Já teve a sensação de que o mundo te espreita?
Eu tinha isso todo momento. Ver Ares me observando era assustador, como em filmes onde o demônio estava na janela observando a vítima. Um olhar assustador ou uma risada silenciosa, eu não conseguia pensar em nada para atribuir ao olhar de Ares, afinal eu não sabia nada sobre seus sentimentos.Me deitei no sofá enquanto Dominik se sentou na poltrona. Ele não me olhava um segundo sequer, fiquei constrangida e ao mesmo tempo magoada com ele. Eu estava alimentando uma atração que eu nem sabia se poderia dar certo.
Ele era mais velho que eu com certeza. Seus traços faciais e corporais comprovavam minha hipótese. Será que ele não me queria por ser mais velho que eu?! Ou por trabalhar para o meu pai?! Eu estava tão confusa e perdida nesses pensamentos que acabei pegando no sono.Não sei quanto tempo eu dormi, minha mente estava tão pesada que eu não conseguir sequer sonhar com algo.
Acordei com o ar abafado e agonizante, as cortinas estavam fechadas, um lugar totalmente escuro. Onde eu estava? Em uma cama? Logo eu percebi que se tratava de uma cama. Mas como eu cheguei aqui? Não me lembrava de ter me levantado do sofá em nenhum momento.Me levantei tropeçando nas minhas pernas procurando pelo interruptor. Após uns minutos consegui acender a luz. Estiquei os braços para relaxar e abri as cortinas. O céu estava azul com o sol baixinho no horizonte.
Sorri, eu havia dormido muito, já era fim de tarde.
Resolvi tomar um banho, precisava tirar todo aquele êxtase de estar tão próxima a Dominik.A casa era tão grande que eu não podia ouvir as vozes de Ares e Dominik. Abri o guarda-roupas e escolhi um vestido vermelho bem justo que estava em uma caixa azul. Eu gostava de vestidos e sentia falta dos meus.
Entrei no banho com um sorriso no rosto, era satisfatório sentir aquele aroma de lavanda com a espuma tocando o meu corpo.
Demorei algum tempo, mas logo sai enxugando meus cabelos.
Me olhei no espelho e me vi mais mulher, aquele lindo vestido que eu estava usando havia me transformado em algo menos desprezível. " Uau sua Gata!" Pensei sorrindo e jogando a toalha sobre a cama.Estava um clima estranho entre nós naquela casa e eu não tinha nada para fazer, e isso me deixava completamente solitária.
Suspirei me sentando na cama, me sentia tão perdida, ansiosa para ver meu pai e perguntar tantas coisas.Estava na véspera do meu aniversário e eu não sentia nenhum ânimo, não que isso fosse anormal.
Peguei um pente sobre a mesinha ao lado da cama e comecei a pentear meu cabelo.
Ele estava meio quebradiço por conta do condicionador que eu usei.
Sai procurando pelo quarto alguma maquiagem, mas não tive sucesso. Me desapontei em encontrar apenas dois batons.
Um deles era Pink e outro nude.
Dei de ombros e peguei o nude. Após vários contornos a boca estava pronta.
Abri a porta do quarto e fui em direção a escada, eu precisava encontrar algo para ocupar minha mente.Andando fui tocando os quadros que estavam na parede, eu procurava sentir sua textura e imaginar seus traços sendo pintados. No fim do corredor avistei a enorme escada que dava para a sala de estar.
Quando eu ia descer percebi algo estranho. Uma porta média na altura do meu corpo ao lado da escada. Desde que cheguei àquela casa eu não havia percebido que essa porta estava ali. E o mais estranho é que eu achei ter visto uma luz fraca vindo de seu interior. Me aproximei para examinar o local e pude ouvir ao longe a voz de Ares.Olhando pelos arredores do lugar dava a se entender que era um pequeno porão.
Havia móveis empoeirados, teias de aranha desvastavam o local. Um enorme quadro embrulhado encima de uma mesa de ferro enferrujada. Eu não entendi o por que daquele quadro estar jogado daquele jeito.
Consegui apenas ver as bordas da moldura, que eram reluzentes como se fossem de ouro.A curiosidade despertou dentro de mim. Resolvi bisbilhotar e ver o que havia naquele quadro. Silenciosamente comecei a retirar o papel que o cobria. Estava nervosa e com medo de Dominik ou Ares aparecerem do nada. Respirei fundo e terminei de retirar o papel. A luz era fraca e o quadro estava empoeirado demais para enxergar claramente.
Tentei tira-lo de cima da mesa mas era pesado demais.
Droga! Como eu ia fazer para conseguir ver?! Olhei para os lados e não enxergava nenhuma vela acesa, e a luz fraca que vi era da pequena janela que havia no teto.
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Aos 18
ActionPlágio é crime!! Crie! Após perder a mãe, Jully Evangeline consequentemente tem que ir viver com seus tios, Cresce sem saber o paradeiro de seu pai, odiando o mesmo por ter abandonado a família. Quando tudo parece bem, faltando uma semana para o seu...