-se semanas desde a última vez que nos beijamos e que ela pedira para não beijá-la nos jantares em família, e obviamente, eu não vou cumprir com minha promessa.

Ela estava fugindo, para variar. Pode ser ridículo correr atrás de alguém que foge tanto, mas Estella valia a pena todo meu esforço, ela sempre vai valer.

— Que tal uma cerveja? – pergunto descontraído e David me olha, hesitante.

— Se você for tomar água, tudo bem.

Eu reviro meus olhos e bufo, desde que os dois perceberam a forma como venho consumindo muito álcool nos últimos anos, se tornaram minhas babás. Como se Duth e Owen já não fosse o suficiente para isso, agora tenho eles dois na minha cola. Mas eu não estava mentindo, por incrível que pareça, as coisas se tornaram mais suportáveis, mesmo com minhas crises.

— Eu não exagero há meses, cara – comento.

— É melhor a gente não arriscar – Michael responde.

— Qual é? eu vou me conter essa noite, confiem em mim.

Eles trocam olhares um com outro, como se estivessem conversando apenas assim e suspiram juntos.

— Tudo bem, por mim pode ser – David concorda.

— Michael?

— Quero uma também. E você vai beber apenas uma, ok?

— Tudo bem, meu negão – pisco, risonho.

Encostei na porta da sala de estar vendo a pequena Estella sentada, totalmente descontraída com um livro em suas mãos, tanto que nem mesmo notou minha chegada. Essa parada que ela tinha de viajar para outro mundo quando abria um livro sempre seria algo que eu não iria entender. Apesar de Estella gostar dos jantares, sei que ela aprecia muito ficar em casa e sozinha, presa em sua mente e em seu mundo.

HERDEIROS #1 - A princesinha de Nova York Onde histórias criam vida. Descubra agora