Juliette acordou e Rodolffo foi na ala do café buscar alguma coisa para ela comer.
Juliette: não estou com fome. - ela falou se dirigindo a ele ainda sentada na cama.
Rodolffo: tem que comer Julie. Cê já está aí cheia de dor vai ficar fraca se não se alimentar.
Juliette: eu já estou melhor, mas não tenho apetite.
Rodolffo olhava para sua amada e tinha certeza de que nada estava bem e pelo seu semblante ela lhe escondia alguma coisa.
Rodolffo: amor... - ele falou já sentando ao seu lado. - você precisa ir ao médico. Sua mãe me disse que já tem um tempo que não anda bem. É importante descobrir o quê está te causando esses incômodos.
Juliette limpou as lágrimas que timidamente caíram no seu rosto. E olhou para Rodolffo.
Rodolffo: se abre comigo Julie. Eu sei que me ouviu muito, mas desde que cheguei não me fala tanto de sua vida. Eu preciso saber como vai você.
Juliette: e se tu desistir de mim? Ah Rodolffo, eu te amo tanto. Não suporto se te perder de novo. - ela falou deslizando as mãos por sua barba.
Rodolffo: Juliette, me ouça... Não vou mais a lugar algum sem você do meu lado. Entendeu?
Juliette balançou a cabeça e Rodolffo segurou suas mãos.
Rodolffo: eu preciso que você esteja bem para que eu consiga ficar também. Então me fala o quê está acontecendo.
Juliette: tem alguns meses que venho tendo problemas com meus ciclos. No início eu não me importava tanto e cheguei a achar que menstruar duas vezes num único mês era normal. Aí comecei a sentir muita cólica também. E houveram dias que eu pensei que ia ter um troço com tantas dores. Aí eu acabei meu noivado e tive uma crise que me levou a ir parar no hospital, acredito que pelo estresse que sofri com o Daniel. Fui atendida muito bem e a médica me pediu alguns exames. Fiz todos eles sem dizer a mainha, por que não quero que ela fique aflita. Daí eu descobri que o quê causa o meu problema é um cisto que está engolindo o meu ovário direito. Meu ovário esquerdo tem também um cisto, mas muito menor em relação ao outro.
Rodolffo: isso é muito grave? - ele perguntou triste.
Juliette: é caso de cirurgia. Ultimamente estou tomando um anticoncepcional contínuo, mas ele não está conseguindo impedir que eu sangre. - ela estava chorando um pouco e Rodolffo a amparou.
Rodolffo: então se você operar, ficará boa?
Juliette: eu não quero operar. Eu vou perder meu ovário Rodolffo... E se eu nunca conseguir ficar grávida?
Rodolffo: mas o médico te disse isso?
Juliette: ele não me disse isso. Me disse só que se eu não tirar aí sim que nunca vou engravidar.
Rodolffo: então não tem alternativa meu amor... Não tenha medo. Tudo ficará bem.
Juliette: mas e se eu não puder te dá filhos, ainda ficará comigo? - ela perguntou temendo a resposta.
Rodolffo: você sempre me aceitou como eu sou e ainda me ama depois de tantas coisas e eu nunca vou te deixar por isso, nunca. Você é a minha metade, a vida sem você é tão triste que não quero mais voltar para aquela escuridão. Então, se a gente não puder ter um filho, podemos adotar um, que tal?
Juliette lhe sorriu.
Rodolffo: Só quero que você fique bem e saudável. Essa é a minha maior preocupação. O resto a gente ver com o tempo. Deus nos ajuda a superar tudo. Eu tenho certeza que vamos superar isso juntos.
Juliette: tu é minha fortaleza. Obrigada por ter a palavra certa para mim e principalmente por me cuidar tão bem.
Rodolffo: eu só tento retribuir todo o amor que você sempre me deu.
Juliette: amor, agora precisamos falar sobre outra coisa.
Rodolffo: sim... Precisamos.
Um assunto ainda mais delicado seria debatido pelos dois e talvez Juliette não tenha dimensão das revelações que Rodolffo lhe fará.
...
Continua.
