Eu não sabia quase nada sobre o passado da minha mãe, muito menos que ela havia destruído o casamento de alguém.
Por um momento eu tentei imaginar quem seria o marido dessa mulher, e o por que de minha mãe o querer para ela, pois da minha querida mãe eu só tinha uma imagem de boa pessoa e de alguém doce e gentil. Pensar que ela poderia tomar o marido dos outros era meio perturbante.Minha mente estava cheia, eu não conseguia colocar os pingos nos is. Tudo estava tão embaraçoso de se entender.
Aurora esperava minha reação com uma ansiedade visível em seu rosto sedoso e sem rugas.
Ela se levantou e começou a rodear a mesa tocando nos vidros das janelas,
até que parou em uma delas e observou a cidade.
Eu não queria perguntar nada e ela não ousou me explicar também. Me parecia que ela desejava que eu me sentisse curiosa, que eu buscasse saber dela com quem minha mãe teve um suposto romance proibido.Se virando para me olhar ela sorriu agitando seus cachos loiros.
Eu engoli em seco, pois de algum modo ela me deixava confusa e amedrontada.
Ela era poderosa, dava ordens e tinha um semblante de quem faz tudo para conseguir o que quer, igual as novelas mexicanas onde a vilã tem chances de vencer no final.Eu queria tomar coragem e perguntar a ela tudo que ela sabia sobre minha mãe, saber o que estava por trás daquele sequestro maluco e todos os segredos guardados até agora.
Quando resolvi confronta-la e tirar minhas dúvidas me lembrei de algo que Nero me disse mas aquilo não fazia sentido algum. Se Aurora me raptou por causa de meu pai, o que minha mãe tem haver com isso? E espere um pouco, o quadro. O quadro estava na casa do meu pai e era mais estranho ainda ele odiar Aurora porque até onde eu saiba ele deveria odiar o marido dela, já que ela supõem que minha mãe teve com o tal um romance proibido.
O que? Não! Isso não pode ser verdade.
Minha mente queimou violentamente quando pensei em uma hipótese. Não! Isso não poderia mesmo ser verdade.Me remechendo na cadeira fiz uma careta feia, meus olhos instantaneamente se encheram de lágrimas. O desespero e a falta de ar estavam me consumindo.
Era impossível isso ser verdade, por que?
Mas fazia algum sentido e eu sabia disso.
Eu precisava saber, afinal eu tinha esse direito mais do que qualquer pessoa.Eu me levantei percebendo minhas lágrimas deslizarem por minhas bochechas tocando minha boca machucada e amarga.
Aurora me olhava triunfante, ela parecia adivinhar que eu tinha aquela hipótese.
Maldita mulher, ela era tão irritante e ao mesmo tempo me dava inveja por ser tão poderosa e astuta.Com o nervosismo a flor da pele apontei o dedo para ela com um enorme semblante de negação.
- Isso não é verdade, não pode ser!
Falei frustrada por ela estar tão bem com a minha desgraça.- O que querida?
- Não seja falsa! Você sabe muito bem do que estou falando.
- Oh!
Ela disse tocando a boca com a mão em um sinal mesquinho de horror.Eu não disse mais nada, a raiva não me deixava falar, apenas tremer. Foi então que ela perversamente deu uma risada maliciosa e alta.
Veio em minha direção me fazendo afastar com receio do que ela poderia fazer, se aproximou mais um pouco e eu apenas senti um ar quente em meu rosto, ela havia me dado um tapa novamente.
Eu coloquei a mão no rosto e me afastei mais ainda dela.- Seu monstro!
Falei esfregando minha mão na bochecha.- Adoro quando me chamam assim!
Ela disse esbanjando satisfação.Eu fiz um sinal de desaprovação e nojo.
Ela se sentou em uma das cadeiras e cruzou as pernas.
Eu não me sentei pois não tinha forças e nem vontade de me mover.

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Aos 18
ActionPlágio é crime!! Crie! Após perder a mãe, Jully Evangeline consequentemente tem que ir viver com seus tios, Cresce sem saber o paradeiro de seu pai, odiando o mesmo por ter abandonado a família. Quando tudo parece bem, faltando uma semana para o seu...