Capítulo 33 - Bônus

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Emma Moser

Passei na porta giratória do restaurante e sentei-me na mesa fazendo meu pedido. Corri meus olhos pelo lugar e os arregalei levemente quando encontrei o vovô da Merlia com mais dois homens sentados em uma mesa mais ao fundo, um loiro e outro moreno, todos vestiam ternos pretos impecáveis e moldados em seus corpos, sorri brevemente com o pensamento de que talvez eles sejam os M.I.B, homens de preto.

seria alguma exigência desses velhos de hoje em dia ser bonito também?

O loiro era bonito, músculos fortes e semblante sério enquanto ouvia Ethan falar sobre alguma coisa. Mas ao olhar para o moreno de cabelos lisos e pretos sentado com um sorriso de escárnio em seu rosto, o maxilar perfeitamente definido, senti meu estômago revirar.

Percebendo meu olhar sobre ele, seus olhos saíram do amigo para mim, ele os semicerrou intrigado enquanto me encarava sem se importar se um deles perceberia e engoli em seco, não conseguindo desviar meu olhar para outro canto. Mas para a minha sorte, o garçom chegou segundos depois, me fazendo focar minha atenção nele, mas eu podia sentir seu olhar queimando em mim.

por que isso me deixava tão nervosa?

Peguei o garfo com as mãos meio trêmulas, o que diabos estava acontecendo por aqui? balancei a cabeça começando a comer e tentando não olhá-lo.

não olhe, não olhe, não olhe Emma..

olhei, ele ainda estava me encarando.

Será que ele é algum tipo de psicopata e agora estou completamente ferrada?

Por segurança, me certifiquei de entrar no chat de Michael - o mais inteligente de nós - e mandar a localização de onde estou, ele logo respondeu.

"alguém está assustando você?" - Eu disse, inteligente.

"não se preocupe, acho que é coisa da minha cabeça."

"quer que eu buscá-la?"

"não, não é necessário, estou terminando"

Desliguei a tela do celular e pedi a conta, não conseguindo nem comer com o par de olhos escuros em mim daquela forma.

tomei toda a água que foi posta em meu copo e levantei indo até o banheiro, eu sairia pelas portas dos fundos, que homem esquisito e fodidamente atraente..

não Emma, não mesmo! chega de homens esquisitos! me repreendi.

Já não basta o da última vez com quem saí, que me deu um milho como recordação do nosso encontro.. um milho cru, ainda.

Lavei meu rosto, a mão na testa sentindo meu corpo quente apenas com essa encarada. Quem era esse homem?

Ajeitei minha bolsa e saí do banheiro, estagnando na porta e arregalando meus olhos com a visão diante de mim.

Ele estava parado em frente ao banheiro, os braços cruzados e o corpo encostado na parede com o sorriso em seus lábios. Engoli em seco com sua análise por todo meu corpo, o vestido colado parecendo grudar ainda mais em minha pele que ardia.

- Você vai me matar? - perguntei assustada, minha voz saindo rouca, quase inaudível.

ele que já estava sorrindo, gargalhou, a risada grossa reverberando e penetrando minha pele.

- Matar você? - estremeci com sua voz.

- É, tipo os psicopatas dos casos criminais que passam na TV.

- Acho que você está assistindo isso demais, garota.. - falou - Não vou matá-la.

- Não?

Caminhou até mim em passos lentos, eu poderia me mover, se não fosse pelos meus pés teimosos que pareciam estar presos no chão. Inclinou-se para frente ficando próximo demais do meu rosto, o canto dos seus lábios se puxando em um sorriso.

ele era ainda mais bonito de perto.

- Não - sussurrou - Só quero saber porque estava me olhando tanto..

- Não foi por mal - rebati - Eu só..

- Só, o que? - estremeci.

- Você por acaso é algum tipo de fugitivo e não pode ser pego, é isso? eu nem sei quem é você - adiantei.

- Estou curioso para saber seu nome..

- Não vou dizer, você pode ser aqueles tipos obcecados - ele sorriu ainda mais.

- Você é louca.

- Foi você quem me seguiu até aqui, acho que o louco é você - o empurrei com as mãos, uma corrente elétrica invadindo meu corpo quando ele agarrou meus pulsos com as duas mãos, me puxando para ele e colando meu peito ao seu.

- Acho que estou louco mesmo..

- Vou gritar se não me soltar, seu doente maluco.

- Se você gritar, terei que calar você de alguma forma.. - disse sério, gelando minha espinha.

- Você é um psicopata.

Ele desatou a rir e se afastou, passando a mão em meu cabelo.

- Me diga seu nome - ordenou.

- Não vou dizer, já falei, seu doente mental - empurrei ele o fazendo encostar na parede e voltei para onde todo mundo estava, pelo menos aqui eu estava segura.

Passei pelas portas apressada e ofeguei quando alcancei a rua, o ar voltando a trabalhar em meus pulmões e olhei pelo vidro. Vendo-o sentar na mesa e conversar com seus amigos como se nada tivesse acontecido.

Quem era esse cara? e por que eu gostei do que aconteceu ali atrás?

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Boa leitura! ❤

HERDEIROS #1 - A princesinha de Nova York Onde histórias criam vida. Descubra agora