Capítulo 9: Imaculada

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Dias atuais em Campina Grande...

Entrei na paróquia e ouço Daniel cantando.

"E perguntou no meio de um sorriso
O que é preciso para ser feliz?
Amar como Jesus amou
Sonhar como Jesus sonhou
Pensar como Jesus pensou
Viver como Jesus viveu (Sentir...)
Sentir o que Jesus sentia (Sentia)
Sorrir como Jesus sorria (Sorria)
E ao chegar ao fim do dia
Eu sei que eu dormiria muito mais feliz".

Ele deixou o ministério de padres, mas nunca a igreja católica. Ele era um homem de fé e devotado. Ele tem um lindo coração e uma generosidade incrível.

Conheci Daniel em um congresso de jovens. Ele disse que ao me ver, percebeu que eu era a escolhida de Deus para ele. Já que ele alega que largou a batina por um pedido divino, em um contato real com Deus, ele teve a revelação que deveria deixar o ministério para trás e buscar uma esposa honrada para contrair matrimônio e lhe fazer pai. Eu sou essa futura esposa honrada.

Daniel: minha imaculada. Tu chegaste. - ele me cumprimentou com um beijo na mão.

Juliette: Daniel precisamos conversar.

Daniel: sinta-se a vontade para me falar o quê quiser minha pura serva de Deus.

Juliette: Daniel, não acho que devemos nos casar.

Daniel: meu amor, como assim? - ele respondeu surpreso. - daqui a três meses nos casaremos minha princesa.

Juliette: Daniel é uma loucura. Eu sei que me comovi com seu testemunho, mas não faz sentido. Nós nunca beijamos Daniel, nunca.

Daniel: meu amor... Nós só precisaremos beijar para fazer nossos filhos, antes disso é pecado. A mesma coisa se refere ao sexo. Você é a imaculada que o senhor guardou para mim.

Juliette se levantou da sua cadeira furiosa com tamanhas sandices e se julgo uma completa louca por ter aceitado se casar com Daniel.

Juliette: Deus vai me perdoar agora, por que eu pequei. Mas eu não sou virgem coisa nenhuma Daniel. Nem virgem e nem doida. Acabou-se, fim!

Daniel ficou extremamente perplexo com a afirmação de Juliette.

Daniel: Juliette, não faça isso. Minha flor, o divino espírito santo me revelou que você é a escolhida para mim e que eu devia ser o primeiro a te tocar. Isso não é real.

Juliette: realmente, isso não é real. Nem sei que remédio eu deixei de tomar, mas quando eu topei isso eu estava completamente louca. Eu nunca conseguiria fazer um filho contigo Daniel, durante seis meses eu tentei gostar de tu, mas mal te suporto.

Daniel: Juliette tu é a escolhida por Deus. Ele me revelou sua pureza e sei que você está mentindo para mim.

Juliette: não, eu não sou. Sua revelação não é comigo. Mas não desista da sua busca. - ela retirou sua aliança do dedo.

Daniel: por Deus Juliette. - ele levou as mãos na boca.

Juliette: adeus Daniel.

...

Juliette saiu dali chorando por que sua mente estava uma bagunça e ainda revelou para aquele homem o maior segredo de sua vida.

Ela sabia que estava fazendo o certo, ele não merecia ser enganado e ela estava doida quando aceitou tamanho absurdo.

Em sua moto ela vagou por lugares que traziam um pouco de sua paz de volta e por fim, acabou estacionando árvore favorita. Seus olhos encheram-se de lágrimas e seu coração de saudade.

Ela foi levada as doces lembranças do seu amor com Rodolffo e ali havia uma inscrição que falava tanto sobre aquele sentimento.

Juliette & Rodolffo - sempre juntos - 2006.

" Era fim de setembro de 2006.

Uma tarde gostosa fazia ali.

Rodolffo teve uma folga e levou Juliette para passear. Sempre como amigos e em público eles se continham bastante, mas ao fim do dia quase noite, eles resolverem eternizar naquela árvore o amor e a vontade de viver o resto de suas vidas juntos.

A inscrição foi feita com um objeto metálico.

Juliette: quem andar por aqui, verá quão grande é o nosso sentimento. Sempre juntos meu amor.

Rodolffo: sempre juntos.

Eles trocaram um beijo apaixonado e cheio de desejo. Juliette era uma mocinha, mas isso não a impedia de ter desejos aflorados por seu namorado.

Naquele dia Rodolffo estava um pouco menos contido e desceu beijos até o pescoço de Juliette. Mas ao se recobrar da consciência parou as carícias, dessa vez de forma mais suave.

Juliette: quando iremos fazer amor? - ela lhe perguntou olhando nos olhos e sem pudores.

Rodolffo ficou chocado com aquilo e percebeu que era o maior absurdo que sua namorada já tinha lhe dito em toda a vida.

Rodolffo: Juliette... - ele só falava seu nome completo quando estava aborrecido.

Juliette percebeu na hora e viu que tinha feito uma grande bobagem.

Rodolffo: eu não quero que você pense nessas coisas.

Juliette: mas eu só penso com você. - ela falou de forma calma.

Rodolffo: pois trate de não pensar mais.

Rodolffo passou as mãos nos cabelos e se afastou. Pensativo e calado ele ficou ali por minutos.

Juliette por sua vez queria conversar, mas ele não lhe dava abertura.

Ela foi até ele e lhe abraçou por trás.

Juliette: desculpa amor, por favor.

Rodolffo se virou para ela e lhe olhando nos olhos perguntou:

Rodolffo: quem anda lhe falando sobre isso Juliette?

Juliette: uma amiga minha perdeu a virgindade... - ela foi sincera.

Rodolffo: ela não deveria te falar sobre isso. Isso é íntimo demais. Não deve ser dito a ninguém. E por favor, não me diga quem foi. Só acho que não é adequado ficar falando sobre isso com você.

Juliette: calma... Eu não quero mais falar disso. Vamos ficar em paz de novo?

Rodolffo: vamos. Esqueça essas coisas.

Ela sabia que ele a tratava como uma jóia, por isso uma reação explosiva. Mas ela tinha ficado extremamente curiosa com o testemunho da sua amiga. Era bom ouvir certas coisas para quando chegar sua vez, ela não ficar tão apavorada. "

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