Capítulo 48

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Nathan

Passa das 17 e logo o tribunal irá iniciar uma nova sessão, estaremos presentes eu e meu advogado, vulgo meu pai, minhas testemunhas, e fiquei sabendo que Aiden também fora intimado.

Sinto minha pressão baixa, meu estômago reclama e a sensação de vazio se instaura em mim. Nem pensei que ele conseguiria sequer andar depois do que fiz com ele, mas aparentemente ele está inteiro o bastante para comparecer ao júri.

Sou levado para uma salinha, onde medem minha pressão, batimentos e em seguida sou colocado em um quarto, vejo uma enfermeira chegar com uma bandeja enorme, cheia de bolo, pães, frutas, gelatina. Comida de verdade.

Como devagar, não me deixam pegar no celular por enquanto, mas por ora não me importo, só me permito comer devagar, sentindo meu corpo começar a ganhar um pouco de vida.

Me orientaram a repousar no mínimo 6 horas, para que eu possa me recuperar totalmente. Perguntei ao médico sobre minha saída, não posso perder esse julgamento.

Fui autorizado, desde que não faça esforço físico, então sem corrida e sem escadas para mim.

A ruiva entra no quarto, me lançando um sorriso grande. Linda... ela traz nas mãos um buquê de tulipas, o que me faz rir e pousa na mesinha ao lado. Anne entra em seguida, acompanhada dos pais do Johna e dos pais de Julles. A ruiva me abraça e permito relaxar em seu toque.

Tatiana: A transfusão foi um sucesso, o Johna está estável e a recuperação é progressiva. As coletas terão de ser renovadas, mas ele não corre mais riscos... Obrigada - ela diz baixo e eu me desvencilho da Julles, abrindo espaço, ela se aproxima e me abraça apertado - obrigada, obrigada - ela diz sem parar e retribuo seu aperto, com as forças que me restam. A solto gentilmente, vendo lágrimas em seus olhos.

Sara: Passamos só para ver como você estava, Nathan, queríamos saber se estava bem e se ja tinha comido, se precisava de alguma coisinha. Mas agora vamos deixar você descansar - assinto e eles começam a se retirar, deixando apenas eu, a ruiva e Anne no quarto

Anne: Agora você elevou bastante o título de herói - ela diz num tom brincalhão - já salvou todos nós - mas essa parte ela diz séria, me encarando.

Faço um gesto de cabeça e ela contorna a maca, me abraçando meio torta. Rapidamente se desvencilha, parando próxima a porta.

Nathan: Seu herói tem um turno duplo hoje, devo sair daqui em uma hora - as duas me olham irritadas, levemente raivosas e a ruiva se aproxima. Ela sabe que o julgamento é hoje, mas acabei me esquecendo de comentar que iria em seguida à transfusão.

Julles: Você não vai... - a interrompo, envolvendo sua cintura, a trazendo para perto.

Sorrio a milímetros do rosto dela, é bom saber que mesmo nessa situação eu ainda causo efeito. Aproximo nossas bocas, permitindo que nossos lábios deslizem, passo a mão por sua nuca, pousando de leve na lateral de seu rosto.

Ela me corresponde de imediato e por um segundo me esqueço de que Anne esta no quarto. Só tenho olhos para ela...

Nathan: Vou ficar bem, amor. Eu te ligo assim que acabar. - ela concorda com a cabeça, me dando um selinho.

Se afasta e só então me dou conta de como a expressão da loira é vazia, consigo captar a raiva em seus olhos, mas não é só isso, ela também está magoada. A cena me machuca um pouco, mas me permito relaxar na maca quando as duas saem.

Anne

Sinto meu coração esmagado, poderia chorar, mas não saem lágrimas. Eu quis machucá-lo. Muito. Ela não relutou, ela não hesitou, correspondeu de imediato. Ele a chamou de Amor, caralho!

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