* Ares *
O vento estava forte e a brisa me deixava com muito mais medo, estava tão ansiosa que não conseguia sentir os meus pés.
Edgar estacionou à beira da estrada, eu observei o local, monótono e escuro.
A noite estava me dando calafrios, e eu me estremecia mais ainda.
Respirei fundo e sai do carro, Dominik veio por último, ele deixava transparecer estar mais tenso que eu.Me senti tão inútil e fraca, eu estava com medo e isso não era permitido para mim.
Vermelho e enferrujado, com suas grades fortes e inquebráveis, o portão vermelho se abriu lentamente para nós.Os guardas responsáveis por nossa entrada no presídio vieram rapidamente. Edgar tomou a frente sem me perguntar se eu não iria falar com eles. Ele estava sério e frio, eu nunca havia o visto daquele jeito.
Um dos guardas tomou a frente e perguntou algo a Edgar mas não ouvi o que era, porém a resposta de Edgar foi alta e clara.- Ala dos homicidios, tres personas.
O guarda assentiu com a cabeça e permitiu nossa entrada no presídio. Passamos rapidamente pelos corredores da Ala um, o cheiro que irradiava daquele lugar era nojento e forte. Meu estômago se revirava com grandes náuseas, aquilo era perturbador.
Entramos na Ala dois, seguidos por três guardas, fortemente armados, nos preparamos para a revista, logicamente deixamos as armas no carro para não haver nenhuma confusão.
Depois de sermos revistados entramos no corredor que ligava todas as celas da primeira fileira. Os presos nos olhava com olhares de curiosidade, alguns esticavam os braços nos chamando como se fôssemos Deuses em busca de discípulos. Olhares de repreensão também eram vistos por mim, alguns gesticulavam coisas obscenas e gritavam algo similar a "puta". Eu não olhava diretamente para eles, mas percebia que já me conheciam.Aquele trajeto era sempre difícil de se fazer, talvez fosse pela inquietação dos presos ou por aquele ambiente ser desagradável.
Após andarmos mais um pouco chegamos na tão esperada sala, a sala de visitas, onde eu deveria entrar ao lado de Jully e não sem ela.
Dominik foi na frente, ele estava calado e calmo. Edgar não entrou, ficou na porta observando ao seu redor, pensei bem antes de entrar, eu não estava nenhum pouco preparada para olhar nos olhos de Christopher, eu estava sentindo que aquela conversa não sairia da minha cabeça por tão cedo.
Entrei na sala como se estivesse sendo obrigada a fazer aquilo, Dominik estava sentado em uma das cadeiras enferrujadas e velhas. Christopher ainda não estava lá, isso aliviou um pouco o meu psicológico.
Me sentei ao lado de Dominik e o abracei, ele sabia que eu estava mal, sabia que eu amava incondicionalmente meu chefe e que estava doendo ter que contar a ele que nós havíamos fracassado na missão de proteger sua filha. Meu irmão sabia quase tudo sobre mim, eu sentia que podia confiar somente nele, em mais ninguém.
As vezes ele adivinhava o que eu estava pensando e me dava um sorriso meio sem graça porque sabia que eu estava sofrendo.Nosso abraço foi apertado e aconchegante, eu me sentia tão segura em seus braços, era como se ele fosse o irmão mais velho e eu a inocente que precisava de proteção.
Dominik olhou em meu olhos e tocou em meu rosto, sua mão estava gelada e suave, ele não queria deixar transparecer que ele estava mais nervoso que eu.- Como você se sente?
Perguntei a ele com a esperança de ouvir uma resposta sincera.- Estou bem, porém nervoso. E você?

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Aos 18
AzionePlágio é crime!! Crie! Após perder a mãe, Jully Evangeline consequentemente tem que ir viver com seus tios, Cresce sem saber o paradeiro de seu pai, odiando o mesmo por ter abandonado a família. Quando tudo parece bem, faltando uma semana para o seu...