Capítulo 57: Amanhecendo sozinho.

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Rodolffo se refugiou na enorme copa da árvore que era deles. Ali ele pôde ter seu equilíbrio renovado e crer que tudo isso passaria. Que as discussões passariam e que ao fim do dia eles voltariam para cada e lá Juliette se recuperaria plenamente.

...

De volta a casa dos pais de Juliette.

Juliette: mainha... Talvez eu não vá para João Pessoa hoje. Tem algum problema se eu ficar aqui por pelo menos uma semana?

Fátima: claro que não. Mas estava tudo certo para a gente ir, o quê aconteceu?

Juliette: Rodolffo e eu, claramente não estamos na bem... Acho que é melhor ficarmos um pouco longe. Vai ser bom para nós.

Fátima: nossa... Ele vai ficar super triste. - disse sua mãe de cabeça baixa.

Juliette: mas ele vai entender. Ao menos não vou ter que subir escadas. Tenho certeza que ele terá compreensão. Falando nele, ainda não voltou?

Fátima: ainda não Juliette.

Juliette já estava ficando preocupada. Já havia mais de duas horas que ele havia saído e ainda não retornou.

Até que ao fim da tarde ele entrou no quarto.

Vê Juliette ainda de camisola e sem apertar estar arrumada, deixou Rodolffo apreensivo. Tinha poucas horas de sol e ele não gostaria de viajar a noite com elas.

Rodolffo: Julie... Tu vai assim mesmo? Temos que sair antes do cair da noite.

Juliette: Rodolffo, sente-se aqui, por favor. - ela fez mensão para que ele se sente na cama.

Rodolffo: o quê foi? - falou pegando em sua mão.- não se sente bem.

Juliette: eu acho melhor que eu não vá hoje. Estou sentindo dores e talvez seja melhor eu só ir depois que retirar os pontos.

Rodolffo empalideceu com aquela notícia.

Rodolffo: mas estava tudo certo para que você voltasse. Eu arrumei tudo para acomodar bem sua mãe.

Juliette: eu sei amor, mas não vou ficar tanto tempo fora... Só mais alguns dias.

Rodolffo: tudo bem. Eu entendo. Eu não sei se terei como vir próximo fim de semana por que eu gastei bastante nessa viagem. Mas farei o possível para vir.

Juliette: não fique preocupado, nos falamos por telefone e em breve eu retorno para casa. Eu estou bem.

Juliette falou de uma forma que deixou o coração de Rodolffo em pedaços. Ele não sabia se tinha a ver com Thaís, com seus pais ou com ele, mas tudo indicava que ela não estava muito interessada em tê-lo por perto. Sem ele, ela estava bem.

Rodolffo: tá bom Julie. - ele deu um beijo em sua mão, se levantou e começou a buscar suas coisas no quarto. 

Em 20 minutos, ele terminou de organizar tudo, se despediu dela com um beijo na testa e logo em seguida de todos que ali estavam.

Juliette chorou ao vê-lo ir. Ela não estava muito bem emocionalmente e julgou que um tempo longe faria bem. Seria melhor para apaziguar os nervos e tentar selar a paz entre eles de novo.

...

No caminho até João Pessoa, Rodolffo sentia todo o seu corpo doer. Era como se as dores das queimaduras estivessem ali vivas em sua pele. Sempre acontecia quando ele ficava mal e não trazer Juliette consigo para casa, o deixou arrasado.

...

Ao chegar no seu prédio ele cumprimentou o porteiro e subiu ao seu apartamento. Guardou as coisas onde elas deveriam estar e foi buscar algo para comer. Ao abrir a geladeira, viu as coisas que havia comprado para ela. Variavam entre os doces, frutas e guloseimas favoritas, mas ela não estava lá para que ele fizesse seu café e levasse na cama.

Era duro se ver sozinho de novo. Ele não tinha mais o costume. Gostava de tê-la perto e agora ela estava distante, não só fisicamente, mas parecia que emocionalmente também.

O plano de comer alguma coisa foi contido. Ele resolveu ir ver TV e tentou distrair a mente. Mas o programa que passava ali era um que ela gostava e se divertia muito, ele sentiu saudade de ouvir seu riso e fazer carinho nos seus cabelos cheirosos, enquanto se curtiam no sofá.

A vida sem ela não seria fácil, nunca havia sido e dessa vez seria pior.

...

Amanhecer sozinho também era ruim. Sua vontade de comer era mínima, mas ele precisava tentar ao menos.

Hoje seria um novo dia, quem sabe ele conseguisse se sentir melhor. E com certeza se sentiria. Seria o dia que iria pedir a transferência de Thaís. Ele agora nutria por ela uma fúria implacável. Seu sexto sentido dizia que ela estava implantando coisas na cabeça de Juliette e isso era imperdoável.

...

Continua.

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