Capítulo 40

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Anne

Tento o acertar mas novamente ele desvia com facilidade, mostrando o quanto é fácil me prever. Admito que antes isso me deixava muito irritada, mas ao poucos perdi aquela sensação de explosão e consegui me conter bem mais.

Nathan: Não briga com os punhos, Anne - ele fala calmo, eu nunca o vi irritado comigo, ou impaciente, por mais que eu tenha explodido várias vezes e tentado quebrá-lo.

Fico aliviada dele estar me ajudando, sinto que aprender a controlar essas emoções pode me ajudar em tudo, na faculdade, em casa, com o fato de eu me aceitar melhor, reaprender a gostar de mim e claro a me reaproximar da ruiva, que nos últimos dias tem pisado em nuvens.

Vi um humor melhor nela, principalmente relacionado a mim, estou me sentindo cada vez mais confortável para me aproximar dela, tenho feito coisas simples como guardar o lugar dela no refeitório e pegar o suco. Até perguntei sobre a alimentação mas o Nathan parece ter se adiantado.

Talvez eu estivesse enganada e os dois são só amigos, por mais que eu saiba que eles se embolem, o mundo já avançou, tem vários casos de amigos que ficam.

Apesar de eu saber que ele possa cultivar sentimentos mais intensos por ela, sei que eu e Julles temos toda uma carga emocional, além da nossa amizade e de tudo que construímos juntas, sei que nossa conexão é forte.

A cada dia mais me certifico de que dessa vez não estou me precipitando nem confundindo tudo, não consigo tirá-la da cabeça, a presença dela é suficiente para iluminar todo o meu dia e um simples toque dela energiza meu corpo todo. Sou louca por ela. Sou louca por ela desde o primeiro contato. E agora ela sabe disso.

Nathan: Alguém está de bom humor - ele diz em tom brincalhão, me fazendo rir, socando o braço dele de leve.

Conversamos muito esses dias, sobre os pontos de pressão, que me ajudaram em diversas situações para controlar minha raiva. Ao que parece os pontos do pulso, ombros e coxas são os mais intensos, capazes de desarmar alguém e a nós mesmos.

Hoje sei que se explodir com alguém ao ponto de bater de verdade, foi por pura vontade, porque consigo controlar e direcionar a raiva, canalizá-la e convertê-la.

O controle da respiração foi o que eu tive maior dificuldade, sempre perco a linha e quando me dou conta mal posso respirar direito, recorro a respiração pela boca e ela é a menos indicada quando você tenta reprimir a raiva.

Estamos trabalhando a alguns dias os golpes diretos, não é como se eu precisasse deles, mas o Nathan parece se divertir com o fato de eu não poder tocá-lo, é um entretenimento para ele e para mim.

Nos aproximamos bastante e posso dizer que até gosto dele, acabamos compartilhando algumas coisas pessoais, nada muito intenso, mas o suficiente para criar um laço entre nós.

Corro em casa, tomo um banho rápido e desço correndo as escadas, tenho aula as 10 e estou quase atrasada. Chego voando na universidade e a aula passa rápido, terei prova na semana que vem, então preciso estudar.

Meu próximo horário é apenas às 14 então da tempo de passar na cantina e comer algo. Ando em passos rápidos, mexendo na bolsa, quando sinto meu corpo bater contra alguém.

Anne: Opa, desculpa! - digo rápida mas quando vejo de quem se trata meu estômago embrulha - retira as desculpas - me prontifico a continuar andando mas sou interrompida por uma mão que agarra meu braço

Tudo por tiOnde histórias criam vida. Descubra agora