HERDEIROS #1 - A princesinha de Nova York

Capítulo 5

Ethan

Afrouxei minha gravata olhando pela milésima vez em meu relógio rolex.

a minha nova chefe estava atrasada.

- Ela vai melhorar isso – falou Miguel e assenti.

Eu não estava na posição de reclamar logo no primeiro dia em que a conheceria, só espero que isso mude daqui para frente. Porque trabalhar com pessoas irresponsáveis não é algo que eu tolero, mesmo sendo apenas o braço direito da empresa, eu também tenho meus créditos e posição de fala por aqui.

Barulho de saltos ecoaram do lado de fora e logo a porta foi aberta, revelando a pessoa que eu desejei todos os dias nunca mais ver.

A pirralha que havia detonado com a minha moto entrou na sala vestida em sua calça social e blusa branca social simples, o cabelo cacheado preso em um rabo de cavalo e o rosto limpo, nada de roupas caras e de marca.

O que indica que ela com certeza tinha acabado de acordar minutos atrás.

Ela travou na porta, seus olhos caídos sobre mim e o rosto ficando meio pálido, a expressão de pavor em seu rosto. Meu pulso acelerou levemente, mas não de nervoso, e sim de raiva em vê-la mais uma vez e lembrar-me de tudo que ela me causou.

acredite, pirralha, eu também não queria estar passando por isso.

Busquei em minha memória se em algum momento da minha vida eu joguei pedra na cruz, ou insultei o diabo de alguma maneira e agora ele estava devolvendo.

- Filha? está tudo bem? – Miguel perguntou, o tom de voz manso e calmo.

Ela limpou a garganta e caminhou até nós, sentando-se de frente para mim, seu pai ao seu lado.

- Está, papai – disse ela, sem tirar os olhos de mim.

Ela era bonita, Thomas estava certo, a pele era sedosa e de aparência macia, um tom de marrom bombom perfeito e os olhos castanhos tão claros que se tornava impossível desviar-se deles.

mas nada muda o fato de que era arrogante e mimadinha.

- Quis marcar essa reunião para que vocês dois pudessem se conhecer, sei que é tudo muito novo, mas acredito que você dois possam trabalhar juntos – diz Miguel.

- É claro, pai – ela murmurou.

ele apertou as sobrancelhas e tocou sutilmente em seu ombro, e depois deu um beijo em sua mão.

Estava claro o porque a garota era desse jeito, só pela forma como ele a olhava, dava para saber que ela estava em um pedestal na vida dele, ou seja, mais um motivo para eu me foder ainda mais, já que provavelmente não iríamos nos dar bem dentro da empresa.

- Vamos começar com a reunião – diz ela – Eu estava pensando em mudar algumas questões.

- Como por exemplo?

- Precisamos de mais sócios.

Assenti – É uma boa ideia.

Miguel deu um gole no seu whisky e deu autorização para que ela continuasse com suas novas propostas.

♧♧♧

- Bom, estou indo, marquei de almoçar com a sua mãe, princesa – ele beijou sua bochecha e ela sorriu.

sorriso bonito.

- Tudo bem, papai, nos vemos em breve.

- Ethan – ele acenou em retirada e acenei de volta.

Assim que a porta se fechou atrás de nós dois, o clima dentro da sala pesou completamente.

ela me olhou dentro dos olhos e caminhou até a mesa catando os papéis apressadas, como se o próprio diabo estivesse na sua frente.

- Seu papai sabe que você anda como uma barbeira nas ruas? ou você finge para ele como fez hoje?

- Você não me conhece, Senhor Ballard.

- Conheço o suficiente para saber que você é uma duas caras.

As folhas caíram de volta sobre a mesa, sua respiração acelerou e ela me olhou afiado.

- Você deveria tomar cuidado com o que diz.

- Não consigo gostar ou ao menos simpatizar com pessoas como você.

Seja lá o que diabos tinha nessa mulher, me deixava irritado, talvez fosse a forma como ela quase me matou e debochou da situação depois como se não valesse nada, como se nada significasse realmente para ela, quando para mim, significava muito.

- Eu já me desculpei e paguei pelos prejuízos.

- É sempre assim que você faz, não é? faz a merda e depois limpa com o seu dinheiro, típico de uma mimadinha.

ela respirou fundo – É a última vez que irei tentar, senhor Ballard, quero pedir desculpas, e, se possível, quero que tenhamos uma relação mais saudável para conseguirmos trabalhar juntos.

- Um belo discurso, mas não.

seu olhar ficou frio e duro, ela caminhou até a porta interligada indo para a sua sala, mas parou e me olhou, voltando em passos duros até mim.

- Eu sou a sua chefe, Ballard, é melhor me respeitar.

me inclinei aproximando meu rosto, mas ela recuou imediatamente.

- Como é a sensação de estar em um lugar só porque é a filha do chefe? – sussurrei a pergunta, vendo seus olhos arderem de ódio.

eu sabia que minhas palavras eram sujas, mas eu estava possesso de raiva, eu não queria perdoar, ela não sabia o significado que a moto tinha para mim e simplesmente acha que seu dinheirinho iria recuperar o estrago.

Merlia sorriu.

- Repita.

- Não, você me ouviu bem.

- Senhor Ballard, espero que saiba que nossa relação será estritamente profissional e, para ser sincera, é muito bom sim ser privilegiada – o sorriso arrogante em seus lábios – E já que me acha uma filhinha de papai, tome cuidado.. onde você acha que vai estar se meu pai descobrir a forma como você me trata?

Travei o maxilar, sua pose confiante crescendo sobre mim.

- Não queira saber a resposta, Ballard.. e, acredite, você acabou de ganhar uma inimiga – seu tom diminuiu, exatamente como no dia em que ela soltou seu veneno – Farei o possível para tornar a sua vida um inferno aqui dentro desse lugar, bom dia, senhor Ballard, quero todos esses arquivos prontos daqui a uma hora, é uma ordem.

ela saiu da sala, me deixando completamente estagnado e fervendo de raiva, essa mulher era perigosa.

Mas se ela por acaso pensa que eu costumo dar o braço à torcer, está enganada, se ela quer me levar ao inferno

então iríamos ao inferno juntos.

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Boa leitura! ❤