Capítulo 28: Não quero que vá

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Primeiro sábado de setembro de 2008

Juliette e Rodolffo estavam no seu lugar de sempre. Se amaram e agora estavam juntos e abraçados.

Antes disso, Rodolffo havia lhe feito uma revelação que deixou o coração de Juliette despedaçado. Ela acabou chorando em seu peito.

Juliette: meu amor... Eu te ajudo. Hoje já consigo tirar um dinheiro no salão. Por favor, eu faço tudo para que tu não vá.

Rodolffo: minha vida, eu só vou por que meu pai está muito mal. Julie, ele agora descobriu um problema no fígado.

Juliette: Rodolffo, pelo o amor de Deus, não vá pra São Paulo. Eu te imploro. - ela disse se sentando na cama.

Rodolffo: Julie, eu só vou por que não posso deixar o meu pai morrer. Lá eu poderei ganhar o triplo do que ganho aqui mas eu te prometo que volto. Tu não acredita mais em mim? - ele perguntou angustiado.

Juliette: teus pais são péssimos para ti. Nunca vi nada parecido. Nem meu pai que é duro conosco é dessa forma. - ela disse com raiva.

Rodolffo: não fale assim amor ... Eles são meus pais, seus futuros sogros.

Juliette: sua mãe não quer ser minha sogra... Ela me despreza.

Rodolffo: eu não sei o quê tem minha mãe, mas ela não te detesta.

Juliette: não... Ela me odeia mesmo.

Rodolffo: nós vamos mesmo brigar? É isso?

Juliette: você não vai conseguir voltar. 

Rodolffo: não diga isso Juliette. Pelo o amor de Deus. Eu vou voltar, nós vamos nos casar. Você já esqueceu de tudo isso?

Juliette: e se tu conhecer outra pessoa nesse ano?

Rodolffo: meu amor, que bobagem. Não tenho olhos para outra mulher, só para a minha. Eu já te dei algum sinal nesse tempo todo que posso te trair? Seja sincera.

Juliette: claro que não..

Rodolffo: então... Juliette eu sou fiel a ti e ao nosso amor. Não vou ser desonesto com a promessa que te fiz. Você só precisa me esperar.

Juliette se abraçou forte a ele e voltou a chorar.

Juliette: tu promete que vai me escrever?

Rodolffo: eu prometo. E prometo que vou te contar tudo meu, agora me prometa que irá me responder na mesma intensidade.

Juliette: eu te juro que sim. Tu escreve a primeira carta para eu saber seu endereço.

Rodolffo: sim... Eu escreverei. - disse alisando os longos cabelos de sua amada.

...

Na madrugada de domingo para segunda, Rodolffo iria embora para São Paulo com seu tio João.

Juliette foi se despedir dele. E eles choraram abraçados um ao outro.

Rodolffo: reze por mim meu amor. Reze para que eu consiga vir o quanto antes. - ele dizia enxugando as lágrimas.

Juliette: por favor Rodolffo.  Tu ainda pode desistir. Desista de ir. - ela pedia com as mãos juntas. - eu vou morrer de tristeza.

Rodolffo: eu não vou por querer. Eu tenho que salvar meu pai amor.

Juliette se afastou um pouco e chorou muito. Seu choro era de partir o coração de quem ouvia.

Rodolffo tentou abraçá-la novamente e ela não permitiu. Ela tinha esperança de convencer ele a não ir.

Vera: meu Deus que escândalo por nada. Essa menina é muito escandalosa.

Juarez: cale-se Vera. Ela está sofrendo.

Juliette ouvia tudo aquilo e se enfureceu. Ela tinha ódio dos pais de Rodolffo.

Juliette: monstros. Dois monstros vocês dois, ele está indo embora e vocês não estão chorando. Só pensam no dinheiro que ele vai mandar não é?

Rodolffo a interrompeu.

Rodolffo: Julie, pare com isso. Você não está falando coisa com coisa. Se acalme.

Juliette: eu não vou perdoar vocês por fazerem isso com ele. Não vou.

Vera: não diga besteira, menina inconsequente.

Rodolffo: meu amor... Eu vou voltar. - disse segurando suas mãos. - acredita em mim. Eu não vou falhar. Lembra de quando éramos crianças, eu já falhei contigo até aqui?

Juliette: não...

Rodolffo: só reze por mim e por nós. Reze para que eu volte de lá bem e seremos para sempre um do outro.

Eles trocaram um último beijo apaixonado e Rodolffo entrou no carro com o tio.

Juliette viu a cena abraçada aos próprios braços, ela sentia em seu coração que ele não voltaria. Sabia que ele não era mentiroso, mas algo anunciava aquela separação em seu coração. Ela chorou inconsolável. 

...





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