Capítulo 25

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Julles

Finalmente vou ter tempo para descansar, a atlética de direito resolveu fazer uma festa temática, deixando aberto ao público a reprodução de fantasias baseadas em qualquer filme, série ou outra produção cinematográfica.

Eu acho o máximo essas ideias, fiquei tão empolgada que propus ao grupo que usássemos fantasias combinando ou algo do tipo, como alguma animação. Mas desde que tivemos a última conversa pessoalmente, Anne está um pouco esquiva de mim, estou com esperanças nessa festa para que possamos nos acertar também.

Ela acabou complicando um pouco meu plano das fantasias combinando, mas Nathan salvou completamente, quando aceitou ir comigo, decidimos ir de Sr. e Sra. Smith, já que é mais prático para arrumar as fantasias. Por algum motivo achei inteligente propor que ele se arrumasse comigo, já que está sem moto e Noah está com a Maitê, finalmente, e eles também irão, podem nos dar carona.

Johna e Anne nos encontrarão lá . Passam das 19, quando ouço a campainha tocar, desço despretensiosa, abrindo a porta e dando de cara com Nate, que abre um sorriso largo. Dou espaço para ele, vendo-o passar por mim.

Julles: Errou a hora, foi?

Nathan: Estava entediado. E assim, aproveito pra ficar um pouco sozinho contigo - me olha malicioso e eu tremo inteira, causando diversão a ele. Passo a frente, vendo-o me acompanhar, e ao atravessamos o hall, noto ele olhando pra sala do piano de novo.

Julles: Qual é a sua com o piano? - falei tão ligeira que lhe causei um pequeno susto, ele me olha divertido, quase como se pensasse se vai ou não me contar.

Nathan: Sou bom com as mãos, ruiva

Julles: Você toca? - tento não parecer tão surpresa, mas falho

Nathan: Que feio, Julieta, julgando por estereótipos - ele fala num tom sério, mas sei que está brincando.

Julles: Essa eu quero ver - digo, pegando-o pela mão e o conduzindo até o banquinho de frente pro piano - meu pai comprou assim que nos mudamos para cá, eu acho lindo, mas nunca consegui aprender, acho que meu negócio mesmo é a guitarra - vejo ele me olhar curioso - não me enrola, estou esperando.

Ele solta o ar pelo nariz, com humor, tira a bolsa atravessada em seu peito, colocando-a perto da cadeira e parece pensar em algo para tocar. Como num estalo ele parece ter uma ideia e começa suavemente a deslizar os dedos pelas teclas, o som invade a sala e ecoa pelos demais cômodos. Reconheço a melodia e sorrio automaticamente quando ele me olha.

Julles: Crepúsculo.

Nathan: Você disse que gostava, então acabei ficando um pouco mais atento às notas - ele diz, ainda tocando e eu coro com o comentário.

Ele desvia os olhos para mim rapidamente e sorri. Que sorriso... sinto o ar dos meus pulmões sumirem aos poucos e ele vai finalizando - posso te ensinar o básico - devo estar sorrindo feito uma pateta agora, sinto minhas bochechas reclamarem com o tamanho do meu sorriso.

Me ajeito ao lado dele e levanto um pouco as mãos, pousando-as pelas teclas. Ele levanta e pousa atrás de mim, encaixa o peito nas minhas costas, me fazendo sentir boa parte do seu corpo me tocando, ele é quente, reconfortante e seu cheiro me atinge como uma droga alucinógena.

Ele passa as mãos ao meu redor, pousando seus dedos delicadamente sobre os meus, conduzindo-os para algumas teclas. Ele me ensina uma canção infantil primeiro, demonstrando, mas quando tento reproduzir falho miseravelmente, a respiração dele perto do meu ouvido e do meu pescoço estão causando arrepios em lugares que eu nem imaginava conseguir sentir.

Sinto um incômodo entre as pernas e as movo desconfortável. Ele não parece notar, pois repete os movimentos, dessa vez sem dizer nada, e consigo me concentrar melhor.

Tudo por tiOnde histórias criam vida. Descubra agora