De volta a 2007.
Esse ano correu depressa para o jovem casal, ambos estavam felizes com mais um ano de namoro que se passou e desta vez eles se sentiam completos e plenos, podendo estarem juntos sem serem escondidos.
A única coisa escondida eram os encontros noturnos deles, isso continuava em segredo, mas era tão bom amar perigosamente, assim pensava Juliette.
Mas eles também tiveram noites de amor tranquilas, isso acontecia quando eles diziam a família que iriam a alguma festa e aproveitavam para dormir juntos em algum hotel afastado. Era o maior luxo que Rodolffo se dava e ele trabalhava duro para arcar com isso. Tudo valia a pena por uma noite de amor com sua amada e ele era só alegria no dia seguinte.
Na festa do Natal, eles ficaram poucas horas no centro e logo depois pegaram uma condução para o lugar de costume deles, não era um lugar luxuoso, mas era o suficiente para que eles ficassem mais intimamente e pudessem se dá ao prazer de ter um momento mais ousado. Já que no quarto de Juliette tudo tinha que ser no silêncio, mas aquilo era excitante na mesma proporção. Rodolffo imaginava que nada na vida seria melhor do que amar e ser amado, ele sabia da sua sorte e da sua felicidade.
Naquela madrugada depois de fazerem amor, Juliette se encontrava abraçada no namorado. Ela tinha uma certa preocupação no olhar e Rodolffo já havia lhe questionado sobre isso, foi aí que ele sentiu que ela molhava seu peito com suas lágrimas.
Rodolffo: Julie, por que está chorando? Eu te machuquei?
Juliette: não meu amor. Tu não me machucou. - ela disse enxugando as lágrimas.
Rodolffo: e o quê aconteceu?
Juliette: tu promete que não vai brigar? - ela tinha muito medo de sua reação diante do que iria lhe dizer.
Rodolffo: eu não vou brigar. O quê tá acontecendo? Tenho notado tu muito tristinha ultimamente.
Juliette: amor...
Rodolffo: sim...
Juliette: eu estou... - ela deu um longo suspiro - atrasada. Tenho medo de estar grávida Rodolffo.
Rodolffo não podia acreditar no que estava ouvindo. Acariciou o rosto de Juliette e lhe deu um beijo na bochecha.
Rodolffo: é sério meu amor? Desde quando?
Juliette: tem duas semanas e tu sabe que a gente vacilou.
Rodolffo: eu sei e foi gostoso e intenso.
Juliette: sim... Foi incrível, mas sabemos que isso pode ter consequências.
Rodolffo: a melhor consequência da vida. - ele disse lhe dando um beijo estalado.
Juliette: Rodolffo, não é tão simples assim. Tu tem um fardo enorme nas costas e eu agora estou tentando cuidar da saúde de mainha. É muito difícil meu amor. Estou com tanto medo.
Rodolffo: tu não quer o bebê? - ele perguntou triste.
Juliette: eu desejo muito ser mãe, mas não queria que fosse agora. Eu acabei de fazer 18 anos e tu só tem 19. Vai ser muito complicado. Não temos estrutura alguma para uma criança agora.
Rodolffo: eu trabalho o dobro, o triplo. Mas eu juro que não vou deixar faltar nada para vocês.
Juliette: eu não quero que tu morra de trabalhar Rodolffo. Olhe só para você, ultimamente tem perdido peso, esse trabalho é escravo demais. Estou vendo tu se acabar de tanto trabalhar.
Rodolffo: não pensa nessas coisas. Eu estou feliz. - seu coração realmente só tinha alegria. - Quando você pensa em fazer um teste?
Juliette: não sei... Estou sem coragem de fazer... - ela disse se encostando de novo nele.
Rodolffo: se quiser fazer amanhã, eu compro e a noite fazemos. Não fique assim meu amor. Já imaginou se for verdade? É o melhor presente da vida, da nossa vida. É uma benção de Deus Julie.
O coração de Rodolffo estava tão alegre que ele dormiu junto da namorada nas nuvens. Ele só queria que as suspeitas se confirmassem, mesmo diante das dificuldades, ele amaria ser pai.
...
Na noite seguinte, ele chegou no quarto de Juliette no mesmo horário de sempre e trouxe consigo um teste de gravidez. Ela iria conseguir tirar a prova da dúvida que os consumia.
Rodolffo: eu comprei para que você faça. - ele entregou a sacolinha animado.
Juliette: amor, não é mais necessário. Eu estou naqueles dias... Chegou assim que cheguei em casa. - seu semblante era sereno e ela o abraçou.
Rodolffo por sua vez sentiu o peso da ilusão e seu brilho sumiu. Sim, ele desejava de todo o coração que ela estivesse grávida.
Juliette: não fique assim meu amor. Somos jovens, quando a gente casar, eu te prometo que teremos filhos, também quero isso tanto quanto você.
Rodolffo: tudo bem Julie. - ele a abraçou mais forte, só assim aquela angústia se dissiparia.
Juliette estava certa, ele concluiu. Ele que era emocionado e precipitado. E ficou o alerta, deviam se cuidar mais e ele faria como ela lhe pediu.
No futuro, quando tudo estivesse bem e no lugar, eles poderiam planejar uma nova vida e assim construir a tão sonhada família.
...
