Tudo por ti

Capítulo 13

Nathan

As coisas estão complicadas, meu caso realmente será reaberto e eu posso ter que voltar à prisão. Tia Erika se comunicou com meu pai pelas minhas costas e o clima em casa pesou muito, não quis ficar lá, por sorte, a um tempo atrás eu acabei comprando uma casa.

Nossa situação nem sempre foi assim, meu pai é um advogado renomado, minha mãe era uma psiquiatra referência em toda a França, nós tínhamos uma casa confortável, não faltava nada, mas meus pais não ficavam muito em casa.

Minha mãe e ele um dia tiveram uma briga feia e ele saiu de casa no dia seguinte, quis me levar, mas obviamente ela não permitiu, não bastasse ter outra mulher, minha mãe não ia permitir que me levasse junto.

Quando ele foi embora minha mãe só decaiu, ela abandonou as consultas e acabamos passando alguns apertos. Mesmo que ela tenha se mantido presente para mim, Tia Erika foi fundamental para que tivéssemos onde ficar.

Minha mãe vendeu a antiga casa e enquanto não achávamos outra que ela pudesse pagar, ficamos com minha tia. Comecei a trabalhar aos 11 e ajudava um senhor com os computadores da lojinha de conveniência na esquina de casa, mas isso acabou não sendo só uma brincadeira, cada vez mais pessoas se aproximavam de mim para que eu pudesse consertar algum aparelho ou programar algo.

Antes de ser preso um cara me contratou de forma online, um tal de RC12, e eu trabalhei dois anos para ele, programando os sistemas de segurança da casa em que ele morava e das empresas que ele administrava, o cara pagava bem e me indicou para outras pessoas.

Eu já tinha conseguido dar uma entrada em uma casa, mas quando comecei a trabalhar com ele consegui quitá-la, mas felizmente nesse meio tempo minha mãe retomou as consultas e conseguimos nos reestabelecer, de qualquer forma pensei que seria bom ter um lugar para ir, caso precisasse.

O tal RC12 me indicou alguns vendedores, que acabaram sendo bem favoráveis e eu fechei o negócio. Comprei a moto em seguida e depois acabei sendo preso, sorte de merda.

Faz uma semana que não falo com ninguém, não apareço na faculdade e não volto em casa. Meu celular está lotado de ligações da ruiva e da minha mãe. Tia Erika também me ligou e até o Johna deu para implicar.

Sei que estão preocupados, mas agora não posso lidar com isso, preciso absorver o que estou sentindo 1°, meu pai está na cidade, a chance de eu ser preso, não conseguir falar com ninguém... Isso tudo está me quebrando.

Vejo o nome de Johna no visor e resolvo atender para acabar com isso.

Johna: Porra, maluco, quer matar a gente do coração?

Nathan: O que você quer?

Johna: Já vi, ta na fase emo de novo, né? Se for, supera, cara, você agora tem pessoas que não vão te deixar em paz. Tem noção de como a ruiva está preocupada com você? Como eu estou? Já fomos na sua casa várias vezes e nem sua mãe sabe onde você está! - ele fala e sinto meu coração esmagado.

Tive amigos de infância, mantenho contato com alguns, mas nunca tive algo assim, eles são realmente uma pedra no sapato.

Nathan: Não acha que tem motivo para isso? Se não conseguem me achar talvez eu não queira saber de ninguém. Eu estou bem, estou saudável e só isso que vocês têm que saber. Agora vê se me deixa em paz - desligo rápido o telefone sem dar tempo de ele sequer responder.