Capítulo 46: A inveja

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Com seu amor recolhido Thaís vivia a observar Rodolffo de longe. Ela o achava másculo, incrivelmente atraente e ao mesmo tempo via nele um homem cheio de cuidados.

Rodolffo cuidava de sua sala, dos seus funcionários que por fim eram seus amigos e achavam ele um chefe incrível e ele cuidava ainda mais de Julie, era assim que ele ouvia ele falar dela.

Ele amava aquela mulher com extrema devoção e Thais sentia uma inveja doentia daquilo tudo. Ela queria aquele amor para si. Mas sabia que ele não ia se render aos encantos dela facilmente, mas ela seria paciente. Quem sabe um dia, quando o amor enfraquecesse e sua mulher deixasse de ser linda por qualquer coisa na vida, seria sua chance de conquistá-lo.

Enquanto essa oportunidade não vinha, ela o admiraria o longe, nas espreitas. Seria sua amiga e a secretária atenciosa.

Certo dia ao se dirigir a sala de Rodolffo ela ouviu uma conversa do casal ao telefone.

Ligação em andamento no viva-voz:

Rodolffo: oi amor... Está tudo bem? Nunca me liga no horário do trabalho.

Juliette: amor... Eu estou sentindo dor. Bastante dor.

Rodolffo: meu Deus. - ele mudou a expressão do rosto. - quando começou?

Juliette: começou com uma cólica leve, mas agora está doendo bastante. Eu não vou conseguir fazer o almoço hoje. Estou deitada aqui, sem conseguir nem levantar.

Rodolffo: não faça nada. Fique onde está. Eu levo alguma coisa pra gente. Ah amor... - ele deu um suspiro profundo. - eu não vejo a hora de você operar.

Juliette: Amor e se for algo mais sério? Eu tenho tanto medo.

Rodolffo: não vai ser. Não pense nisso, mas se for, enfrentaremos juntos, tudo bem?

Juliette: eu sei amor. Mas não quero ser um fardo. Eu nem estou trabalhando. Me sinto tão inútil. Não tem sido fácil pra mim.

Rodolffo: nunca mais diga isso Juliette. Me entendeu? Nunca será um fardo para mim. Você é a minha mulher, minha companheira de vida. Haja o quê houver, eu farei de tudo para que se sinta bem e confortável.

Juliette: desculpa...

Thaís ouvia aquele diálogo e quis tanto ter um homem que a protegesse e que a amasse daquele jeito. Os caras que ela teve nunca fizeram por ela o mínimo e agora com 25 anos já não tinha tanta esperança de conseguir um bom marido. Talvez nem um mau... Ela até se divertia por aí, mas depois do sexo eles davam no pé e nunca mais apareciam na sua frente.

O quê tinha Juliette que Rodolffo cuidava dela com tanto esmero? Isso não era normal para Thaís. Mas um fato sobre ela que ela acabou de descobrir é que sua rival estava doente, e uma mulher doente é limitada e graças a ela tinha saúde em abundância.

Depois que Rodolffo desligou a ligação, ela aguardou algum tempo para não deixar ele perceber que ela ouviu tudo e entrou na sala.

Entregou a ele alguns relatórios e notou seu semblante preocupado.

Rodolffo: Thaís, adiantei bastante meu trabalho. Talvez eu não venha nessa tarde.

Thaís: está tudo bem?

Rodolffo: comigo sim... Com minha esposa não tanto, mas ela vai melhorar.

Thaís: e ela tem o quê?

Rodolffo: ela precisa passar por uns cirurgia. Precisamente tem que retirar um ovário. Isso tem me preocupado bastante.

Thaís: mas vai dá tudo certo. Não fique assim.

Rodolffo: se Deus quiser. Eu vou levar esses papéis para casa. Se eu não voltar hoje, está tudo sob controle. Vou sair para almoçar agora.

Thaís: tá bem. Que sua esposa fique bem.

Rodolffo: ela ficará. Obrigado.

Rodolffo saiu da sala e Thaís esboçou um sorriso de satisfação. Ela não tinha um coração bom e nessa cabeça maliciosa, aquilo pode representar uma grande oportunidade.

...

Continua.

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