Capítulo 48: Como chegou até aqui?

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Rodolffo encontrou Thaís devidamente sentada na sala de seu apartamento e ficou totalmente confuso. Como ela chegou até aqui? Ele era ciente que nunca lhe deu seu endereço.

Rodolffo: olá Thaís. Tu por aqui... Como soube meu endereço?

Thaís: desculpa a indelicadeza, mas eu busquei no RH. É super importante que assine esses papéis aqui. - ela falou lhe entregando.

Rodolffo: mas não podia ter me ligado? Eu iria até a empresa e assinava.

Thaís ficou um pouco constrangida e pensou bem nas palavras que diria.

Thaís: eu não quis te incomodar na sua tarde de folga.

Rodolffo suspirou sabendo que ela incomodou e muito.

Juliette entregou a água de Thaís e a colocou de novo sentada na poltrona da sala.

Juliette: já que tu veio aqui... Não gostaria de ficar e jantar conosco?

Rodolffo: meu amor Thaís é uma jovem ocupada.

Thaís: eu não tenho nenhum compromisso hoje, se não for incomodo eu aceito.

Juliette: ah não. Tu irá provar a deliciosa sopa que meu noivo faz...

Rodolffo: não é nada especial... Julie que é gentil. - ele falou isso com a intenção de Thaís ir embora.

Juliette: não seja modesto amor... Tu cozinha muito bem.

Thaís: eu vou avaliar. - disse sorrindo em direção a Rodolffo que estava com o semblante sério.

Rodolffo: eu vou assinar os documentos. Daqui a pouco eu termino o jantar.

Ele saiu com os papéis para o segundo quarto e Juliette ficou junto com Thaís ficaram conversando.

Juliette: hoje ele não foi trabalhar a tarde por que estava muito preocupado comigo. Mas estou bem.

Thaís: mas você está doente Juliette?

Juliette: próxima semana vou realizar uma cirurgia de retirada de um ovário que tem um cisto o engolindo.

Thaís: óh... Sinto muito. - fingiu.

Juliette: eu estou mais conformada. Sei que tudo será melhor depois que eu operar... É a melhor decisão.

Thaís: então é... Se precisa mesmo é bom operar. O ruim é o pós operatório.

Juliette: sim... Mas o médico me animou tanto. Disse que com um mês eu posso já ir voltando as minhas atividades.

Thaís: e qual a sua profissão? - perguntou com um tom irônico mas Juliette nem percebeu.

Juliette: sou cabeleireira e das boas visse. Tenho muito orgulho. E também maquio, mas meu amor é pelo cuidado com os cabelos.

Thaís a olhou e não achou que ela fosse uma boa profissional. Mas...

Thaís: ah acredito... Você é bem linda e tem belos e bem cuidados cabelos.

Juliette: ah obrigada. Tu também é muito bonita.

Thaís terminou o copo de água e Rodolffo voltou com os papéis sem dá muita conversa.

Juliette: ele, as vezes, fica calado. Não estranhe. Ele só é mais fechado mesmo.

Thaís: e ele é falante? - ela sabia que ele não era, pelo menos não com ela.

Juliette: ele é muito falante e muito engraçado. Mas talvez na empresa ele seja diferente... Ele sempre fala que é muito focado.

Thaís: ele é extremamente focado. Por isso evoluiu tão rápido. - falou com tom admirador.

Thaís tinha fascínio por homens enigmáticos, calados e reservados. Talvez isso fosse o elo vital para se sentir arrebatada de paixão por um homem e Rodolffo era tudo isso, além de maravilhoso e lindo. Ele era tentador.

Thaís: mas até em casa ele usa roupas  compridas...

Juliette: sim. Ele só gosta desse tipo de roupa, mas eu quero que um dia isso mude... Nem que seja um pouco. - ela disse triste, mas não revelou o motivo íntimo por trás desse vestuário.

Thaís ficou curiosa, mas tinha suas suspeitas. Rodolffo era queimado. Até onde se podia ver ela tinha certeza e as mãos confirmavam, mas e daí? Isso não o deixava feio ou menos atraente, muito pelo contrário, ela era louca para saber o quê ele escondia por baixo das longas roupas.

...

Um tempo depois Rodolffo terminou a sopa. Serviu na mesa junto com pães e colocou tudo a disposição de sua amada e também da visitante.

Ele não seria grosseiro com a moça por que percebeu que Juliette estava gostando bastante dela. Talvez fosse bom ela ter uma amiga. Isso faria sua noiva se sentir mais familiarizada com a nova cidade.

Apesar que não julgava Thaís a melhor das companhias. Em São Paulo ele sabia de coisas sobre ela, por que segundo os colegas de trabalho, a moça estava atraída por ele a algum tempo atrás. Algo que nunca foi alimentado por Rodolffo por nenhum momento sequer. Ela era bonita, mas não passava disso, não havia nada além de coleguismo.

Sempre se comentava na empresa o quanto Thaís tinha a cama quente e o coração frio. Isso é um motivo forte para mantê-la a uma distância considerável por que alguém assim é ilusória e pode ser perigosa.

Talvez ele precisasse conversar com Juliette sobre ela. Mas e se ela o achasse um machista? Ele não se considerava assim. Mas será que Thaís seria uma amiga adequada? - Eram algumas coisas que passavam na cabeça dele.

...

O jantar foi divertido e Juliette sorriu bastante com as histórias de Thaís.

Rodolffo via a cena e concluiu que não poderia reduzir sua amada a uma convivência exclusiva com ele.

Se ela quiser ser amiga de Thaís ele não iria se opor. Afinal, fofocas são fofocas.

Ao se despedir do casal, Thaís prometeu vir visitar Juliette mais vezes e saiu plenamente satisfeita. Estar junto aquela família seria mais um passo para conquistar aquele homem e ela iria um dia conseguir, passasse o tempo que fosse.

...

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