Capítulo 17: A viagem - Parte final

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Juliette e Rodolffo ficaram em silêncio e abraçados por um tempo. Até que ele lhe deposita um beijo na cabeça e lhe pergunta:

Rodolffo: tá tudo bem amor?

Juliette: dentro do possível sim... Estou bem.

Rodolffo: eu sinto por ter sido assim meio sem jeito, mas é que eu fiquei com medo. - ele disse de um jeito inocente.

Juliette: até sentir dor contigo é bom. - ela falou beijando seu peito.

Rodolffo: Eu me sinto culpado. Acho que te frustrei não é?

Juliette: não. Estou me sentindo bem. Não pense mais nessas coisas. Foi como tinha que ser, e o principal, é que nos gostamos de verdade. Não é um prazer por prazer.

Rodolffo se recordou de sua primeira vez e ele sabia que a dele não foi por amor. Aquele fantasma voltou a tumultuar sua mente e lhe deixou triste, até hoje ele sentia culpa por que só usou aquela jovem e ela nem sequer quis mais falar com ele. Deveria ter sido mesmo terrível. Se com Juliette foi assim também, era questão de tempo até ela não o querer mais, sua mente insegura lhe atormentava.

Juliette: eu não queria te perguntar isso, mas não vou conseguir ficar em paz se não fizer.

Rodolffo: o quê?

Juliette: tu não me contou quando e nem com quem foi sua primeira vez. Por que me escondeu isso? Sempre fomos amigos.

Rodolffo: eu não falaria disso contigo. E não quero falar agora. Por favor, não me peça para falar. Por que foi algo que pra mim foi estranho e não significou nada. E antes que sua cabeça se martele quando isso aconteceu, eu te digo que foi antes de nós dois. Tu sabe que tive algumas paqueras nesse tempo.

Juliette ficou em silêncio e se recordou de Clarice, ela sabia do namorico dos dois e na época as meninas da escola já falavam do quanto ela era namoradeira. Mas não iria insistir com ele em um assunto que ele não se sentia a vontade para falar, acima de tudo ela tinha respeito por ele.

Ela decidiu não falar mais nada, estava cansada e com sono, acabou se aconchegando no peito do namorado, e juntos eles dormiram um sono tranquilo, apenas enrolados em um lençol.

...

Na manhã seguinte Izabella acordou no seu quarto e se sentiu assustada quando não viu a cunhada ao seu lado. Ela a procurou no banheiro e na varanda, também na área externa da pousada.

Juliette havia evaporado pensou Izabella e ela entrou em desespero, bateu na porta do quarto de seu irmão e ele não atendeu, até que ela olhou se a fechadura estava aberta e estava. Ela não exitou em abrir a porta.

Ao abrir a porta seu irmão já estava de pé, mas Juliette permanecia ali dormindo. Eles foram literalmente pegos no flagra por Izabella.

A menina levou a mão a boca e Rodolffo veio ao seu encontro tirando ela do quarto. Ele era o irmão mais velho, exercia alguma autoridade sobre a irmã.

Ele sabia que ela não viu nada demais, mas ela era uma criança e crianças não devem ver essas coisas. Ele tinha que tentar convencer ela de alguma forma e uma delas era tirando ela dali.

Rodolffo: passa para o seu quarto agora. Vai.

Ele foi atrás.

Chegando lá Izabella começou o interrogatório. Ele tinha que ser cauteloso com cada palavra que dissesse a irmã e muito mais que isso, ele teria que ser convincente por que Izabella era bastante esperta e língua solta. Seria o fim do mundo se essa menina abre a boca.

Rodolffo: senta aqui irmã. Vou te explicar por que Juliette estava comigo.

Izabella: quando a mamãe souber... Ela vai bater em você.

Rodolffo: ninguém pode saber disso. Ninguém Bella, tá me entendendo. Não fizemos nada errado, Juliette só estava adoentada e veio conversar comigo. Só foi isso.

Izabella: ela tava boa ontem. Não minta pra mim. - disse a esperta garota.

Rodolffo: por acaso sou alguém mentiroso? Me diga, eu te falo mentiras? - a sorte é que desde pequena Izabella sabia que seu irmão não mentia.

Izabella: não... Você não é mentiroso.

Rodolffo: então acredita em mim. Mas ninguém pode saber por que as pessoas não vão acreditar na gente Bella. Você tem que me ajudar com isso. Guarde esse segredo contigo.

Izabella: como aquele outro que temos? Aquele que tu me deu pastel escondido?

Rodolffo: sim... Como aquele mesmo. Do mesmo jeitinho que nunca contou a ninguém daquele pastel, guarde também esse. Se não, a mamãe vai querer me matar, você quer que ela me mate?

Izabella: não. Eu não quero isso. Prometo. Não vou contar a ninguém. Mas eu vou querer algo em troca...

Rodolffo: o quê?

Izabella: algo bem gostoso de comer, pode ser pastel ou churros... Algo que a mamãe não deixa eu comer quase nunca.

Rodolffo: combinado. Eu te dou.

Izabella: mas a Ju tava doente de quê?

Rodolffo: da barriga... Ela não estava nada bem. Mas eu já dei remédio a ela e acredito que amanheceu boa.

Rodolffo odiava mentiras, mas ele teve que mentir. Sua irmã não tinha maturidade para outras explicações. E nisso ela tinha acreditado sem perder a pureza, então tudo estava em paz e o segredo deles estava guardado. Ele respirou aliviado.

...


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