Proposta

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A incerteza trás consigo inúmeros motivos para desistir, porém a persistência anula qualquer resquício de desânimo e acende a chama chamada ESPERANÇA.



Após dez dias no hospital Dominik permanecia desacordado. Os médicos diziam que não havia previsão para seu despertar e isso me deixava completamente a mercê da completa incerteza se tudo se resolveria logo.

Dormir era algo difícil, ficar em um hotel luxuoso era o mais comum para meu pai, ele se estabeleceu perto do hospital e sempre ficou ao meu lado.
Ares por sua vez ficou ausente por quatro dias, sempre me ligando ou ligando para Edgar. Ela parecia feliz, esperançosa e muito mais comunicativa.

Seria isso obra de meu querido pai? Ou seria apenas pelo fato de ela ter conhecido sua linda filha.

Christopher parecia feliz, e isso me deixava muito animada. Mesmo com Dominik no hospital eu podia estar com meu pai e minha mãe novamente, sem Aurora para me torturar ou arrancar meus ossos.

Odete me ligou enquanto eu estava no hospital, queria saber do rapaz que me salvou, saber sobre o estado de saúde dele. Eu lhe expliquei tudo e pedi que ela disse-se a minha querida mãe que logo eu estaria com ela novamente e que tudo ficaria bem.

Minha avó disse que minha mãe estava mais calma e que não se alterava a algum tempo. Disse também que meu pai foi ve-la e lhe levou flores. Apesar de tudo o que havia acontecido, ele sentia por ela um enorme carinho e respeito.

Edgar ia ao hospital sempre que estava disponível, ele estava preocupado com minha saúde e meu emocional. Durante dias tentei convence-lo de que eu estava bem, mas tudo parecia difícil quando se tratava dele.
Ele não falava muito, sempre permanecia sentado do lado de fora da sala enquanto eu estava sentada ao lado de Dominik que já podia receber visitas.
Sempre que podia eu olhava para Edgar pelo vidro e lhe lançava um sorriso, ele sorria de volta e eu me sentia amparada e segura.

Meu pai sempre que podia estava comigo, sempre me levando para jantar mesmo eu não comendo nem a metade da refeição.
Ele acariciava meu cabelo curto e desarrumado, sorria e logo me dava um beijo na testa.



A espera realmente era torturante e me deixava fraca diante de todos os acontecimentos. Dominik estava comigo mas ao mesmo tempo tão distante, eu sentia como se não pudesse alcança-lo.
Sempre que eu estava ao seu lado eu segurava em sua mão, as lágrimas me visitavam e eu não falava absolutamente nada, só o tocava e me lembrava de quando o conheci.

Segredos estavam escondidos dentro do meu coração e somente eu tinha a chave. O sentimento de posse é tão difícil de se entender, e quando não se tem a posse do seu coração mesmo ele estando cravado entre sua carne, você se sente vulnerável e pequeno.

Do que adianta ter a chave do coração quando nem mesmo ele pertence a você? A chave é apenas para esconder a verdade de quem à busca. Porque independente de qualquer coisa nunca se deve confiar seus segredos aos que não sentem ou compartilham do mesmo sentimento.
Ser recíproco não é apenas também ser amado, é também ser respeitado e compreendido.

Pensar também podia ajudar a não pensar em algo que você ainda não tem a solução, então pensar em aleatoriedades deixava tudo mais fácil.

Enquanto eu pensava em como poderia ter sido se Ares não tivesse me encontrado e Nero nao tivesse me ajudado me veio um calafrio e um sentimento de dor. Já se fazia dias que Nero havia sido sepultado no cemitério junto a família Morgaz, eu não havia comparecido ao seu enterro, até porque ver pessoas chorando me fazia compartilhar da dor que elas estavam sentindo e depois isso me faria ter pesadelos.
Seu ato Heróico me fez questionar se eu havia lhe julgado corretamente, mesmo que ele tenha sido um pé no saco logo no início. Ainda me lembrava do incidente no elevador onde eu o conheci, onde eu senti pela primeira vez que eu estava completamente sem um destino concreto.

Aos 18Onde histórias criam vida. Descubra agora