Capítulo 12

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Nathan

Passo pelo refeitório rápido, parando os olhos na ruiva sentada de costas. Pego meu prato rápido e dois sucos. Coloco o suco na frente dela e me sento ao seu lado, recebendo um olhar grato e um desconfiado dos outros dois.

Faz uns dias que estou sumido, muito sobrecarregado com tudo e precisava de um tempo pra lidar com o processo e tudo mais, sem explodir de vez com eles, apesar de ter me estranhado com Anne uns dias atrás.

- Perderam o cu na minha cara?

Johna: Resolveu dar o ar da graça, pae? - rio de canto ignorando o que ele diz. A ruiva me olha curiosa com um sorriso divertido nos lábios.

Nathan: Fala, Julieta

Julles: Pode me ajudar com as matérias do projeto hoje? - assinto com a cabeça e ela sorri satisfeita

Johna: Vocês dois hein...

Nathan: Nós dois? Não existe nós dois, agora vocês dois... - falo pausado vendo os dois se entreolharem - não brinca comigo, cara, sério? - Johna ri pra mim e eu arregalo os olhos.

Nathan: Como assim, cara? Quando isso?

Anne: Calma calma, não é assim.

Johna: Não tem nada, a senhora encrenca que uns dias atrás teve uma crise de ciúmes - Anne o fuzila com os olhos, atraindo os olhos de Julieta e os meus

Anne: Você é um imbecil - esbraveja, dando um tapa na mesa, ela se levanta em sequência, pegando a mochila e saindo da mesa

Johna parece meio perdido, sem entender. Homem é um bicho pamonha mesmo, sempre fazendo merda

Johna: O quê que eu fiz?

Nathan: Cê não dá uma dentro, né, mané?

Ele se despede, pegando as coisas e correndo atrás da loira em seguida, deixando nós dois a sós. Encaro a ruiva pelo canto do olho a vejo distante. Tem algo errado.

Nathan: Ei, tá tudo bem, bruxa?

Julles: Tudo, só estou um pouco sem apetite - ela diz e se levanta, sendo parada pela minha mão.

Parabéns Nathan, você também é um imbecil. Sei que o que eu disse a incomodou, mas "nós" não existe, e eu não quero que exista, estou bem como estou, sem sentir nada por ninguém, além de desejo.

Mas ela não sai da mesa até comer tudinho que está no prato. Ela me encara com raiva quando a puxo pra sentar de novo, me fuzilando.

Nathan: Não sem comer antes

Julles: Você não controla o que eu como

Nathan: Claro que controlo, sou seu despertador, esqueceu? - ela vira os olhos, ameaçando sair, quando enrolo sua cintura com o braço, a puxando pra mim.

O refeitório cessa aquele barulho de vozes e sei que estão olhando pra gente agora, mas meus olhos estão em um único lugar. No rosto da garota na minha frente.

Nathan: Come

Julles: Me. Deixa. Em. Paz - diz entre dentes, ainda me encarando com o nariz impinado. Olho em volta pegando vários olhos em nós dois.

Nathan: Perderam alguma coisa aqui? - minha voz é alta, grave e sem um pingo de paciência, fazendo todos conterem os olhos, exceto o maior erro que eu podia cometer na vida. Alyssa encara nós dois com olhos de poucos amigos, como se pudesse arrancar meus olhos com suas grandes unhas de gel.

A ruiva é a única que mantém o queixo erguido em desafio, como se me transpassasse, ela vê meu corpo e alma.

Nathan: Deixo, assim que você comer - ela encara o prato com raiva, pegando o garfo - pode ficar com raiva de mim, bruxinha, mas só estou tentando cuidar de você - sinto seus pelos se arrepiarem enquanto ela leva o 1° garfo até a boca.

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