Capítulo 3: Descobertas

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Ainda aos 15 anos Rodolffo descobriu novas sensações e uma das que mais doeu foi ciúmes. Ele tinha ciúmes de Juliette com Artur e nem conseguia se controlar.

Sua amiga muitas vezes estranhava seu comportamento por que ela sempre lhe falou que não era correspondida por Artur. Mas mesmo assim aquilo lhe doía e lhe deixava muito revoltado, além de que ele sabia muito bem quem era Artur.

Aos 16 anos, Rodolffo entendeu que entre ele e Juliette tudo não passaria de uma amizade bonita e era isso. Ela havia sido seu primeiro beijo, mas não passaria nunca daquilo. E ele começou a ter algumas paqueras e se interessar por outras moças. Ele era um jovem bonito, estudioso e esforçado. Na busca de ajudar sua família começou a trabalhar nos horários livres e isso lhe trazia alguns retornos, o quê lhe permitia comprar algumas coisas que ele tinha vontade e seus pais não poderiam te dá.

Aos 17 anos, ele conheceu a jovem Clarice. Ela o seduziu ao ponto de fazê-lo conhecer o prazer do sexo. Por dias ele se sentiu culpado, mas a moça o tranquilizou, ela já era experiente.

Esse foi um fato que ele não conseguiu contar a Juliette. Ele sabia que era errado dizer isso a sua amiga e ela ainda era virgem.

Juliette: tu tá tão estranho esses dias... Tá tudo bem amigo?

Rodolffo: tá sim Julie... Eu tô bem. Só estou cansado. - Ele realmente estava, mas não era só isso.

Juliette: tu tem trabalhado muito naquele mercadinho Rodolffo. Tem dias que nem conseguimos conversar... - ela disse um pouco triste. - eu sinto saudades das nossas conversas. As vezes acho que tu tá se fechando para mim.

Rodolffo: eu não tô me fechando... Não é isso. Eu continuo o mesmo. Só que agora eu tenho ficado mais calado mesmo.

Juliette: tá acontecendo alguma coisa que tu não quer me contar?

Rodolffo: não...

Juliette: e você e a Clarice?

Rodolffo: bem nós não seguimos...

Juliette: por quê?

Rodolffo: eu sou um rapaz pobre e ela sonha com um rapaz rico.

Juliette: ela te disse isso? Com essas palavras?

Rodolffo: disse... Clarice não é uma moça como você Julie. Ela é muito diferente. Acho que no lugar do coração ela tem uma pedra.

Juliette: então, está aí a sua tristeza, né?

Rodolffo: também.

Juliette: tu ama ela?

Rodolffo olhou bem para Juliette naquele momento e lhe respondeu.

Rodolffo: não... Eu gostava, mas amar não.

Seu olhar para sua amiga era penetrante e Juliette sentiu um pouco de vergonha do modo que ele lhe olhava, ajeitando seu óculos no rosto.

No fundo ela ficou feliz por ele não a amar. Juliette vivia em luta diária para se convencer que não era apaixonado por seu melhor amigo.

...

Com 16 anos Juliette contava com uma vida de lutas ao lado de sua família. Sua mãe era doméstica e seu pai mecânico. Seus irmãos também ajudavam seu pai na oficina.

Ela agora havia aprendido a fazer cortes de cabelo e, aqui e acolá, isso lhe dava um pouco de dinheiro. Ela era uma moça simples, porém muito honesta e sonhadora.

No amor ela não conhecia muito, algumas paqueras e uns poucos beijos na boca. Parecia que nenhum rapaz fazia seu coração se sentir realmente envolvido.

Na verdade, ela sabia bem o motivo da sua inquietação. Juliette nutria sentimentos por seu amigo de infância, e ele ao seu modo de ver, não sentia o mesmo.

Naquela noite onde ela ficou sabendo que o breve romance de seu amigo não deu em nada, seu coração não deixou de ficar feliz. Ela se achava péssima por se sentir assim, mas era assim que de fato ela se sentia.

Juliette: não fique assim amigo... - ela alisou seus negros cabelos. - tu é jovem... Terá ainda oportunidades de conhecer o amor de tua vida.

Rodolffo: e se eu já a conhecer? - ele disse de forma baixa e Juliette não o entendeu totalmente.

Juliette: como?

Rodolffo: vai ficar tudo bem... Não se preocupe com isso.

Juliette: amigo... Eu quero me casar um dia e tu?

Rodolffo: também...

Juliette: também? Só isso... Se anime homi...

Rodolffo precisava falar um pouco sobre como se sentia no íntimo e acabou confessando para Juliette um pouco dia inquietação.

Rodolffo: eu fiz uma coisa muito errada Julie. - disse lhe olhando longamente de novo.

Juliette: o quê? Tu nunca fez nada de errado. Não errado no sentido literal...  - ela achava seu amigo muito responsável. - não deve ter sido nada demais.

Rodolffo: foi errado. Eu sei que foi. - ele falou isso por que se sentia um cara fraco diante do que havia feito com Clarice há dias atrás.

Juliette: é por isso que está triste?

Rodolffo: sim...

Juliette: tu não vai me contar né? - ela sabia que as vezes ele não se abria.

Rodolffo: não fique chateada comigo... Eu não posso te falar agora.

Juliette: tá bom. Me dê um abraço.

O abraço era conforto e anima os que deles precisam e era isso que Juliette queria fazer por aquele amigo tão amado.

...



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