Capítulo 17

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Ethan

Merlia estava sumida, ela nem mesmo apareceu nas últimas semanas depois da briga que tivemos.

até que demorou para acontecer.

Eu sei dos meus erros, eu não devia ter feito o que fiz e estou completamente arrependido por isso. Mas naquele dia eu estava tão chateado com ela que desabafei com a primeira pessoa que me apareceu, nosso sócio, e também estava bêbado demais.

Não que a bebida em si seja a culpada, mas me deixou mais vulnerável. Porém, o erro é completamente meu, e de mais ninguém. Tentei mandar mensagem para ela, mas a mulher não respondeu nenhuma.

Orgulhosa demais.

Suas palavras estavam alugadas na minha mente como um tripé, sei que Merlia vai fazer o que for preciso para me tirar daqui de dentro, mas estou disposto a lutar pelo meu lugar.

As portas da empresa se abriram e entrei, a cena seguinte podia ser comparada com terror.

Funcionários cabisbaixos com caixas em mãos, todos os seus pertences dentro delas, alguns estavam até mesmo chorando, outros resmungando e os que estavam em silêncio, eles haviam sido demitidos.

Meus olhos correram em todos os rostos, minha mente trabalhando rapidamente e me mostrando que todos os que estavam indo embora eram pessoas que falavam mal de Merlia aqui dentro, sobre ela não ser uma das melhores chefes.

Surpresa passou por mim, então ela estava alheia à tudo que falavam sobre ela todo esse tempo..

olhos e ouvidos em todo lugar, como seu pai..

Entrei em sua sala sem bater na porta, a encontrando sentada em sua cadeira, a vista de Nova York em suas costas.

- Então você resolveu aparecer e demitir metade dos funcionários.. – falei, a fazendo me olhar.

- Já encontrei outros para por no lugar deles, escolhidos especialmente por mim.

- E não se importa com todos esses que estão indo para a rua?

- Se quer mesmo saber, Ballard, não.

- Cruel e venenosa..

Merlia sorriu diabolicamente.

- Nós estamos no topo exatamente por um motivo, Ethan.

Ela era inteligente como o pai, isso eu percebi semanas atrás quando a mesma ousou pisar em um evento quando todos não gostavam dela. As semanas em que passamos em paz foi tempo o suficiente para que eu analisasse ela e enxergasse seu potencial, e, principalmente, ganhasse minha admiração.

Porém a bomba explodiu antes mesmo que eu pudesse dizer isso à ela.

Um homem loiro e engomadinho entrou na sala com sua pasta em mãos e caminhou até ela, colocando a pasta na mesa. Mas porque ele tinha saído da MINHA sala?

- O que está acontecendo aqui?

- Esqueci de dizer – ela diz – Esse, senhor Ballard, é Henrique Cardoso, seu substituto.

- O que você disse? – perguntei, a raiva subindo dentro de mim e torcendo para ter escutado errado.

- Não sabia que agora você era surdo..

- Merlia, não se atreva.

- Você está em observação, Ballard, enquanto isso, o senhor Cardoso irá fazer seu serviço.

Olhei para a cara do adolescente na minha frente e respirei fundo – Nos dê licença, por favor.

a porta se fechou atrás de nós e a encarei, o olhar mortal lançado para mim. O silêncio correndo pelos cantos da sala enquanto no olhávamos, ninguém estava afim de desviar o olhar.

- Você sabe a importância desse emprego para mim, não sabe?

- Foi você quem quis assim – deu de ombros – Agora aguente as consequências.

- Pelo amor de Deus, Mulher, você quer me enlouquecer!?

- Foi você quem me apunhalou pelas costas, Ethan.

neguei com a cabeça, eu não podia acreditar que ela estava mesmo me tirando do jogo.

venenosa.

- Por quanto tempo vou ficar na "observação"?

- Se eu gostar do trabalho de Cardoso, não por muito tempo..

Sorri – Duvido muito que vá gostar, Senhorita díaz, estou nisso há mais tempo, você precisará de mim, acredite, se o que você quer é um pedido de desculpas, então me desculpe, mas eu tenho certeza que você também não falava bem de mim antes, sei que eu errei, mas isso foi antes de perceber seu potencial, agora, se me der licença, estou saindo, você não vai me ouvir implorar, eu não imploro por perdão, nunca.

Saí da empresa novamente, não aguentando olhar mais nenhum minuto para a cara daquela diaba. Merlia se transformou em uma dor na minha bunda desde que a conheci, mas também tenho meu orgulho para manter.

e eu estou nisso tempo o suficiente para saber que ela precisará de mim se quer mesmo fazer as mudanças que pretende dentro da empresa.

Estou ficando cansado desse pé de guerra sem fim com essa adolescente mimada, e não me importaria de procurar outros lugares onde seria muito mais valorizado do que aqui, com ela. Ao longo dos anos, recebi milhares de propostas boas ao nível que meu local de trabalho me oferecia.

Dirigi até o clube onde Thomas e Liam já estavam me esperando e entrei na sala onde nós três ficávamos, os dois em uma partida de xadrez.

- Pelo visto ela vai mesmo deixar você louco – comentou Liam.

- Ela já está fazendo isso desde o primeiro momento em que entrou na minha vida, não suporto aquela mulher, o jeito que ela fala, como anda.. como.. como respira! céus! horrível, tudo nela é feio.

Thomas gargalhou – O ódio que você nunca sentiu em toda a sua vida, você está descontando nela.

- Estou prestes a ceder.

- Jamais faça isso – falou Liam – Ela vai voltar, ela vai precisar de você, sabe disso.

- Sim, eu sei disso.

- Então, vovô, relaxa aí – Thomas diz e torci a boca.

- Não me chama de vovô, pelo amor de Deus..

- Lembra da pirralha?

- Está proibido falar dela, a partir de hoje – avisei sentando na mesa para jogar – Quero esquecê-la, que Merlia desapareça da face da terra, não irei me importar, quanto mais longe de mim, melhor.

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Boa leitura! ❤

HERDEIROS #1 - A princesinha de Nova York Onde histórias criam vida. Descubra agora