Capítulo 70: O choro

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Juliette entrou em seu quarto e enfim pôde tirar do seu coração todo o peso que sentia. Se deitou em sua cama e com o rosto enterrado no travesseiro ela chorou por longos minutos. Rodolffo estava com a TV ligada e por agora, ele não viria para o quarto.

Tudo isso estava acontecendo por que ela se prometeu não criar expectativas, mas no fundo ela criou e não foram poucas. Era só uma semana de atraso e tudo isso foi capaz de acabar com seu ânimo ao fim do dia. Ela desejava estar grávida, mas não estava e isso doía muito.

...

Depois de arrumar a cozinha, Rodolffo ficou algum tempo na sala, mas não estava gostando muito da solidão e resolveu ir para o quarto.

Lá ele encontrou Juliette com a respiração ainda ofegante e o rosto vermelho.

Rodolffo: Julie... Amor. Por que está chorando?

Juliette: eu só tô triste... É isso.

Ele sentou na cama e a puxou para um abraço. Não era necessário fazer perguntas naquele momento, ela só precisava de amparo.

Rodolffo: vai ficar tudo bem. Nunca esqueça disso.

Juliette: eu sei que vai. Mas eu tive tanta esperança. - e uma nova crise de choro começou.

Rodolffo: calma... Calma.

Ele a amparou e ela chorou por bastante tempo. Juliette era sensível e ele sabia bem disso, mas não tinha um motivo conhecido para tanto choro.

Rodolffo: Julie, que tal me contar o quê tá te fazendo chorar.

Juliette: eu achei que estava grávida... Mas eu não estou. - ela foi direta.

Rodolffo ficou parado por uns instantes e percebeu que também tinha ficado um pouco abalado. Ele pensou que ela poderia estar grávida, mas pensou errado.

Rodolffo: sabe Julie... Isso não é de tudo ruim. - ele falou tentando fazer uma graça.

Juliette: como não? Eu pensei que tu quisesse o mesmo que eu...

Rodolffo: mas eu quero... Quero muito, mas veja pelo lado positivo, não conseguimos este mês, um bom incentivo para continuarmos no próximo e com maior dedicação, não acha?

Juliette sorriu.

Juliette: só tu mesmo para me fazer rir uma hora dessas.

Rodolffo: mas veja bem, enquanto não vem, seguimos tentando, tentando e tentando. É maravilhoso tentar não?

Juliette: claro que é. Tu sabe.

Rodolffo: então... Não há por que chorar. Tudo vem no tempo certo. A gente tá sendo apressado, mas Deus não age dessa forma, vamos ficar tranquilos.

Juliette: e se eu nunca conseguir?

Rodolffo: tu não é feliz amor?

Juliette: claro que eu sou. E tu?

Rodolffo: eu sou bem feliz, graças a Deus. Nós queremos muito, mas se não acontecer, não vamos deixar de ter amor e felicidade juntos.

Juliette: eu sei.

Rodolffo: mas um dia vamos conseguir. Não podemos sofrer, mas temos que ter fé. Chorar não vai melhorar nada, esconder as coisas também não.

Juliette: desculpa. Eu só não queria que tu ficasse triste. Era só isso.

Rodolffo: eu não quero ser poupado de nada, entendeu?

Juliette: entendi.

Ele lhe deu mais um forte abraço, seguidos de alguns beijos e logo em seguida a aconchegou nos braços e a viu adormecer.

Seus pensamentos se elevaram e ele decidiu que iria evitar um pouco mais os assuntos ligados a crianças, talvez isso tudo tenha feito mal e criado uma expectativa desnecessária em sua esposa e inclusive nele também.

...

Continua.

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