Atração

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O medo invadiu meu corpo como se fosse uma forte epidemia. Eu não queria imaginar que aquele homem ainda estava à minha procura, e pensar que eu estava em segurança mas a qualquer momento poderia ser pega por aquelas pessoas que eu nem conhecia.
Eu não conseguia imaginar o que eles queriam comigo, e nem o que fariam se conseguissem me raptar.
Eu não sabia o porque Ares não havia matado Nero naquele elevador, eu sentia que ela escondia algo sobre aquele homem.
Eu queria poder saber, mas era quase impossível arrancar algo de Ares.
Um calafrio passou pela minha espinha quando tentei imaginar o que eles poderiam fazer com Dominik.
Eu me sentia mal, culpada e frustrada por ser o motivo de toda aquela confusão.

Perdida em meus pensamentos, não percebi que Dominik e Ares estavam se aproximando de mim.

- Jully? Você está bem?
Ares perguntou tocando minha testa que suava absurdamente. O pavor estava estampado no meu rosto.

- Eu... Sim Ares.
Respondi piscando várias vezes.

Ela segurou em minha mão e me conduziu até o sofá. No caminho olhei de relance para Dominik que me olhava sem expressão nenhuma. Apenas seus olhos desafiadores me encaravam.
Suspirei olhando para frente novamente, aquele homem me deixava confusa.

Ares se sentou em uma das poltronas da sala e eu no sofá.
Ela cruzou as pernas retirando a carteira de cigarros do bolso de sua jaqueta .
Desviou o olhar para Dominik que à encarava sério, mas deu de ombros e acendeu um dos cigarros. Eu estranhei ver aquela cena mais uma vez porque ainda não conseguia acreditar que eles tinham o mesmo sangue.
Ares fumar me deixava meio incômoda, o cheiro era ruim e certamente aquilo estava fazendo mal à ela.
Ela começou a fumar virando o rosto para o lado. Eu não disse nada, muito menos ela.
Não houve som nenhum vindo de Dominik, ele apenas à observava sem nem piscar, era evidente que ele se preocupava bastante com ela, e agora eu sabia o verdadeiro motivo.
Ela soltava a fumaça com uma suavidade admirável como uma rainha que destilava veneno, mas um veneno ipnotizante e sensual.
Subitamente ela me encarou apagando o que restou do cigarro ne um cinzeiro empoeirado do móvel ao lado.

- Precisamos conversar!
Ela falou se ageitando na poltrona.

- Sim ok, tenho que esclarecer umas coisinhas também.
Falei à encarando e colocando os pés no sofá.

Ela levantou a sobrancelha e passou as mãos pelo rosto.
- Então Jully, eu sou uma ex Policial Militar da fronteira brasileira, hoje eu trabalho para o seu avô Romero Morgaz e seu pai Christopher. Estamos aqui para te deixar segura e intacta até o seu pai sair da cadeia. Eu não sei quanto tempo você ficará sobre nossa custódia. Após amanhã você fará dezoito anos e saberá tudo o que deseja através do seu pai. Caberá a você a decisão de prosseguir ao nosso lado ou voltar para o Brasil. Não sei tudo o que seu pai irá te dizer.
Eu não estou aqui para fazer perguntas a ele e sim para ser sua segurança. Saiba que eu e Dominik daremos nossa vida se for preciso para que você fique à salvo.

Eu não conseguia pensar em nada, apenas sentia as palavras de Ares me apertarem contra uma parede de espinhos. Ela deu uma pausa olhando para Dominik que estava em pé encostado na parede. Ele estava de braços cruzados com os cabelos soltos sobre os ombros. Eu o encarei meio sem jeito, quando me dei conta Ares me encarava confusa. Meu Deus será que ela percebeu algo?!
Me voltei a concentração em Ares, eu tinha muitas perguntas para fazer a ela.

- Primeira pergunta, por que vocês só apareceram agora? Por que não antes?

- Isso só o seu pai pode te dizer.

- Mas Ares se você sabe...

- Não posso Jully. Me desculpe?!

- Tudo bem.
Falei meio desapontada.

Aos 18Onde histórias criam vida. Descubra agora