Tudo por ti

Capítulo 7

Julles

Ele ainda está tocando meu cabelo e sua mão está quente na minha cintura, as coisas com ele parecem ser mais simples e eu gosto de simplicidade.

Nathan: Pelo que vi você e a Anne acabaram se estranhando mais cedo. Quando saí ela estava lá e quando cheguei não estava, tenho certeza de que ela não te deixaria lá sozinha – ele diz ainda com os braços em volta de mim. Me desvencilho aos poucos, ficando com o rosto a centímetros do seu. Estou frágil, ele está presente e perto, sinto o calor e o conforto, mas não posso me arriscar a beijá-lo, por mais que eu saiba que não iria me arrepender, não sei o que isso causaria entre a gente.

Julles: Sim... preferi ficar um pouco longe dela por enquanto - ele me encara atento, novamente o clima tenso, a cena do hospital volta à minha cabeça. Como pode nós dois nos atraímos desse jeito? Eu estava agora a pouco falando de Anne para ele. Ele desvia o rosto por um segundo, quando percebe o quão próximos estamos

Nathan: Desculpa, eu não quis - eu sei que não, mas não consigo evitar, puxo seu rosto pra mim, roçando nossos narizes, ele me sobe no colo, tocando minhas coxas de forma firme, desliza a mão para minhas costas, invadindo minha blusa. Não ligo, o toque dele é bom - porra, por que você tem que mexer assim comigo? - diz entre dentes, com a boca roçando na minha. Sinto os lábios dele, o corpo dele.

Somos chamados com um toque na porta: Noah. Rapidamente Nathan me desce, se colocando de pé, numa distancia segura. Noah para no batente e pede licença ao Nathan, que passa por ele, acenando a cabeça.

Noah: Fico feliz que esteja bem, minha tempestade.

Julles: Você não me chama assim desde os 10 anos – falo com um semblante brincalhão, adoro esse apelido. Antes ele me chamava assim só para implicar comigo, por causa do medo da chuva, mas agora isso só é algo muito bom de ouvir, mas que aos poucos ele foi abandonando.

Noah: Precisamos conversar

Noah: Julieta, vim me desculpar contigo. Acabei transferindo minhas frustrações para você... Sei que toda a mudança foi exaustiva para você também, mas me senti no direito de ficar chateado e descontar isso em você. Depois da nossa última conversa isso rodou na minha cabeça mas não sabia como chegar pra você e falar sobre isso.

Noah: Tenho observado você a anos, maninha, eu enxergo você, eu tenro cuidar de você, mesmo quando não o que fazer.

Noah: Sem querer acabei ouvindo um pedacinho da sua conversa com o Nathan e partiu meu coração. Você é a minha irmãzinha, lembro como fiquei eufórico quando a mamãe disse que estava grávida de você, eu sempre quis uma irmã. Você foi o meu melhor presente, Julieta, é uma das coisas mais importantes que eu tenho, nem por um segundo pense que eu odeio você. Estou me odiando agora por ter feito você pensar isso, eu só quero o seu bem, quero te ver saudável e sendo esse cavalo que você é.

Noah: Nós vamos ficar bem acima de tudo e eu sempre estarei do lado para tudo. Somos você e eu contra o mundo... Eu te amo demais – o abraço tão forte que me falta ar, ele retribui me encaixando em seu ombro e um peso sai de mim. Eu tenho 8 anos de novo e choro com ele porque as garotas implicaram comigo. Noah foi o meu primeiro amigo de verdade, criamos um laço forte, sei que ver a irmã caçula dele numa maca, quase morta mudou algo dentro dele, isso marca a gente de um jeito ou de outro. Mas estou feliz que ele está aqui, tanro quanto estava quando abri os olhos e o vi pela primeira vez.

Nos soltamos aos poucos e ele continua – acho que tem mais alguém bem preocupado com você também, ta rolando alguma coisa no ar? - ele pergunta malicioso me olhando com uma cara sugestiva

Julles: Beijei minha amiga, ela se afastou, conversamos no hospital e agora estou em crise. Nathan é só um amigo, ou nem isso, não sei, ainda estou meio ablu ble ble das ideias, e parte desse fato me faz pensar que ele é bem gostoso e poderia acabar comigo na cama – falo rápido e Noah parece se engasgar, mas depois ri. Desgraçado.