Merlia
Ethan entrou na minha sala em passos calmos, camisa, calça e sapatos sociais pretos de sempre.
me perguntei se ele só tinha roupa preta em seu guarda-roupa, não me surpreenderia se a resposta fosse sim.
Seus dedos bateram na mesa como se estivesse batendo em um tambor e sorri, desviando meu olhar da tela do computador para ele.
- Novidades? – perguntei.
- Os convites para o evento dos nossos rivais chegaram – diz estendendo os dois para mim.
- Um é seu.
- Vai mesmo querer que eu vá com você?
dei de ombros – Você é meu braço direito, Ethan, não vejo outra pessoa melhor para isso.
Ele sorriu.
- Tudo bem, então irei com você – se levantou e me olhou, como se quisesse me dizer algo mas não sabia como – Hum, é.. foi uma ideia genial.
O olhei, surpresa passando em meu rosto – Está admitindo que tive uma boa ideia?
- Manter um clima pacífico no ambiente de trabalho – o canto dos lábios se torceram – Lembra?
- É claro.. – murmurei, tentando conter o riso apenas para mim.
Nas últimas semanas, nós dois realmente estávamos cumprindo com o nosso combinado sobre tentar ser amigáveis dentro do local de trabalho, e ficou tudo mais leve, até mesmo para os nossos outros funcionários, que tinham que ouvir nossas discussões e aguentar nosso mau humor todos os dias.
Descobri que Ethan é mais inteligente do que eu pensei, e agora sim eu entendo o porquê meu pai o admira tanto, e eu também.
Não é como se estivéssemos nos tornando melhores amigos, eu conheci o pior lado de Ethan, e sei o homem terrível que ele pode ser, não vou me deixar enganar pela façanha que ele está me mostrando, assim como estou mostrando a minha apenas para que tudo fique bem.
e para mim, isso já é o suficiente.
☆☆☆
Entrei na casa dos meus pais encontrando a casa em silêncio e caminhei até a sala de estar, me encostando na porta e sorrindo com a cena na minha frente.
Mamãe e papai dançavam a uma música lenta e apaixonante, trocando olhares amorosos e sorrisos um para o outro.
me virei, pronta para sair e deixá-los à sós quando ouvi a voz de mamãe.
- Merlia?
- Oi – sorri – Desculpa, não quis interromper.
- Você não atrapalha nunca, minha filha, vem cá – a abracei e me deixei inalar seu cheiro confortável, casa, cheiro de casa.
- Vim ver como vocês estão – falei, sendo cercada pelos braços de papai.
- Senti sua falta – ele diz, beijando o topo da minha cabeça – Como está indo as coisas na empresa?
- Bem, na medida do possível.. ainda é difícil.
mamãe bufou – Não vamos falar de trabalho agora, vá chamar Emy e vamos jantar todos juntos.
Assenti e subi as escadas até o quarto dela, uma música vazava da porta e entrei, a encontrando regando suas rosas, Emy era apaixonada por plantas, sejam elas de todos os tipos.
Ela me viu e deu um gritinho, correndo até mim e sorri junto dela.
- Finalmente você apareceu aqui!
- Emy, você vai me sufocar desse jeito – murmurei com dificuldade.
- Senti saudades, é difícil ficar sem você aqui, tá? – fez bico e beijei sua testa.
- Também estou morrendo de saudade de casa.
- Tenho tanta coisa para contar – pulou animada.
Eu amava o espírito animado de Emy, era uma mistura da mamãe com o do meu pai, a transformando em uma garota falante, atrevida quando tinha que ser e extremamente carinhosa. Emy é sonhadora e amante de clichês, sempre tentando encontrar um resquício de romance e algo que a possa se fazer apaixonar.
completamente diferente de mim, que sabia exatamente a maldade que o mundo tinha a oferecer lá fora, mas Emily não, ela sempre tentava enxergar o melhor em alguém, por mais que esse alguém fosse completamente destruído.
Descemos as escadas enquanto eu a ouvia falar de vinte assuntos diferentes em menos de cinco minutos e encontramos nossos pais sentados no chão da sala.
- O que vamos comer?
- O de sempre – mamãe falou.
- Pizza? – Emy sorriu animada, se jogando nos braços de papai e recebendo beijos na cabeça.
- Sim, minha pequena, pizza.
Nós não éramos o tipo família saudável em questão de alimentação, por mais que fizéssemos exercícios sempre que podiamos, na grande maioria das vezes sempre comemos mais besteira que o normal.
Deitei minha cabeça no colo de mamãe e ficamos conversando, ou melhor, fofocando até que a pizza chegasse. Não tinha como não fofocar, Emily e Miguel eram dois fofoqueiros raízes, ou você ouviu a fofoca, ou você não participava das conversas, porque só tinha fofoca.
Mas eu os amava mesmo assim.
Suspirei, a sensação de estar em casa e longe de qualquer problema ou perigo me deixando confortável outra vez, não havia nada que me curasse melhor de algo do que passar algum tempo com eles, era sempre a melhor opção para mim.
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Boa leitura! ❤
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HERDEIROS #1 - A princesinha de Nova York
RomanceApós seu pai declarar sua aposentadoria, Merlia díaz aceita sua proposta em se tornar a nova CEO da empresa de tecnologias multinacional de seu pai, pois sempre foi apaixonada pela profissão desde que criança e o admirava pelo trabalho que ele fazia...