Capítulo 11: Fazendo a coisa certa

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Era Janeiro de 2007.

Rodolffo estava junto com Juliette no seu refúgio habitual.

Rodolffo: tem um ano já Julie. - ele disse se referindo ao namoro dos dois.

Juliette: um ano de namoro meu amor. Eu te amo cada dia mais.

Rodolffo: eu também... Mas eu vou ter que viajar Julie.

Juliette: Rodolffo tu disse que seu patrão tinha mudado de ideia.

Rodolffo: ele já mudou de ideia de novo e eu não posso correr o risco de ficar desempregado agora amor. Me entenda, não vou por minha vontade, vou por necessidade.

Juliette: seu pai está melhor?

Rodolffo: depois de uma semana hospitalizado ele se encontra melhor. - ele disse triste.

Juliette: eu sinto muito.

Rodolffo: eu sei... Todos nós sentimos. Mas Juliette hoje eu quero falar de outro assunto.

Juliette: o quê? - ela sabia que quando ele falava seu nome todo era por que tinha algo importante a dizer.

Rodolffo: falarei com teu pai antes de viajar. E não me peça mais tempo... é tempo. Eu não sou um moleque para estar me comportando como tal. E eu quero que a gente possa andar por aí como namorados. Não suporto mais só te encontrar no escondido.

Juliette: meu amor... Eu não sei qual será a reação do meu pai. - ela lhe falava com medo.

Rodolffo: você não tem vergonha de mim né Julie?

Juliette: Rodolffo, tu tá doido? Eu te amo. Eu não tenho vergonha nenhuma de ti. Nunca mais diga isso.

Rodolffo se sentiu triste por pensar nisso.

Rodolffo: desculpa... Eu falei besteira. Mas saiba de amanhã não vai passar. Assim que eu chegar da oficina vou na sua casa, preciso conversar com seus pais. É o certo.

Juliette: tu é tão valente e guerreiro. Eu tenho orgulho de você. - e beijou os lábios do seu namorado.

Foi um beijo cheio de amor e carinho. Rodolffo juntou mais o seu corpo ao de Juliette e teve vontade de tocá-la, pela primeira vez sua mente não o condenou. Ele a amava, não era errado tocar quem se ama. Juliette estremeceu quando sentiu ele beijar entre seu decote e a mão deslizar sobre seu quadril. A sensação era gostosa e ela não tentou impedi-lo em nenhum momento. Com um último beijo demorado em sua boca, ele se deu por satisfeito, mas ela notou que ele estava ofegante e mantinha os olhos fechados.

Juliette: Rodolffo... - ela disse de forma tímida.

Rodolffo: oi... - ele disse ainda ofegante.

Juliette: tu me deseja? - era uma pergunta boba, mas ela queria saber e esperava sua sinceridade.

Rodolffo se virou para ela e olhando em seus olhos lhe respondeu franco:

Rodolffo: eu te desejo tanto. Tanto que não sei medir. - ele falou acariciando as bochechas coradas de sua namorada.

Juliette: para tudo?

Rodolffo: tudo amor.

Juliette: então um dia nós faremos o quê os outros casais fazem?

Rodolffo: um dia sim... No futuro minha Julie. Eu quero que seja especial quando chegar esse dia. Será um dia feliz e eu quero que você se sinta pronta para mim.

Juliette se sentiu emocionada com as palavras dele. Ele era um homem de caráter.

Juliette: obrigada por pensar em mim.

Rodolffo: sempre pensarei em ti. Em todos os momentos. Por isso quero oficializar o namoro, daqui a pouco estarão falando de você. Eu não quero isso. Não quero que te julguem mal amor.

Juliette: obrigada.

...

O dia seguinte chegou e Rodolffo trabalhou arduamente. Seu serviço era pesado e levava todo o seu dia com apenas um pequeno intervalo de almoço.

Mas ele não falhou na sua promessa. Chegou em casa, tomou um banho e se arrumou. Ele iria oficializar o namoro com Juliette e dona Fátima o convidou para jantar.

Naquele ambiente ele se sentia em casa desde sempre. Ele também era amigo dos irmãos de Juliette.

Lourival: meu rapaz fique a vontade. Não é a primeira vez que janta aqui... - o pai de Juliette lhe dizia agradável.

Juliette se sentia nervosa e Rodolffo tentava se trazer alguma paz com o olhar. Ele sempre fazia isso, desde criança.

Rodolffo: seu Lourival o quê me trás aqui hoje é outro assunto.

Lourival: e o quê seria? Se for dinheiro emprestado, eu vou logo avisando que não tenho.

Todos riram menos Fátima, Juliette e Rodolffo.

Lourival: tu tá amarelo, o quê está havendo?

Rodolffo: eu sempre frequentei sua casa e a vida de sua família. Sou amigo de Juliette a anos e desde que me entendo por gente. Mas agora vimos que nos gostamos além de amigos. Seu Lourival quero pedir a sua permissão e a de dona Fátima para namorar a Juliette.

Um enorme silêncio se fez. Juliette sentiu que ia chorar.

Lourival: e era essa a novidade? - ele olhou para Juliette. - eu pensei que nunca iam me contar.

Rodolffo: o senhor sabia?

Lourival: eu tenho bons ouvidos e meus olhos são melhores ainda. Eu sabia sim, só não oficialmente. Olhe rapaz, não admito que faça minha filha sofrer, se tu fizer isso, eu não terei dó de te matar.

Juliette: pai... - ela disse assustada.

Lourival: a senhorita fique calada, não acha que eu não via suas saídas todas as noites Juliette... Já tem mais de um ano menina.

Rodolffo: eu pensei que a gente tava sendo convincente.

Nino: vocês disfarçam mal demais. Sem brincadeira, tem nem base.

Lourival: não me digam que tem mais alguma novidade?

Fátima: Lourival, estás doido homem de Deus? - ela o repreendeu.

Lourival: eu não sou inocente Fátima e tu muito menos, lembra-se muito bem como se casou comigo né? Já esperava o primeiro menino.

Rodolffo: pelo o amor de Deus, a Juliette não tá grávida.

Juliette: meu Deus... Isso é um absurdo. Que vergonha.

Lourival: não tem nada absurdo, mas fico feliz que não esteja. Sejam espertos, no mínimo. Agora vamos jantar.

Todos jantaram e voltaram a conversar animadamente. Seu Lourival, não tinha tido a  reação tão temida e agora todos eram cientes que Rodolffo e Juliette eram um casal. Naquela noite eles trocaram alguns beijos na frente daquela casa e logo Rodolffo se despediu.

Rodolffo: eu estou muito cansado. Hoje eu trabalhei demais.

Juliette: seu semblante está muito abatido amor.

Rodolffo: preciso dormir minha querida. Até amanhã. - ele deu um beijo sua testa.

Juliette: durma bem amor. Te amo.

Juliette olhou seu namorado caminhar até em casa. Era bom ter tudo as claras, era renovador saber que agora ninguém mais podia impedi-los de nada.

...







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