Juliette chegou a Campina Grande e logo partiu para o seu internamento. Ela estava aparentemente bem, mas seu coração estava em farrapos.
Não é tão simples perder uma parte de sua como muitos a faziam tentar crer. Era irreversível e não iria brotar ali um novo ovário. Ela tinha medo, mas tentava ser forte. Precisava ser forte e crer que tudo ficaria bem.
As 11 horas da manhã ela seguiu para a sala de cirurgia e deixou sua mãe na enfermaria. - Deus te abençoe minha filha, - ela recebeu sua benção e foi deitada até a sala fria que iria definir uma parte de sua vida de forma definitiva.
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Rodolffo teve um dia cheio de muita ansiedade e vontade que o relógio andasse depressa, mas as horas se arrastavam.
Nesse dia ele estava mais calado que nunca e Thaís percebeu a tensão, principalmente por que ele passou praticamente o dia todo em sua sala. Saiu apenas em dois momentos para ir até a linha de produção e retornou dentro de minutos a sua sala.
Thaís vivia espionando Rodolffo e pela brecha da porta o viu enxugar lágrimas no rosto. Aparentemente ele estava fazendo uma oração e acabou se emocionando por fim.
Cada dia que se passava a admiração dela por ele só crescia e a paixão triplicava. Ele é um homem único e especial, que merece ser muito amado, mas no momento ele não estava sendo. Esses eram os pensamentos que rondavam sua mente.
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Juliette e Thaís atualmente tinham um certo tipo de amizade. Dois dias atrás elas se viram no apartamento do casal, mas dessa vez Rodolffo não esteve presente. Havia saído para caminhar um pouco.
Thaís aproveitou a oportunidade para estreitar os laços e Juliette com seu bondoso coração achou que havia encontrado nela uma nova amiga. Isso por que Thaís era uma boa atriz e estava conquistando a confiança de sua rival pouco a pouco.
Em seu pensamento pouco importava se ele é casado. Em sua concepção de vida é super comum um homem ter a matriz e a filial. Em sua vasta experiência ela já tinha sido filial variadas vezes. Então, um dia ela conseguiria quebrar o iceberg que existia nesse homem irresistível.
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A cirurgia de Juliette foi um sucesso. E Rodolffo agradeceu a Deus em oração e se emocionou no fim. Ele sabia que agora tudo ficaria bem e com a graça divina logo ela estaria bem demais para voltar as atividades rotineiras.
O fim de semana seria em Campina Grande e ele traria sua mulher e sua sogra para João Pessoa no final do domingo. Bem, assim era o plano original, mas para isso ela deveria estar bem para aguentar a viagem.
Será difícil se ela não estiver bem para voltar para casa, mas ele entenderia e iria vê-la nos finais de semana.
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Ao fim do expediente, Rodolffo se despediu de todos e foi para o seu apartamento.
Chegando lá ligou para sua sogra que disse que sua amada passava bem e estava dormindo no momento. Aquilo fez o coração dele ficar mais tranquilo. Logo em seguida, ele tomou um banho e logo depois foi fazer algo para se alimentar, quando estava terminando seu preparo sua campainha tocou.
Rodolffo: oxe... Nem tô esperando ninguém. Quem pode ser?
Ele saiu rumo a porta e quando a abriu deu de cara com Thaís.
Rodolffo ficou sério na hora. Ela não deveria estar ali, Juliette não estava em casa.
Thaís: boa noite Rodolffo. - ela disse com um sorriso nos lábios.
Rodolffo: oi Thaís. Juliette não está, como você deve saber ela foi se submeter a cirurgia hoje.
Thaís: eu sei que ela não está... Mas ela está bem?
Rodolffo: graças a Deus ela está muito bem. Mas o quê veio fazer aqui sabendo que estou sozinho?
Thaís: pensei que poderíamos jantar juntos e... - ele a interrompeu no ato.
Rodolffo: não podemos jantar juntos e eu vou te pedir que vá embora. Não julgo ser adequado te receber aqui sem Juliette estar em casa.
O sorriso e o brilho que Thaís tinha no rosto sumiu. Ela sentiu como se tivesse tomado um soco no estômago.
Thaís: mas Rodolffo... Eu também sou sua amiga.
Rodolffo: se der tudo certo Juliette volta domingo, se quiser vir visitá-la, pode vir... Ela gosta de você, mas quanto a mim não espere mais que uma relação de colegas de trabalho. - ele foi seco.
Thaís ficou desnorteada com aquele corte tão bruto, então resolveu não tentar mais nada com ele por agora.
Thaís: tudo bem. Fique bem. Tchau.
Parecendo um cachorro com o rabo entre as pernas ela saiu e Rodolffo bateu a porta. Ele não era tão ingênuo e sinceramente já estava se sentindo incomodado com essa forçada amizade. Era necessário manter distância, Thaís não era uma mulher confiável e quando Juliette estivesse em casa, ele iria expor tudo que sabia sobre ela. Sua mulher tinha que ser ciente que sua nova amiga veio em casa mesmo sabendo que ela não estava aqui, isso não era nada certo.
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Continua
