Esquecimento

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" Querida não se vá "





Nunca é recomendado que se fale sobre os seus desejos mais sombrios e nem mesmo sobre a repulsa que predomina seu interior ao ouvir algo vindo daqueles que desconhecem a empatia e a verdadeira bondade.

Você pode se sentir preso a um ideal mas não se contente em sentir, você precisa se libertar. O amor pode estar distante de seus braços, a sua vida pode estar acabando aos poucos e você sequer procurou o sentido para ela.

Um propósito nunca será importante enquanto você estiver perdido nas questões que não conseguiu resolver, a dúvida não trás a resposta. Ela apenas te faz sucumbir ao desespero por não conseguir uma explicação para seus sentimentos.

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Esperar por Mônica era angustiante e eu estava quase subindo pelas paredes de inquietação.

Dominik ainda dormia e isso me deixava aliviada, eu não queria que ele me visse tão aflita, e nem mesmo cochichando no canto do quarto.

Após uma longa espera, Mônica adentrou no quarto com rapidez, ela estava ofegante e confusa. Sua voz quase não saiu quando ela me chamou:

- Me diga Mônica, conseguiu?

- Claro parceira!

Eu abri um largo sorriso e nós duas deixamos o quarto do hospital e nos dirigimos ao banheiro. Em uma mochila que Mônica carregava estava um laptop moderno, ela logo o colocou na enorme pia do banheiro e começou a procurar o filme da câmera de segurança. Ela não me disse como conseguiu aquela gravação e eu senti que perguntar não era apropriado.

- Você já assistiu ao vídeo Mônica?
Perguntei, afim de quebrar o silêncio que se instalou enquanto ela procurava o vídeo.

- Sim, porém não entendi muito bem.

- Como assim?

- Você verá.
Ela disse, sem prolongar nosso diálogo.

Após alguns segundos Mônica virou o laptop em minha direção para que eu pudesse  examinar o vídeo que estava se reproduzindo na tela.

No vídeo Dominik dormia como um anjo do Senhor, seu cabelo sobre seu rosto e suas mãos sobre seu peito.
Tudo parecia normal até que uma mulher entrou no quarto, ela era ruiva e usava um óculos escuro. Naquele instante não era possível saber de quem se tratava, ela se aproximou de Dominik e tocou seu rosto. Suas vestes eram pretas e ela usava uma jaqueta de couro marrom.
Em momento algum ela olhou para a câmera que havia no quarto. Deixou o livro sobre a cômoda ao lado da cama e logo saiu do quarto, ela parecia temer que alguém aparecesse e a visse lá.

No corredor do hospital ela trasitava cautelosamente, seus passos eram curtos e sedutores.
Era difícil focar em seu rosto já que ela mantinha a cabeça baixa. Porém no final do corredor, diante da última câmera existente ela levantou a cabeça e sorriu. No mesmo instante retirou o óculos e tocou em seu cabelo, isso tudo olhando para a câmera. Seu semblante era demoníaco e perverso, ela parecia uma seriall killer que acabará de fazer sua última vítima.

Eu não pude deixar de reconhecer seu rosto, seu sorriso e seu semblante. Mônica me olhava esperando uma resposta, eu apenas suspirei.

- Mônica, se lembra da mulher que eu lhe disse que era uma traidora? Que mentia sobre ser minha amiga?

- Como não? Eu tenho raiva só de me lembrar.

- Pois bem, essa mulher do vídeo é ela, Sara Cornel.

Meu olhar estava sério, Mônica não demonstrava emoções e isso deixava ainda mais nítido que ela era  mesmo filha de Ares.

- Vamos pegar essa vadia.
Mônica disse fechando o laptop e sorrindo, seus olhos azuis brilhavam como pedras preciosas.

Aos 18Onde histórias criam vida. Descubra agora