Capítulo 41: Vamos conversar - 2

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Rodolffo sentia o coração apertado com o quê diria a Juliette e ela em contrapartida sentia o coração doer só de lembrar as coisas que seu pai disse sobre o homem que ela ama.

Rodolffo: ontem eu não quis te falar mais eu descobri quem me mandou o convite. - ele achou que esse assunto fosse um pouco mais suave para iniciar.

Juliette: quem fez isso Rodolffo? - ela disse já se sentindo abalada.

Rodolffo: minha mãe. - ele disse diretamente.

Juliette ficou estática com aquela revelação. Agora ela tinha mais raiva de Vera do que nunca.

Juliette: ela me odeia, não é mesmo? Eu só gostaria de saber o quê fiz pra sua mãe.

Rodolffo: calma... Me escute. Ela não fez com o intuito de te prejudicar. Bella me falou que foi um plano desesperado para que se eu ainda te amasse, não deixasse o casamento acontecer e principalmente para que eu voltasse. No fundo Julie, eu só estou aqui por causa desse convite.

Juliette: eu sei... Tu achava que eu te abandonei, não é? Ah que raiva. Eu nunca pude responder nenhuma carta tua... Será que não foi a Vera que pegou as cartas?

Rodolffo: não amor... Nisso aí minha mãe não tem culpa.

Juliette: não bote a mão no fogo por sua mãe, ela que te levou a ir para São Paulo. Eu ainda não a perdoei por isso.

Rodolffo respirou fundo e tomou a coragem necessária para dizer a sua amada quem de fato pegou as cartas que ele enviava.

Rodolffo: amor, não estou defendendo minha mãe por que ela também é culpada, mas não foi ela desta vez. Eu tenho certeza absoluta, por que quem fez isso me disse olhando nos meus olhos.

Juliette levou as mãos a boca.

Juliette: foi teu pai?

Rodolffo: não. Mas foi o teu.

Juliette: quê? - ela respondeu se levantando da cama e com os olhos arregalados. - meu pai?

Rodolffo: ele me confessou Julie. Eu te juro.

Juliette: por que ele fez isso?

Rodolffo: por que eu te fiz sofrer... Por que ele não me julga como homem e sim como moleque. Ele parece me detestar e até me ameaçou.

Juliette: Meu amor... Era isso que eu ia te contar. Eu nem sei o quê te dizer.

Rodolffo: eu não esperava isso vindo dele. Não mesmo.

Juliette: e eu te digo o quê? - Juliette cobriu as mãos com o rosto e começou a chorar. - como meu pai foi capaz Rodolffo? Ele viu tudo... Por que não me entregou as cartas? Por que meu Deus?

Rodolffo: ele tinha esperança que fazendo isso você ia me esquecer.

Juliette: ôh Rodolffo... por que tudo isso? Tanto sofrimento por nada. 

Rodolffo: eu já me perguntei isso tantas vezes, mas por fim eu conclui... Julie, o quê não nos destrói nos deixa mais forte. E assim aconteceu conosco. O tempo, a distância, os acontecimentos ruins, a dor, tudo isso era para nos afastar. Mas mesmo a muitas milhas de distância a gente nunca se esqueceu. O quê vivemos continua mais vivo que nunca. Os ventos contrários só nos trouxeram para o mesmo lugar, de onde nunca devíamos ter saído.

Juliette: me leva contigo para João Pessoa Rodolffo. - ela pediu olhando no fundo dos seus olhos.

Rodolffo: eu te levo para onde tu quiser ir.

Juliette: eu não vou conseguir mais conviver com meu pai... Não por agora, apesar que eu o amo tanto. - ela falou limpando as lágrimas.

Rodolffo: eu também amo meus pais. Eu sou consciente que eles tem parcela de culpa no nosso afastamento e na porção de coisas ruins que sofri, mas eu não consigo ter aquela mágoa profunda. Primeiro por que eu nunca senti isso, nem pelo meu tio que me jogou na rua e segundo por que eu sei que se um dia eu for pai, irei lutar pelo melhor para o meu filho.

Juliette: tu tem o coração tão bom... - ela disse colocando a mão sobre seu peito.

Rodolffo: não é diferente do teu, que também é um coração puro e generoso. Julie, nunca conheci alguém mais especial que você. Aconteça o quê acontecer, de agora em diante seguiremos juntos. - ele falou entrelaçando seus dedos no dela.

Juliette: para sempre... - ela apertou sua mão.

Rodolffo: até que a morte nos separe. - ele selou seus lábios com um beijo apaixonado e depois ficaram ali abraçados.

"O amor quando é verdadeiro, não passa como uma chuva de verão que chega, se derrama e se vai.

O verdadeiro amor resiste a forças contrárias, a dores, distâncias e contratempos.

Não é necessário estar diante do outro para saber que se ama. O sentimento quando é mútuo, não se dissipa ao afastamento dos corpos.

Então, se na sua vida sentir algo assim por alguém, não deixe passar, viva plenamente esse que é o mais nobre dos sentimentos." - Flávia Fernanda.

...

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