Dois meses depois.
A perda de Juarez foi um baque muito forte para Rodolffo e ele teve que ser bastante forte por ele, por sua mãe e irmã e também por sua esposa e filho.
Juliette estava na reta final da gravidez e esses últimos dias estava bem difícil para ela. Sua barriga estava enorme e pesada, e seu bebê adorava jogar futebol dentro da barriga da mãe. Não era possível que um menino tivesse tanta força assim sendo tão pequeno.
Juliette: ai amor... Não consigo dormir... - ela disse acariciando sua barriguinha redonda. - Miguel não dorme e não dá sossego. Será que tenho duas crianças aqui?
Rodolffo: claro que não Julie. Só é o Miguel... É que ele tá enorme.
Juliette: eu não vou conseguir parir esse menino. Mas está chegando a hora meu amor. Estou com tanta dor por todo meu corpo. Meus seios doem demais também. Mainha me disse que pelos sintomas vou descansar em breve.
Rodolffo: eu vou te fazer uma massagem. Já que não posso segurar esse peso todo. Eu sinto muito meu amor. - ele disse preocupado.
Juliette: não sinta. Eu quis tanto esse filho, é uma alegria tê-lo tão esperto dentro de mim. Mas também é um sufoco não conseguir dormir a noite.
Rodolffo: relaxe... Vou tentar que o seu sono venha.
Rodolffo várias massagens no corpo de Juliette e por fim, quase totalmente sentada, ela adormeceu.
Ele aproveitou para admirar aquela barriga tão linda. Juliette estava iluminada grávida. Tinha uma beleza real e fascinante, ele se via amando cada vez mais a mulher de sua vida e agora mãe de seu filho.
...
No início da manhã, Juliette começou a sentir cólicas.
Juliette: amor... Estou com contração. - ela disse ao sair assustada do banheiro e para piorar, estou menstruada.
Rodolffo: meu Deus... Temos que correr para o hospital... Está sangrando?
Juliette: sim... Mas mainha já tinha me dito que isso é possível de acontecer. Ele vai nascer hoje.
Rodolffo se sentiu altamente nervoso com as revelações da mulher.
Rodolffo: não posso ir trabalhar... - ele andava de um lado ao outro da casa. - estou desesperado... É normal? - ele disse e começou a chorar.
Juliette: meu amor tenha calma. Por favor, tu sempre foi tão controlado. Vai ficar tudo bem... Estamos realizando o nosso sonho, lembra? - ela falou o abraçando.
Rodolffo: eu tenho medo por vocês dois minha Julie.
Juliette: vai dá tudo certo.
...
Duas horas depois Juliette deu entrada na maternidade.
Sua dilatação estava boa e ela já tinha muita dor.
O médico de plantão era um completo desconhecido pelo casal, mas era muito renomado na área hospitalar.
Doutor Renan: vamos fazer uma ultrassonografia para ver o bebê. É algo breve. Mas a mamãe está indo super bem. - ele disse simpático e educado.
Juliette foi levada a sala de ultrassonografia e Rodolffo estava lá segurando sua mão.
Juliette: que dor terrível. Aiiiii... - ela se lastimava.
Doutor Renan: está se saindo muito bem. Mas ainda vai demorar um pouco para nascerem.
Juliette e Rodolffo se entre olharam e acharam estranho o médico falar no plural.
Doutor Renan: mas está tudo bem. Agora vou te mandar de volta ao quarto.
Juliette ficou ali por mais três horas sem a visita de Renan, o médico só foi chamado quando ela atingiu 8 centímetros de dilatação.
Doutor Renan: vou te levar a sala de parto agora. Eles vão nascer. - ele disse sorrindo.
Juliette: o senhor só pode estar me confundindo com outra paciente. Doutor Renan eu não espero gêmeos para usar o "eles".
Doutor Renan fez uma cara de preocupação.
Doutor Renan: a senhora fez pré natal?
Juliette: certinho.
Doutor Renan: quando foi sua última ultrassonografia?
Juliette: fiz tem uns 4 meses. Aiiii... Essa foi forte. - ela falou gemendo.
Doutor Renan: pois está grávida de gêmeos senhora. E não estou brincando.
Rodolffo ficou chocado.
Rodolffo: mas como isso é possível? Meu Deus, não temos estrutura para dois bebês. - disse ainda mais aflito.
Doutor Renan: é hora dela ir... precisamos trazer ao mundo os dois bebês.
...
Juliette apertava a mão de Rodolffo e de uma enfermeira e ia fazendo força.
Doutor Renan: só mais um pouco Juliette. A primeira cabeça vem vindo... - o médico lhe avisou.
Em menos de cinco minutos nasceu o primeiro bebê. E Juliette e Rodolffo se puseram a chorar tão qual o bebê.
Doutor Renan: só um pouco mais de força mamãe. O segundo vem vindo.
Juliette usou o resto de forças que tinha e deu a luz em seguida a uma menina.
Doutor Renan: é uma menininha. - e mostrou a criança aos pais e as enfermeiras trouxeram Miguel já enrolado para os braços de Juliette.
Juliette chorava abraçada aos bebês. Rodolffo precisou ser amparado pela equipe médica tamanha era sua emoção. Ele ficou tão emocionado que desmaiou.
Juliette: meus filhos. - ela chorava e sorria ao ver os pequenos. - bençãos de Deus.
Os médicos terminaram com Juliette e ela seguiu para o quarto já com os bebês por cima dela.
Juliette: estava escondida mamãe? Tava minha menininha? E tu Miguel, é tão lindo, meu menininho.
Os dois recém-nascidos foram colocados num único berço e ficaram juntinhos. Juliette poderia ir dormir mas não cansava de olhar as crianças.
Rodolffo retornou ao quarto já chorando. Ele estava muito emotivo.
Rodolffo: meu Deus... Foi por pouco Julie. Não tenho coração para essas emoções. Minha pressão despencou. - ele disse lhe dando um beijo na testa. - me perdoa. Te deixei sozinha.
Juliette: esteve comigo todo tempo... Segurou minha mão e me deu carinho e tanta força. Infelizmente, estava muito nervoso por isso seu coração deu uma desandada. Mas está tudo bem. Os nossos bebês são lindos.
Rodolffo viu os dois dormindo no berço.
Rodolffo: nós fizemos essas obras primas? - ele disse já emocionado novamente.
Juliette: fizemos... São nossos meu amor.
Rodolffo: eu te amo tanto minha Julie. A maior riqueza de minha vida é ter vocês comigo.
O casal se abraçou e juntos contemplaram seus filhos a dormirem sossegados.
