Capítulo 32: Reaparecendo

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Juliette acordou naquela manhã e Rodolffo não estava mais na cama. Ela sabe que ele dormiu profundo com o braço sobre sua cintura. Mas ela dormiu pouco, estava absolvida em tantas coisas que ouviu.

Até que ele saiu do banheiro e lhe deu um belo sorriso.

Rodolffo: bom dia Julie.

Juliette: bom dia. - ela lhe disse serena. - Rodolffo tu poderia ir me deixar em casa? Eu estou sem transporte e tenho que ir para o salão.

Rodolffo: posso sim. Inclusive eu já estou pronto.

Juliette olhou para Rodolffo e reparou bem em sua roupa. Era uma blusa de moletom com capuz e ainda de manga longa, seguido de uma calça também de moletom.

Juliette: tu vai sentir muito calor nessa roupa.

Rodolffo: eu já sou acostumado. Desde que me queimei que só uso roupas assim.

Juliette viu que Rodolffo não havia ficado bem com essas cicatrizes, isso havia acabado com sua autoestima, por isso ele a afastou na noite passada.

Juliette: elas te incomodam tanto assim?

Rodolffo: eu já me acostumei Julie. Não se preocupe com isso.

Juliette decidiu não insistir por que o semblante dele era de muita tristeza e aquilo poderia deixá-lo ainda mais machucado.

Ele se sentou na cama e pegou em sua mão.

Rodolffo: eu quero que me desculpe por ontem... Eu só não me sinto tão a vontade. Eu tento dizer que está tudo bem, mas eu não consigo te mostrar ainda.

Juliette: tudo bem. Não se preocupe com isso. O quê importa é que tudo isso passou.

Ele lhe beijou nas mãos e logo em seguida se levantou.

Rodolffo: você tem algum compromisso a noite?

Juliette: eu ia sair com Camila, mas eu posso desmarcar. Ou quem sabe tu venha conosco. Vamos?

Rodolffo: pra onde?

Juliette: para um forró.

Rodolffo: pode ser. Que horas eu passo para pegar vocês?

Juliette: as 9.

Rodolffo: combinado. - ele lhe disse sorrindo.

Juliette: agora eu preciso ir. Tenho que arrumar uma cliente. E ela já marcou a dias.

Rodolffo: então vamos.

...

Rodolffo levou Juliette até em casa e ela ia saindo de casa quando o pai dele surgiu na calçada.

Juliette: teu pai Rodolffo.

Ele olhou pelo vidro o seu pai que hoje estava bem mais velho e também muito magro. Rodolffo sentiu vontade de chorar, principalmente por que o viu com um aparelho que ajuda a respirar.

Juliette percebeu o quanto ele ficou triste.

Juliette: ele não anda tão bem ultimamente. Esses dias foi tirado as pressas para o hospital.

Rodolffo: estou sabendo. Bella me falou.

Juliette: tu vai lá falar com ele?

Rodolffo: não.

Juliette: ele é teu pai. Eu sei que não nos falamos, mas você é filho dele.

Rodolffo: eu não me sinto pronto Julie. Hoje não.

Juliette: tudo bem. Até mais tarde.

Rodolffo: até. Eu vou ver se almoço hoje com minha irmã.

Juliette: tá bom. Fique bem. - ela lhe deu um beijo no rosto.

Quando ela ia abrindo a porta ele deu uma leve puxada em seu braço e a interrompeu de ir.

Juliette: o quê foi?

Rodolffo: eu só queria olhar para tu um pouco mais. - e se aproximou mais lhe dando um beijo na boca.

Juliette terminou o beijo sorrindo.

Juliette: tchau.

Rodolffo: diga a dona Fátima que mais tarde falo com ela.

Juliette: tá. Tenha um bom dia.

Rodolffo: bom dia.

Ela saiu do carro e Rodolffo olhou uma vez mais para seu pai. Os vidros escuros do carro não daria para o velho identificar que era ele.

Rodolffo não tinha ódio de seus pais. Ele jamais conseguiria nutrir isso em seu coração, mas ele tinha mágoa e isso era real e dolorido. Ele até pretende visitar eles, algum dia, mas não hoje, não antes de conversar com sua irmã. Bella sim era a melhor parte de sua família, sem dúvida alguma.

...




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