Juliette entrou em seu quarto e enfim pôde tirar do seu coração todo o peso que sentia. Se deitou em sua cama e com o rosto enterrado no travesseiro ela chorou por longos minutos. Rodolffo estava com a TV ligada e por agora, ele não viria para o quarto.
Tudo isso estava acontecendo por que ela se prometeu não criar expectativas, mas no fundo ela criou e não foram poucas. Era só uma semana de atraso e tudo isso foi capaz de acabar com seu ânimo ao fim do dia. Ela desejava estar grávida, mas não estava e isso doía muito.
...
Depois de arrumar a cozinha, Rodolffo ficou algum tempo na sala, mas não estava gostando muito da solidão e resolveu ir para o quarto.
Lá ele encontrou Juliette com a respiração ainda ofegante e o rosto vermelho.
Rodolffo: Julie... Amor. Por que está chorando?
Juliette: eu só tô triste... É isso.
Ele sentou na cama e a puxou para um abraço. Não era necessário fazer perguntas naquele momento, ela só precisava de amparo.
Rodolffo: vai ficar tudo bem. Nunca esqueça disso.
Juliette: eu sei que vai. Mas eu tive tanta esperança. - e uma nova crise de choro começou.
Rodolffo: calma... Calma.
Ele a amparou e ela chorou por bastante tempo. Juliette era sensível e ele sabia bem disso, mas não tinha um motivo conhecido para tanto choro.
Rodolffo: Julie, que tal me contar o quê tá te fazendo chorar.
Juliette: eu achei que estava grávida... Mas eu não estou. - ela foi direta.
Rodolffo ficou parado por uns instantes e percebeu que também tinha ficado um pouco abalado. Ele pensou que ela poderia estar grávida, mas pensou errado.
Rodolffo: sabe Julie... Isso não é de tudo ruim. - ele falou tentando fazer uma graça.
Juliette: como não? Eu pensei que tu quisesse o mesmo que eu...
Rodolffo: mas eu quero... Quero muito, mas veja pelo lado positivo, não conseguimos este mês, um bom incentivo para continuarmos no próximo e com maior dedicação, não acha?
Juliette sorriu.
Juliette: só tu mesmo para me fazer rir uma hora dessas.
Rodolffo: mas veja bem, enquanto não vem, seguimos tentando, tentando e tentando. É maravilhoso tentar não?
Juliette: claro que é. Tu sabe.
Rodolffo: então... Não há por que chorar. Tudo vem no tempo certo. A gente tá sendo apressado, mas Deus não age dessa forma, vamos ficar tranquilos.
Juliette: e se eu nunca conseguir?
Rodolffo: tu não é feliz amor?
Juliette: claro que eu sou. E tu?
Rodolffo: eu sou bem feliz, graças a Deus. Nós queremos muito, mas se não acontecer, não vamos deixar de ter amor e felicidade juntos.
Juliette: eu sei.
Rodolffo: mas um dia vamos conseguir. Não podemos sofrer, mas temos que ter fé. Chorar não vai melhorar nada, esconder as coisas também não.
Juliette: desculpa. Eu só não queria que tu ficasse triste. Era só isso.
Rodolffo: eu não quero ser poupado de nada, entendeu?
Juliette: entendi.
Ele lhe deu mais um forte abraço, seguidos de alguns beijos e logo em seguida a aconchegou nos braços e a viu adormecer.
Seus pensamentos se elevaram e ele decidiu que iria evitar um pouco mais os assuntos ligados a crianças, talvez isso tudo tenha feito mal e criado uma expectativa desnecessária em sua esposa e inclusive nele também.
...
Continua.