Capítulo 45: Um novo trabalho... um novo tempo

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Dias se passaram e Juliette junto com Rodolffo se mudaram em definitivo para a capital Paraibana.

Ele teve a sorte de encontrar junto de sua noiva um aconchegante apartamento já bem perto do seu trabalho. Não é um espaço tão grande, mas possui uma boa disposição entre os cômodos e acomodou bem a básica mobília que eles compraram. Juliette juntou e usou com sabedoria as suas economias e as de Rodolffo para fazer aquele ambiente de seu novo lar.

Eles estavam radiantes. Para muitos poderia ser pouco, mas para eles eram a realização de um sonho que foi nutrido no coração a muitos anos.

Juliette: nosso primeiro apartamento. Eu sei que não é nosso, mas enquanto estivermos aqui será.

Rodolffo: o nosso lar. - ele a apertou nos braços.

Juliette: estou feliz. - ela disse olhando tudo.

Rodolffo: também estou. Muito feliz Julie.

Ele a pegou nos braços e a girou no ar. Juliette gargalhou alto e ele também. A felicidade estava ali na simplicidade e na magia daquele momento.

Juliette: eu te amo tanto meu amor.

Rodolffo: também te amo muito. - ele disse depositando um beijo carinhoso em seus lábios, mas Juliette queria muito mais.

Juliette: eu estou bem... - ela falou quando ele se afastou um pouco.

Rodolffo: lembre-se que está de repouso mocinha. Não vamos esquecer isso. - depositou um beijo suave em sua testa.

Juliette até tentou relutar, mas para Rodolffo isso seria algo irresponsável. Se eles fizessem amor talvez ela tivesse alguma crise e ele não queria que isso acontecesse. Tudo estava muito bem e por ele assim continuaria.

Juliette: ah Rodolffo... Não vejo a hora de operar logo isso. - ela falou frustrada.

Rodolffo: daqui duas semanas amor. Não se afobe.

Juliette: eu sei. Mas ainda tem dois meses de repouso.

Rodolffo: sim... Tudo isso para que você fique bem.

Juliette: mainha virá ficar aqui por duas semanas. 

Rodolffo: tem certeza que não quer ficar em Campina Grande?

Juliette: amor... Tu tá me dispensando?

Rodolffo: claro que não. Nunca farei isso. Só pensei no seu repouso.

Juliette: Se moramos juntos não vou te abandonar aqui sozinho. O médico disse que é uma cirurgia pequena, então vou conseguir fazer algumas coisas. E o resto tu me ajuda.

Rodolffo: claro que ajudo. Não se preocupe. Saiba que hoje eu cozinho muito bem. - ele falou piscando o olho.

Juliette: eu sei que sim.

Rodolffo: amor... Posso trazer meus pais aqui um dia? - ele perguntou receoso.

Juliette refletiu enquanto arrumava uma manta. Ela ainda tinha mágoa dos seus sogros, mas entendia que eles eram os pais de seu futuro esposo. Ela tinha que recebê-los e ter respeito por eles. Talvez nunca passaria de respeito e educação, mas não podia simplesmente privar seu companheiro da presença deles, tão pouco seus filhos, quando eles chegarem. Ela percebeu que era tempo de perdoar.

Rodolffo: amor? - ele perguntou preocupado com seu silêncio.

Juliette: eles podem vir aqui. Não tem problema. Tu perdoou meu pai, não tem por que eu insistir nisso. Houveram muitos erros, mas isso passou... É um novo tempo.

Rodolffo: tudo bem amor.

Juliette e Rodolffo não costumavam guardar mágoas de ninguém e sabiam que aquilo só fazia mal. Então, o perdão era sempre o melhor caminho.

...

Na segunda-feira, Rodolffo levantou bem cedo e deixou um delicioso café pronto para Juliette. Antes de partir ele foi até o quarto e depositou um beijo em sua bochecha.

Juliette: bom dia amor.

Rodolffo: bom dia princesa. Estou terminando de me arrumar.

Juliette: até nessa farda tu fica lindo.

Rodolffo: tu também está sempre linda. Deixei café para ti, leite quentinho, torrada, frutas e se você quiser é só passar ovos. Se alimenta, está bem?

Juliette: está bem meu supervisor mais lindo.

Rodolffo se sentia como nunca esteve em toda a vida. Saber que agora nunca mais se sentiria só fazia ele ter mais vontade de trabalhar e proporcionar o melhor a sua adorável noiva.

Juliette: tu virá almoçar?

Rodolffo: sim... Virei. Lá temos duas horas de almoço.

Juliette: vou fazer algo bem gostoso para a gente comer.

Rodolffo: eu não vejo a hora de saborear. Até logo mais amor. Estou indo.

Juliette: tá amor. Bom trabalho.

...

Rodolffo estava entrando na empresa agora com novo cargo, ele era o supervisor chefe da linha de produção e de montagem. Era um trabalho que lhe trazia muitas responsabilidades, mas também um bom salário. Isso lhe garantia alguma estabilidade e sem falar que turbinaria seu currículo.

Ele era um jovem sério e muito dedicado ao seu trabalho. O quê era admirável para um homem ainda no auge da juventude.

Rodolffo não se permitia a distrações, ele sabia que elas poderiam ser fatais. Durante cinco anos em São Paulo, e depois se conseguir a estabilidade nessa empresa, ele juntou uma quantia significativa de dinheiro, não tanto, mas o quê tinha lhe foi útil para resolver as coisas de forma rápida e prática quando quis se estabelecer com Juliette no novo apartamento. Ela também era trabalhadora e ele tinha certeza que juntos iriam conseguir ter uma vida estável.

Ao entrar na empresa, todos os cumprimentaram e ele já era um chefe bem querido naquele primeiro contato. Ele era simpático e muito receptivo. Começou sua jornada de trabalho se reunindo com os colaboradores e depois todos seguiram para seus postos.

Ao se encaminhar até a sala que ele teria, ele encontrou uma velha conhecida.

Thaís: Rodolffo... - ela disse o chamando.

Rodolffo: tu por aqui? Resolveu vir também para cá?

Thaís: sim... Eu vim, aqui não é o Pernambuco, mas é bom estar de volta ao meu nordeste. E tu como está?

Rodolffo: estou muito bem. - num gesto involuntário ele deixou a mão a direita mais exposta e Thais viu sua aliança.

Thaís: e essa aliança? -  perguntou curiosa.

Rodolffo: estou casado Thaís. - ele falou com um sorriso estampado no rosto.

Thaís: mais do nada? Não tem um mês que voltou.

Rodolffo: reencontrei a mulher da minha vida. Estamos morando juntos, mas em breve casaremos.

Thaís ficou mortificada.

Rodolffo não se alongou mais na conversa e saiu de perto da moça que ali desempenhava a dupla função de recepcionista e também de secretária.

Thaís tinha uma paixão por Rodolffo. Não de hoje, mas desde que o conheceu há um ano atrás. Ela até acreditou que viveu com ele uma espécie de paquera, mas ela nunca teve coragem de lhe falar e ele nunca teve iniciativa alguma com relação a ela. Saber que ele iria casar deixou o coração da moça despedaçado.

...

Continua.

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