Realidade

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Trevas sobre os céus em dias de escuridão perpétua, desespero e dor sobre o mesmo ser.

Esse era um trecho do livro Rainha de Sangue, ele sempre me deu arrepios e me fez imaginar o que o amanhã reserva para nós  ou para pessoas perturbadas.
Eu desejaria uma vida sem tensões, sem dor ou rumores de violência. Talvez uma vida sem maldade e sem sangue, pois o caos poderia deixar a mente de qualquer um destruída.

O rosto lindo de Dominik dominava meus sonhos tortuosos, sua mão entrelaçada à minha era sempre o que vinha primeiro em cada sonho e
o calor de seu corpo me protegendo do frio ao anoitecer.
O que seria o amor? Algo repentino e dominante? Você não consegue parar para respirar o ar individual, a partir de um certo ponto você deseja respirar o ar da pessoa que você quer dividir sorrisos e lágrimas. É insano pensar que alguém não consiga despertar o amor de verdade, porque ha tantas formas de amar, tantos amores avassaladores que são destruídos por migalhas de rancor, quando poderiam ser enaltecidos.

Eu apenas desejaria estar ao lado de Dominik e sentir seu cheiro nem que fosse por míseros segundos, cada fio de cabelo caindo sobre meu rosto. Mas isso era uma dádiva não concedida.
Der repente muito sangue, pavor e choro. Meu lindo sonho deu lugar a um pesadelo obscuro e doloroso onde eu via Dominik se distanciar de mim gritando meu nome, eu me debatia no abismo da dor mas não o alcançava.

Um grito foi a primeira coisa que dei quando abri meus olhos voltando para a realidade, talvez fosse o susto que levei ao sonhar um sonho daqueles.
Olhei para os lados me levantando de uma cama com lençóis sujos e esfarrapados. O lugar estava úmido e escuro, eu não  podia reconhecer nada naquele local.
Só consegui ver uma pequena janela ao alto da parede que por ela entrava uma pequena luz. Eu não sabia onde estava e nem que horas era, mas notei que a porta era de ferro como de prisões de segurança máxima e pra falar a verdade aquilo realmente parecia uma prisão.
Me sentei na cama e comecei a chorar. Onde estava meus seguranças naquele momento? Estavam vivos?
Deus queira que sim. Se eu soubesse que tudo ia dar nisso eu deveria ter fugido a tanto tempo, ou pelo menos tentado.
Minha vontade era de gritar e esvaziar meu coração de toda aquela raiva que eu estava sentindo.

Tomada pela fúria fui em direção à porta e comecei a bater forte e gritar.
- Me tire daqui!! O que vocês querem comigo?!!Me tire daqui.!!

Não havia resposta alguma, tudo aquilo era em vão, e pensar que era meu aniversário e eu teria que passa-lo trancada em uma cela como uma criminosa.

Chutando a porta pela última vez senti uma dor nos dedos e desisti de gritar voltando para a cama dura que tinha um cheiro desagradável.
Me deitei voltando a chorar, eu poderia estar naquele momento em alguma festinha feita pelo pessoal da biblioteca e até mesmo Sara estaria lá. Grunhi quando passou pela minha cabeça Sara e todos os outros terem morrido.
Eu estava com ódio de Nero e com certeza o queria ver morto, mesmo Ares não dizendo o por que de não  o ter matado naquele dia. Mas se ela tivesse feito isso talvez hoje eu estaria com o meu pai e todos eles estariam bem.

Minha cabeça começou a doer fortemente, já não me importava em morre pois nada mais faria sentido sem eles ao meu lado.
Quem quer que seja que me sequestrou não merecia piedade nenhuma e se eu pudesse e conseguisse mataria um por um.
Violência não era o meu forte, mas a vida nos obriga a ser quem não desejamos.

Ouvi passos largos e autos, corri para a porta tentando ouvir algo e descobrir quem era, nenhuma palavra dita, nenhuma risada obscura.
A porta estava sendo destrancada aos poucos, me preparei para correr na primeira oportunidade mas um corpo forte me bloqueou literalmente, era Nero com o mesmo semblante irônico e irritante, sem dúvidas ele conseguia ser mais irritante que Edgar e suas piadinhas.

Aos 18Onde histórias criam vida. Descubra agora