Ares

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Um cheirinho de lavanda, o som de pássaros cantando, a brisa do amanhecer e a luz do sol invadiam meus olhos.
Acordei  de leve abrindo os braços e me espreguiçando, eu havia dormido muito eu suponho.
Senti meu corpo doendo, um desconforto me pegou de jeito.
Acordei em uma cama grande e macia, olhei para os lados e vi Dominik dormindo em uma poltrona. Seu sono parecia pesado, e meu Deus ele era lindo até dormindo.
Esfregando os olhos, olhei pela imensa janela ao lado da cama.
Vi um imenso Jardim com árvores enormes e   diversas flores. Dei vários bocejos me espreguiçando e levantei da cama silenciosamente.
Olhei para os lados, o quarto era grande, guarda-roupas enorme, decoração antiquada e uma cor meio estranha, um roxo escuro nas paredes com um enorme lustre no teto.
Havia várias fotografias de gatos pretos, idênticos aos da casa do meu avô Romero.
Eles pareciam me devorar com o olhar.
Fiz um gesto de nojo e amarrei o cabelo com uma fita amarela que estava no bolso da minha calça.
Eu estava curiosa para saber onde estava, tudo era tão luxuoso, as cortinas eram brancas com detalhes de flores coloridas.
O dia parecia estar começando e estava lindo por sinal.
Fui em direção a Dominik, eu não estava entendendo por que ele estava dormindo ali, se podia estar em uma cama que era bem mais confortável. 
Sua pele parecia ser tão macia e cheirosa, como estar em um paraíso tropical.
 Sem ao menos perceber eu desejava sentir o cheiro que emanava de seu corpo lindo e forte.
Garota! Controle-se. Ele parecia ser bem mais velho que eu, não que idade fosse algum obstáculo.
Seus cabelos caiam sobre seus olhos, ele parecia um Deus grego de filmes de ação e romance ao mesmo tempo.
Eu não queria acorda-lo, então fui em direção à porta pisando bem devagar no chão, porém antes de sair do quarto pude ouvir sua voz.

- Oi? Já está acordada?

- Oi desculpe-me acorda-lo.
Falei colocando uns fios soltos do meu cabelo atrás da orelha.

- Não tem problemas. Aonde está indo?

- Eu ia procurar o banheiro.

- Eu posso levá-la.
Dominik disse levantando-se da poltrona e bocejando.

- Não se preocupe, vá dormir direito.

- Eu já dormi.
Ele disse colocando o cabelo atrás da orelha.

- Em um mini Sofá Dominik?! Por que dormiu ai? Não tem mais camas por essa casa não?
Falei tocando minha cabeça e fazendo um gesto de óbvio que sim.

Ele sorriu rapidamente vindo em minha direção.
- Tenho que ficar ao seu lado.
Ele disse abrindo a porta. 

Meu corpo se contraiu e mesmo sem querer senti uma chama ardente em meu peito que me dava calafrios e quando percebi estava com um olhar tímido.
- Afinal eu sou seu guarda-costas.
Ele acrescentou na sua frase e abriu a porta.
- Siga-me.
Meio desapontada eu o segui.

Andamos em um corredor grande e bonito, com um enorme tapete de veludo marsala. Muitas portas enumeradas ocupavam o corredor.
No fim Dominik parou e olhou para trás.
- Está com fome?
Ele perguntou me olhando.

- Sim, muita.
Respondi colocando a mão na barriga e fazendo cara de triste.

Ele assentiu, apontando o dedo para uma porta de vidro.
- Este é  o seu banheiro, há roupas no quarto, vista-se e desça para o café da manhã.

- Ok pai.
Falei ironicamente, ele sorriu esfregando os olhos e dando de costas para mim.

- Ei...Dominik?

- Sim Jully ?!

- De quem é  essa linda casa?

- É uma das muitas do seu pai Christopher.

Eu franzi  a testa levemente então acabei  levantando a mão e lhe dando um joia como agradecimento.
Ele entendeu, e saiu andando.
Logo após sumiu no enorme corredor.

Aos 18Onde histórias criam vida. Descubra agora