Disparos

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Antes de que a neblina possa consumir a visão dos que estão perdidos ouve-se seus gritos de desespero.



Minha Pessoa esperava que o plano de Nero e Ares não tivesse nenhuma interferência.
O tempo estava se acabando e Aurora estava contando os minutos para me torturar novamente.

Após entrar na sala completamente sorridente Aurora revelou atrás de si como uma sombra, um homem alto e com o olhar maléfico. Ele carregava uma arma em cada mão, seus olhos tinham uma essência fria, Aurora logo fez questão de nós apresentar.
Olhei para Nero que estava pálido, como se estivesse diante de um fantasma, isso certamente me preocupou.

- Esta é a garota, o que achou?
Ela disse meio que esperançosa.

Ele me examinou por alguns segundos e logo disse.

- Ela se parece com o pai, não pensei que fosse tão nova.

- Ela tem a idade da sua filha, não?
Aurora perguntou curiosa mas ele se esquivou do assunto no mesmo instante.

- Minha filha não tem nada a ver com essa moça.

- Talvez não, ela possui olhos azuis não é mesmo?

O homem encarou Aurora por alguns segundos e se aproximando de seu rosto ele disse friamente.

- Estou aqui para executar o serviço que me pagou para fazer, não quero você falando sobre minha filha ou sobre qualquer um que seja do meu interesse.

- Não me insulte, te chamei aqui por um motivo.
Ela disse sorrindo abertamente.

- Aurora?
Nero a chamou, ela se virou para escutar o que ele tinha a dizer.

- Creio que não precise que ele fique aqui, eu já estou cuidando da sua prisioneira.

- Quem dá as ordens aqui sou eu.
Ela afirmou com um olhar de superioridade. Ele apenas assentiu e se retirou da sala me olhando com olhos de angústia, ali pude sentir que talvez tudo estivesse arruinado.

Aurora se virou para uma enorme mesa ao fundo da sala e de lá veio com um alicate. Aquela ferramenta me deu calafrios e vontade de não existir, de estar dormindo em casa e tudo aquilo ser apenas um pesadelo longo e agonizante, mas que eu pudesse acordar e sentir a brisa do vento em meu rosto e planejar o que seria feito em minhas férias de verão, se eu iria me oferecer para cuidar da biblioteca ou se iria sair pelas ruas protestando pela igualdade e contra a fome no meu país.

- Que hipocrisia.
Falei sorrindo de lado, um sorriso que transmitia repulsa e desprezo.

Aurora arqueou as sobrancelhas e o homem me olhou curioso. Ela parou no meio do caminho e esperou que eu continuasse a falar.
Minha cabeça estava baixa e eu olhava para meus pés, o homem não disse nada e mesmo que dissesse não me deixaria intimidada.

Olhando para ele rapidamente falei com dureza.

- Um homem como você, com uma filha da minha idade. Participando dessa crueldade. - É engraçado como está tudo bem machucar os outros, desde que não seja você, não é mesmo?

Falei furiosa e com lágrimas em meus olhos cansados.
Ele não me respondeu mas deu para ver que minhas palavras havia deixado ele pensativo.

- Não pense que as pessoas preferem salvar vidas ao invés de tira-las!
Aurora disse se aproximando e lançando um tapa feroz em minha face já  então machucada.

Eu recuei na cadeira e continuei a falar como se eu necessitasse dizer tudo antes que eu não pudesse mais respirar.

- Espero que sua filha não esteja ciente desse seu lado perverso e doentio, porque seria vergonhoso e deprimente para ela ter um pai tão amargo e ruim como você, que coopera com uma mulher tão perversa como essa.

Aos 18Onde histórias criam vida. Descubra agora