Capítulo 13

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Merlia

Ethan entrou na minha sala em passos calmos, camisa, calça e sapatos sociais pretos de sempre.

me perguntei se ele só tinha roupa preta em seu guarda-roupa, não me surpreenderia se a resposta fosse sim.

Seus dedos bateram na mesa como se estivesse batendo em um tambor e sorri, desviando meu olhar da tela do computador para ele.

- Novidades? – perguntei.

- Os convites para o evento dos nossos rivais chegaram – diz estendendo os dois para mim.

- Um é seu.

- Vai mesmo querer que eu vá com você?

dei de ombros – Você é meu braço direito, Ethan, não vejo outra pessoa melhor para isso.

Ele sorriu.

- Tudo bem, então irei com você – se levantou e me olhou, como se quisesse me dizer algo mas não sabia como – Hum, é.. foi uma ideia genial.

O olhei, surpresa passando em meu rosto – Está admitindo que tive uma boa ideia?

- Manter um clima pacífico no ambiente de trabalho – o canto dos lábios se torceram – Lembra?

- É claro.. – murmurei, tentando conter o riso apenas para mim.

Nas últimas semanas, nós dois realmente estávamos cumprindo com o nosso combinado sobre tentar ser amigáveis dentro do local de trabalho, e ficou tudo mais leve, até mesmo para os nossos outros funcionários, que tinham que ouvir nossas discussões e aguentar nosso mau humor todos os dias.

Descobri que Ethan é mais inteligente do que eu pensei, e agora sim eu entendo o porquê meu pai o admira tanto, e eu também.

Não é como se estivéssemos nos tornando melhores amigos, eu conheci o pior lado de Ethan, e sei o homem terrível que ele pode ser, não vou me deixar enganar pela façanha que ele está me mostrando, assim como estou mostrando a minha apenas para que tudo fique bem.

e para mim, isso já é o suficiente.

☆☆☆

Entrei na casa dos meus pais encontrando a casa em silêncio e caminhei até a sala de estar, me encostando na porta e sorrindo com a cena na minha frente.

Mamãe e papai dançavam a uma música lenta e apaixonante, trocando olhares amorosos e sorrisos um para o outro.

me virei, pronta para sair e deixá-los à sós quando ouvi a voz de mamãe.

- Merlia?

- Oi – sorri – Desculpa, não quis interromper.

- Você não atrapalha nunca, minha filha, vem cá – a abracei e me deixei inalar seu cheiro confortável, casa, cheiro de casa.

- Vim ver como vocês estão – falei, sendo cercada pelos braços de papai.

- Senti sua falta – ele diz, beijando o topo da minha cabeça – Como está indo as coisas na empresa?

- Bem, na medida do possível.. ainda é difícil.

mamãe bufou – Não vamos falar de trabalho agora, vá chamar Emy e vamos jantar todos juntos.

Assenti e subi as escadas até o quarto dela, uma música vazava da porta e entrei, a encontrando regando suas rosas, Emy era apaixonada por plantas, sejam elas de todos os tipos.

Ela me viu e deu um gritinho, correndo até mim e sorri junto dela.

- Finalmente você apareceu aqui!

- Emy, você vai me sufocar desse jeito – murmurei com dificuldade.

- Senti saudades, é difícil ficar sem você aqui, tá? – fez bico e beijei sua testa.

- Também estou morrendo de saudade de casa.

- Tenho tanta coisa para contar – pulou animada.

Eu amava o espírito animado de Emy, era uma mistura da mamãe com o do meu pai, a transformando em uma garota falante, atrevida quando tinha que ser e extremamente carinhosa. Emy é sonhadora e amante de clichês, sempre tentando encontrar um resquício de romance e algo que a possa se fazer apaixonar.

completamente diferente de mim, que sabia exatamente a maldade que o mundo tinha a oferecer lá fora, mas Emily não, ela sempre tentava enxergar o melhor em alguém, por mais que esse alguém fosse completamente destruído.

Descemos as escadas enquanto eu a ouvia falar de vinte assuntos diferentes em menos de cinco minutos e encontramos nossos pais sentados no chão da sala.

- O que vamos comer?

- O de sempre – mamãe falou.

- Pizza? – Emy sorriu animada, se jogando nos braços de papai e recebendo beijos na cabeça.

- Sim, minha pequena, pizza.

Nós não éramos o tipo família saudável em questão de alimentação, por mais que fizéssemos exercícios sempre que podiamos, na grande maioria das vezes sempre comemos mais besteira que o normal.

Deitei minha cabeça no colo de mamãe e ficamos conversando, ou melhor, fofocando até que a pizza chegasse. Não tinha como não fofocar, Emily e Miguel eram dois fofoqueiros raízes, ou você ouviu a fofoca, ou você não participava das conversas, porque só tinha fofoca.

Mas eu os amava mesmo assim.

Suspirei, a sensação de estar em casa e longe de qualquer problema ou perigo me deixando confortável outra vez, não havia nada que me curasse melhor de algo do que passar algum tempo com eles, era sempre a melhor opção para mim.

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Boa leitura! ❤

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