Capítulo 3

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Julles

Ainda estou me adaptando com essa grade de horários e onde fica cada lugar. O cretino do Nathan parece cada vez mais sentir prazer com a minha raiva, nunca conseguimos nos encontrar sem atritar e da ultima vez pairou uma tensão bem desconfortável, pude sentir a respiração dele nos meus lábios e fomos cortados porque a loira entrou na sala. Tem ficado cada vez mais difícil manter a postura com ele.

Acabei me esquecendo da conversa com o professor, mas ele me lembrou então combinamos hoje. Entro na sala, ansiosa, e ele me indica uma das cadeiras para sentar

- Professor, qual o motivo da conversa? Minha parte do trabalho não ficou boa?

Professor: Calma, senhorita Marchal. O motivo da conversa é outro

Professor: A universidade, juntamente com a equipe da coordenação do seu curso está abrindo vagas para estágios remunerados, que contarão como horas complementares para a grade do curso. Os estágios abriram na área da educação, no acompanhamento de um advogado renomado e em um projeto da engenharia. Felizmente o leque foi amplo para diversos cursos, mesmo que não batam com as áreas dos candidatos. Pois bem, para a senhorita seria mais interessante acompanhar o advogado, então a indiquei para ocupar a vaga.

Julles: Professor, isso é perfeito! Muito obrigada, não sei como agradecer! Eu não vou decepcionar, darei o melhor de mim.

Professor: Eu sei que sim, senhorita Marchal. A senhorita sabe como o aval de um professor titular pode pesar para você. No entanto, tudo que remete esforço, requer uma recompensa, não acha?

Julles: Não sei se entendi - digo me levantando e andando um pouco para trás.

Professor: Pois bem senhorita, eu explico - diz calmo se aproximando de mim. Só paro de me afastar quando sinto a mesa em minhas costas - a senhorita é linda e bom, senti seus olhares sobre mim logo que o período começou. Então quis lhe agradar, apenas em troca de um favorzinho - ele me olha com malícia de cima a baixo e sinto meu estômago revirar com as palavras. Meus olhos lacrimejam.

Professor: Ora, senhorita, você também quis, por qual outro motivo teria se proposto a estar aqui? Você procurou por isso - diz tocando meu rosto e se aproximando. Tento me esquivar mas ele crava os dedos me causando certa dor.

Julles: Não! Não quero! Se soubesse que seria isso não teria vindo! - digo alto, sentindo um tapa estalado em meu rosto.

Professor: Cala a boca, porra! Estou cobrando algo fácil pra você pagar - avança em minha direção rasgando minha blusa. Sinto o desespero me consumir e não posso gritar por ter minha boca coberta, sinto lágrimas escorregam por meu olhos e minha pressão baixar. Tento gritar e esperneio, mas me sinto perdendo as forças. 

Nathan

Bruxa! Além de estar atrasada ainda não atende o telefone. Bufo enquanto volto à sala para ver se a conversa terminou, aproveito e pego o capacete que ficou para trás. Escuto uns barulhos estranhos e aperto o passo, e, ao chegar em frente a porta, que tem um pequeno bloco de vidro, congelo, meu maxilar trava e o sangue me sobe a cabeça. Esse filho da puta!

Sem pensar duas vezes, dou uma pesada na porta, fazendo o vidro quebrar e a mesma se projetar pra trás, assustando o desgraçado que se afastou dela.

Ele me olha como se eu tivesse interrompendo algo monumental e a ruiva nem consegue me olhar, está chorando muito e caída no chão. A cena dela frágil daquele jeito faz eu sentir uma bola de ódio crescer cada vez mais na minha garganta, a raiva me consome e parto pra cima dele, o arremessando no chão, subo nele distribuindo vários socos em seu rosto.

A ruiva grita para que eu pare, mas que se foda. Se tem algo que eu odeio nesse mundo são caras que pensam que podem tocar mulheres sem permissão. Mal vejo o quanto bato nele até notar que ele não se move mais. Ela me olha com os olhos arregalados, as mãos cobrindo a boca e o colo exposto.

Tudo por tiOnde histórias criam vida. Descubra agora