Capítulo 26: Flagrados?

291 47 11
                                    

Era julho de 2008.

Mais uma noite que Rodolffo e Juliette se amavam silenciosos no quarto dela e depois ficavam se curtindo antes dele ir embora.

Rodolffo: Julie, eu esqueci de te dizer. Recebi uma proposta de trabalho muito boa, dessa vez na capital.

Juliette: é mesmo meu amor? Tu merece meu lindo.

Rodolffo: se eu aceitar quero casar contigo e te levar comigo, o quê me diz?

Juliette: eu te digo sim amor. Óbvio que eu vou.

Juliette recebeu um beijo apaixonado de seu namorado e ele ficou tão feliz com sua resposta positiva.

Rodolffo: acho que todos vão ficar chocados se a gente casar assim rápido, mas eu não vejo a hora de dividir toda a vida contigo. E também em viver tudo que temos para viver.

Juliette: sim... Eu também quero isso amor, principalmente engravidar. Desejo muito ter um bebê nosso.

Talvez amar como eles se amavam seja taxado de brega, antiquado ou demodê, mas eles só desejavam viver a plenitude daquilo. Eles tinham ideais e sonhos similares e o sentimento deles os guiava para a realização de todas essas coisas. Eles não queriam muito, não sonhavam tão alto, seus desejos eram simples aos olhos de muitos, ter uma relação feliz e uma família construída era maior que qualquer coisa na vida.

Eles trocaram carinho por um tempo e logo depois ele se vestiu e já ia saindo do quarto quando alguém bateu no quarto. Isso nunca havia acontecido, em mais de um ano de visitas.

Rodolffo ficou estático e Juliette tensa. O quê eles fariam agora?

Fátima: minha filha... Tá tudo bem?

Juliette: mainha?

Fátima: sou eu... Tá tudo bem Juliette? Eu escutei uma pancada. Tu caiu?

Rodolffo se escondeu e pediu para que ela abrisse a porta.

Juliette estava nervosa, mas abriu.

Fátima: Juliette... Cê tá pálida? Que batida foi essa aqui mulher fale.

Juliette: mainha, tu sabe que eu sou um pouco sonâmbula. Acordei e ia ao banheiro, então tropessei e cai. - ela tinha que inventar algo depressa.

Fátima: mas tu tá bem mesmo? - a mãe seguia desconfiada.

Juliette: estou sim, bem. Pode voltar a dormir mainha. Boa noite visse, te amo.

Ela depositou um beijo no rosto da mãe e Fátima saiu do quarto. Juliette ficou apoiada na porta ofegante. Se sua mãe soubesse que ela trazia o namorado para dentro de casa ia te matar, e seu pai até a expulsaria de casa. Aquilo tudo era errado e ela sabia.

Rodolffo a puxou para um abraço e ela repousou sua aflição ali.

Juliette: foi por pouco amor.

Rodolffo: sim... Foi. Temos que acabar com essa situação. Dia menos dia podemos ser pegos e vai ser aquele escândalo. Eu não quero isso para nós. Não quero isso para você, por que sempre julgam a mulher. E tu não merece sofrer Julie.

Juliette: obrigada por pensar em mim. - ela continuou abraçada nele.

Rodolffo: eu quero que você comece a se organizar. Se tudo der certo, eu peço sua mão em casamento daqui para o meu aniversário de 20 anos e caso contigo o mais breve possível, até mesmo antes de tu fazer 19 anos.

Juliette: e a sua família?

Rodolffo: eles vão aceitar. Minha mãe agora está com o salário em dia e meu pai entrou com uma causa na justiça para conseguir uma aposentadoria ou auxílio doença. Eles vão ficar bem sem mim, tenho certeza.

Juliette: eu vou me preparar. E se Deus quiser tudo dará certo.

Eles eram sonhadores e Rodolffo também era determinado. Talvez as situações tivessem levando ele para esse caminho, mas era o caminho mais certo. Ele é um apoio muito forte para sua família, mas teria chegado o tempo de construir suas próprias coisas e ele não adiaria mais aquele momento. A proposta em João Pessoa daria para ele viver bem, não com luxos, mas manteria um lar e sua família alimentada com toda certeza e quem sabe, ele não conseguisse outras coisas por fora para se manter mais estável. Coragem de trabalhar não lhe faltava, então ele julgava que seria um bom chefe de família ao lado do grande amor de sua vida.

...

O conviteOnde histórias criam vida. Descubra agora