Capítulo 19

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Anne

O clima de casa está muito estranho desde minha última discussão com meu pai, voltamos ao nosso normal e embora eu já estivesse acostumada com essa barreira que sempre existiu entre nós, admito que estou me sentindo incomodada, estou sentindo falta...

Elloa não se pronuncia sobre e aquela vadia me olha com um semblante vitorioso, diferente do rosto assustado que peguei dias atrás quando o brabarrás estava com as mãos em volta do pescoço da.

Estou tentando manter a calma, mas sei que minha paciência é limitada, e ultimamente não estou conseguindo mantê-la com ninguém, exceto a ruiva. Ela é um ponto de paz, que chegou num momento crucial, não sei se conseguiria atravessar isso sem ela.

A cada dia sinto nossa conexão se intensificar e nosso laço de fortificar.

Ela e Johna tem me ajudado muiro com toda essa situação, embora eu não consiga contar a Johna sobre isso. Nào é que não confio nele, apenas não me sinto confortável.

Desde aquele dia estou me propondo a pensar em alguma forma de expor aquela cachorra, mas por ora, estou me contentando com o desconforto dela na minha presença, é bom mesmo que ela se sinta incomodada comigo, porque o que é dela está guardado.

Marquei de encontrar Johna num café aqui perto, precisava sair um pouco de casa e a última vez que interagi com alguém foi a uns dias atrás, quando Julles esteve aqui, foi tão bom. Ficamos próximas de uma forma diferente, e aos poucos, notei que o desforto do início sumiu. A nossa proximidade não me incomoda em nada, mas ela pareceu um pouco inquieta, então preferi dar um espaço. Não podemos entrar em conflito agora, eu preciso dela, muito. Não posso perdê-la também.

Estou tão sobrecarregada quanto os demais, não estamos nos vendo com tanta frequência como no começo e eu já terei de começar a me preparar para fazer provas daqui uns dias.

Com o sumiço do Nathan e a ida dele para Nova York, as coisas estão meio estranhas, eu nunca tinha reparado que a ausência dele causa um certo buraco no nosso grupinho. Mesmo ele se mantendo mais recluso e poupando ao máximo usar a educação com a gente, ele parece fazer bem à Julles e ela, mesmo sem admitir, parece sentie falta dele.

Quando paro para pensar sobre isso, um certo desconforto me invade, não sei explicar ao certo o que é, penso as vezes que os dois não são compatíveis e que Julles está melhor sozinha do que na companhia dele, que não se mostra confiável ou sequer estável, sinto que ele não a merece.

Conversamos sobre isso algumas vezes, mas ela sempre dá a entender que não pretende ter absolutamente nada com ele, que o que está acontecendo é algo físico, e eu acredito mesmo que talvez possa ser, mas a forma com que ela se preocupa com ele... não sei. Sinto que vai além de amizade ou só pegação, mas por enquanto, ela está feliz como está, se alimentando corretamente e dessa vez o moreno fez a gentileza de não sumir completamente e comunicar onde está, o que para mim, é um avanço, então estou me deixando de fora, guardando meus pensamentos para mim mesma, até porque, apesar de sermos amigas, eu não pretendo controlar o que ela deve ou não fazer com a própria vida.

Caminho em passos largos para encontrar o Johna enquanto repasso tudo que vem acontecendo nos últimos tempos. O vejo de longe e reconheço esse cabelo encaracolado, ele está de costas para mim e faço questão de me aproximar gentilmente e pousar as duas mãos sobre seus olhos, sem deixar que me veja.

Anne: Adivinha só quem é?

Johna: Por um acaso seria uma loira, muito linda, dona do meu sorriso? - ele fala com humor e eu gargalho, ele é fantástico, é tão carinhoso e presente, não consigo ficar mal perto dele, nossas conversas são sempre animadas e descontraídas.

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