Nathan
Aproveitei o dia pra correr pelo Central Park. Fazia tanto tempo que não corria, só andava de moto e logo sinto as pernas reclamarem, então me proponho a ir devagar, com passos largos, mas num ritmo menor, me contentando apenas com uma caminhada.
Troco olhares com algumas garotas que estão se exercitando ao longo do trajeto mas nenhuma me chama tanta atenção, minha cabeça está longe... A vontade de voltar logo para casa me consome de novo e só penso em chegar e falar com minha mãe, rodar ela no ar de um jeito que a faça rir e comer torta salgada com a tia Erika.
Só quero ir ver a ruiva e chamar o Johna pra ir a uma festa qualquer. Se sentir sozinho tendo pessoas em volta é algo que não desejo a ninguém, e nunca senti que pertencia a lugar nenhum, nunca senti que se caso saísse de casa um dia, teria para onde voltar, um lar... mas agora parece que tenho.
Algo que atravessa rapidamente minha cabeça é a curiosidade pelo assunto de ontem. Ele não tem mulher... Paro a caminhada praticamente congelando meus passos. Não tem ninguém em casa. Se não tem ninguém, tem tempo para eu bisbilhotar.
Giro os calcanhares e volto correndo, o mais rápido que minhas pernas se propõe a mover. Tomo um banho rápido, me troco e me coloco a vasculhar tudo que posso, gavetas, prateleiras, cômodos, mas nada que me chame a atenção, com exceção de dois cômodos: o escritório e o quarto dele...
O escritório chega a ser insuportável de tão organizado, uma estante de madeira de carvalho está disposta ao lado esquerdo da sala, com tantos livros que mal posso contar. Uma mesa grande, também de madeira bem envernizada está no centro da sala e possui um laptop ao centro, com uma agenda metricamente bem posicionada, possuindo canetas e marcadores ao lado. Duas poltronas bege se encontram à frente da mesa e as cortinas tom creme se dispunham atrás da mesa, cobrindo uma janela imensa, que possuía uma vista perfeita da cidade.
Fora isso, alguns quadros de paisagens se espalhavam pelo cômodo, mas nada além disso, sem porta retratos, sem sinais femininos.. nada. Abro algumas gavetas com cuidado e só encontro arquivos organizados por ordem alfabética. Ele é sistemático.
Ao me aproximar dos quadros tenho certeza de que minha boca forma um "o" perfeito. A marcação... Não são só paisagens, são retratos, fotografias autorais. Deixo escapar um sorriso de lado ao ver de quem puxei o gosto, mas logo reprimo, não quero me parecer com ele, não posso.
Me coloco para fora do cômodo o mais rápido que posso e ando alguns passos no corredor, dando de cara para uma porta escura, o quarto dele. Fico um pouco receoso antes de entrar, mas não posso desistir disso agora, além do mais, não sei quando eu ficarei sozinho nessa casa de novo e ja me propus a vir até aqui.
Respiro o máximo de ar que consigo, como se no quarto não houvesse oxigênio, e entro. Não é nenhuma surpresa que o quarto reflita o mesmo aspecto do escritório. Em palavras gerais... É limpo. Arejado. É sem graça. A cara dele.
A cama de casal está com os lençóis bem esticados, como os meus, as cortinas estão abertas, o tapete é bem posicionado, as portas, que acredito serem do closet e do banheiro, estão fechadas e tem um cheiro agradável de lavanda. Novamente sem porta retratos... sem sinais femininos.
Vou até o criado mudo ao lado da cama e tomo a liberdade de fuçar nas gavetas, alguns polaroids soltos, papéis sem importância, remédios para dor de cabeça, nada interessante. Sento no chão sentindo uma frustração absurda, não é possível que esse cara viva em função disso, fotos, dorflex e papelada.
Resolvo entrar no closet, por curiosidade mesmo e fico pasmo quando abro a porta. Eu acertei, parcialmente, meu palpite. De um lado, tanta roupa que eu mal podia mensurar quantas peças tinham, dentre gravatas, paletós, blusas sociais, calças, bermudas, sapatos, tudo aqui é masculino, 0 feminino aqui... mas do outro lado, acomodados em uma pequena estantezinha tinham o que acredito ser álbuns.
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Tudo por ti
Fanfiction🔥Conteúdo adulto🔥 • Enemyes to lovers • Passado duvidoso • Brigas, sexo e conflitos • Triângulo amoroso?¿ • Tóxico Voltar para casa é um processo complexo... Anne, récem saída do reformatório, apresenta problemas com o pai e dificuldades de inte...