Anne
Me desvencilho dele com calma, me certificando que ele pode respirar direito. O incentivo a inspirar e expirar junto comigo e aos poucos ele vai se acalmando. Me olha confuso com os lábios entreabertos e posso sentir que ele está se perguntando o que foi que deu na minha cabeça para beijá-lo assim.
Anne: Você precisava se acalmar. Uma das formas mais eficazes de regular a respiração durante uma crise é parando de respirar por um momento - falo serena - mas você não parava de buscar o ar, então tive que te obrigar a parar. Quando te beijei você prendeu a respiração...
Nathan: Obrigado - ele diz baixo, já com a respiração tranquila. O abraço devagar, sendo retribuida.
Ultimamente está tudo se encaixando tão bem, meu pai está de paquera, quase não dorme em casa e quando dorme, fazemos o máximo de refeições possíveis juntos, consegui me organizar na universidade e Nathan e eu estamos bem.
Me destrói como parece que só eu estou começando a me reerguer. Embora eu não tenha superado Julieta, e acredito que não superarei, consegui lidar melhor com o fato de que nós duas somos pessoas distintas, que não irão ficar juntas. E tudo bem. O perdão de Nathan significou muito pra mim e a amizade dele tem me valido cada segundo. Ver ele tão abatido acaba comigo, gostaria de poder ajudar de alguma forma, mas me sinto de pés e mãos atadas.
O máximo que pude fazer foi ficar ao lado dele, ajudar a procurar tratamentos alternativos pra tia Marta e uma clínica especializada pra Erika. Encontramos um especialista pro caso dela em NY, Nathan ficou de ir conversar com ele nas férias. Estou tentando convencê-lo a distribuir as provas ao longo dos dias mas ele está teimando que quer acabar com isso logo, e em partes, eu entendo a pressa.
Comemos juntos e dou uma carona até a universidade, não falamos sobre o episódio e não estamos incomodados na presença um do outro. Melhor assim.
. . .
Eu não acredito que ele realmente fez 11 provas em dois dias, e mais, ele ainda vai levar tia Marta ao médico. Esse cara é indestrutível.
Não... Sei o que está fazendo e não gosto disso, sei que quando ele parar vai desabar.
Temos um intervalo de umas 2 horas até ele ter que ir, então o convenci a tomar café comigo, está começando a chover, quando vemos o 1° raio cruzar o céu. Ele deixa o ar sair pelos pulmões, chamando minha atenção.
Anne: Dia difícil?
Nathan: Vida difícil - ele faz uma pausa - pelo menos agora vou ter tempo pra pensar com calma, tirar um tempo pra mim, ficar com minha mãe, me aproximar do meu pai...
Anne: Ei - ele me olha e só então posso notar o quão acabado ele está, olheiras, aparência abatida, está exausto - as coisas não vão ficar ruins pra sempre, Nathan, sua balança há de se equilibrar e você vai ser muito feliz - eu acredito fielmente na teoria de que a vida funciona como uma balança espiritual ou algo do tipo, sempre que você tem um pico de felicidade, ela manda algo ruim, para que haja equilíbrio, não há como ser sempre feliz, isso é impossível. Da mesma forma não há como ser triste pra sempre, a vida da um jeito de se equilibrar as coisas - sempre vou estar do teu lado, mané - ele sorri pequeno, retribuo, mas ambos viramos o rosto até o raio que acabara de romper o céu. O barulho alto do trovão me dá calafrios, o que é incomum, eu não tenho medo de chuva.
Nathan: Como você acha que ela está?
Anne: Como?
Nathan: Julieta... ela deve estar assustada agora. - verdade, Julles tem medo da chuva - será que ela está bem?
Anne: Não sei, moreno, não tivemos contato desde aquele dia no hospital. Preferi me manter afastada desde então - ele concorda com a cabeça suavemente, mas vira o rosto pra chuva, que começa a cair violentamente - Nathan? - ele me olha - não! Nem pensa!
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Tudo por ti
Fanfic🔥Conteúdo adulto🔥 • Enemyes to lovers • Passado duvidoso • Brigas, sexo e conflitos • Triângulo amoroso?¿ • Tóxico Voltar para casa é um processo complexo... Anne, récem saída do reformatório, apresenta problemas com o pai e dificuldades de inte...