Capítulo 6

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Nathan

Porra, bruxa, que merda você fez? Lembrar daquela cena me deixa atordoado, ela não se movia, o irmão dela estava desesperado tentando conversar com ela e nem sinal de vida, eu tomei um puta susto, nunca corri tanto para chegar em algum lugar.

Depois dela medicada, deixei Anne com os pais, que tinham acabado de chegar, dizendo que voltava depois. Precisava de uma blusa, pelo que parece a chuva não vai parar e vai fazer frio, então tenho que estar preparado.

Com 30 minutinhos estou no hospital de novo, me xingando mentalmente, isso vai contra todas as porras das barreiras que criei ao longo dos anos. Mas que se dane, só preciso saber que ela está bem.

Anne não está por perto e as únicas pessoas no quarto são os pais dela e o irmão. Eles parecem estar ensaboando ela. Ótimo, quem mandou ficar sem comer, tomara que tome uma esfola. Quando parece terminar, Noah deposita um beijo na testa dela e eles saem do quarto me lançando um sorriso. Retribuo e entro.

Nathan: Você matou a gente de susto, bruxa.

Julles: A gente? Pensei que eu fosse só uma enxerida pegajosa - ela diz, gesticulando com as mãos, me fazendo rir e revirar os olhos em sequência. Cruzo os braços na frente no peito para olhá-la... linda. Até assim é linda.

Nathan: Você parece bem para alguém que estava desacordada horas atrás.

Julles: Você ficou aqui esse tempo todo? - ela pergunta e eu dou de ombros, me pegou, bruxinha, sento na cadeira ao lado dela - obrigada, pela "carona", fiquei sabendo que você chegou na hora certa, de novo... minha dívida está ficando alta com você.

Nathan: Não usa essa palavra, bruxa, dívida é muito pesado pra essa situação. Eu só fiz o que qualquer pessoa decente faria.

Julles: A carona, talvez. Mas ficar aqui mais de 3 horas... não mesmo. E não é a 1° vez que você diz isso.

Nathan: Só fiquei preocupado...

Julles: Obrigada, Nate - ela diz e o apelido me faz bem. Desse eu gosto - posso perguntar só por que você chegou quase uma hora mais cedo na minha casa? - ela me pegou, eu não tinha uma boa explicação, fui para ver ela, por impulso, menti dizendo que confundi os horários para a Anne, mas se ela está perguntando, obviamente não acredita nisso. Eu a estava reparando a dias e sabia que tinha algo errado, detestava o fato de que algo em mim se preocupava demais com ela, eu mal ligo pra mim mesmo, quem dirá pra outra pessoa. E

Mas essa garota é diferente, ela me procurou, quando ninguém mais fez isso, quis saber minhas dores quando o resto do mundo estava ocupado as causando, ela quis me ajudar, mesmo eu não merecendo.

Eu quis dizer para ela que eu valorizava aquilo, que por mais que a voz dela me desse nos nervos e que a gente nunca consiga manter uma conversa decente sem brigar, eu me preocupava, não sabia por que, mas me preocupava. Eu a queria bem.

Nathan: Achei que se chegasse mais cedo poderia falar contigo - ela segura minha mão devagar e aquele toque faz meu corpo todo tremer por dentro, que merda é essa?

Julles: A gente não agradece por coisas que são feitas espontaneamente...

Nathan: Então você não devia me agradecer por nada - digo antes que possa pensar sobre o que soltei e ela abre um sorriso lindo. Ela ainda está segurando minha mão e tem o toque quente. Sem perceber acabo acariciando com o polegar - a partir de amanhã eu quero você se cuidando, comendo direito, de 3 em 3 horas.

Tudo por tiOnde histórias criam vida. Descubra agora