Capítulo 2: Eu prometo.

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De volta a 1995...

No dia seguinte.

Juliette arrumava seus longos cabelos em tranças feitas por sua mãe.

Fátima: tu tá linda minha princesa.

Juliette: mainha... Eu e Rodolffo não somos mais amigos, não tenho quem me leve ao ponto de ônibus. - disse sentida a pobre menininha.

Fátima: mais minha fia, cês brigaram foi?

Juliette: ele me chamou de chata. Estou triste.

Fátima: já já passa. Vocês não se desgrudam.

Juliette: eu sempre achei que eu e ele era um só. A mesma coisa mainha, Rodolffo não é como eu.

Fátima: não minha menina. Ele não é igual a você, mas desde de pequenos vocês se gostam muito. Ainda lembro dele pegando você no colo, era uma coisa tão fofa.

Juliette: não sei mainha... - ela tinha o coração entristecido pelo amiguinho.

Até que elas escutam a chamada habitual de Rodolffo.

Rodolffo: Julie... Já tá perto?

Fátima: olha aí... Quem veio te buscar.

Juliette: mainha...

Juliette correu para o portão de casa e lá estava seu amigo.

Juliette: eu pensei que você tava com raiva...

Rodolffo: desculpa eu Julie? Minha mãe me fez dormir de côro quente  ontem... Ela viu tudo.

Juliette: bem feito. - ela sorriu para ele. - eu vou pegar minha bolsinha.

Eles saíram de casa como sempre fizeram. Fátima confiava muito em Rodolffo para cuidar de Juliette, mesmo ele sendo um menino de apenas 8 anos. Ela sabia que ele era protetor e muito cuidadoso com sua filha. Juliette tinha a ele como um irmão e ela achava aquilo muito bonito.

...

Passagem de tempo...

Ano 2001.

Rodolffo já contabilizava seus 13 anos e Juliette acabara de fazer 12 anos.

Eles tinham uma relação bem sólida nesse tempo e eram confidentes. Tinham toda a inocência das crianças pré-adolescentes.

Juliette estava verdadeiramente entristecida naqueles últimos dias, e Rodolffo estranhou por que era dezembro, e ela amava aquele tempo, era o seu mês preferido em todo o ano, mas nesse ela não se mostrava muito animada.

Não havia nada de errado com ela, pelo menos nada que saísse do esperado para uma mocinha de 12 anos, mas sua cabecinha ingênua não conseguia entender por que mulheres sangravam e por que ela havia chegado tão cedo nessa etapa. Ela sabia que Rodolffo era menino, isso não ia acontecer com ele.

Rodolffo: Julie, por que tu tá assim tão triste?

Juliette: eu não gosto de ser menina. - ela falou brava. - eu queria ser que nem você.

Rodolffo: mas você é igualzinha a mim... Sempre foi. - ele disse sem saber de nada do que ela sentia.

Juliette: eu não sou Rodolffo. Olhe pra mim e pra tu. Tem muita diferença aqui. Eu me sinto muito triste por isso. - ela realmente se sentia.

Rodolffo: Não fica assim não... Por favor.

Os anos fizeram de Rodolffo um menino gentil e paciente. Era muito raro retirar isso dele, já Juliette era o seu oposto, sempre foi mais agitada.

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