Capítulo 29: A volta a terra natal

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Outubro de 2013.

Rodolffo embarcou de São Paulo rumo a João Pessoa.

Chegando na capital do seu estado, ele foi até a sede da nova empresa que trabalharia. Mesmo de férias, ele precisava sondar a montagem de todos os equipamentos a serem usados e ele era um técnico jovem porém muito experiente e igualmente requisitado.

Chegando na sede da montadora, ele foi logo direcionado ao enorme galpão de montagem. Sua inspeção era clínica e também cirúrgica, o quê estava em desacordo ele apontava.

Funcionário: ainda bem que o senhor veio. O patrão confia muito em ti. Fico feliz que um cara tão gente boa como o senhor será nosso chefe nessa filial.

Rodolffo: eu sou como vocês. Estou aqui para formamos uma bela equipe. - ele disse sorrindo.

Funcionário: o senhor já sofreu algum tipo de acidente nessas máquinas? - perguntou o curioso homem e apontou para as mãos de Rodolffo.

Rodolffo: não. Nunca sofri nada. Isso são marcas de queimadura.

Funcionário: eu sinto muito.

Rodolffo: já está tudo bem. Acredite que as cicatrizes físicas são muito menores que as psicológicas.

Funcionário: o senhor virá morar aqui na cidade?

Rodolffo: sim. Virei. Estou bem satisfeito de voltar ao meu nordeste.

Funcionário: o senhor ainda é solteiro?

Rodolffo: talvez serei por toda vida. - ele deu um sorriso fraco.

Funcionário: tudo bem seu Rodolffo. Boa sorte.

Rodolffo: boa sorte também meu amigo. Aqui seremos vencedores.

...

Rodolffo saiu dali e foi em busca de uma locadora de carros, hoje ele poderia se dá a esse luxo e iria para Campina Grande dirigindo.

Rodolffo: preciso do carro por 15 dias. É possível?

Locador: é possível. Mas exijo o pagamento agora.

Rodolffo: isso não é problema. Diga quanto custa e te pago agora.

Locador: é 4 mil reais.

Rodolffo: hum. Salgado. Não faria um menos. - ele tentou negociar.

Locador: 3800 por que fui com tua cara.

Rodolffo: feito. - ele sacou a quantia de uma carteira e pegou as chaves do carro.

Desceu para Campina Grande e já havia feito reserva no lugar que ele gostaria de ficar em sua terra natal. Mas antes de descansar ele precisava ir em outro lugar antes.

...

Ao chegar em Campina Grande, ele foi abastecer o carro e a frentista do posto era alguém que ele já conhecia.

Clarice: boa tarde. O senhor deseja...

Rodolffo: complete o tanque, por favor. - ele foi direto, sem delongas.

Clarice olhava para ele confusa. Ora achava que era Rodolffo, outra não. Ele estava muito diferente. E até a sua voz havia mudado. Ele usava preto e uma camisa de manga longa. Ela pensou que não era ele. E além disso, ele tinha um óculos de sombra no rosto e usava barba, só era parecido, não era Rodolffo, assim ela pensava.

Ele pagou a conta e deu partida.

Clarice ficou atormentada com aquele homem. Ela o achou extremamente bonito e atraente, mas apesar de parecer com seu ex ficante, ele tinha algo que em nada parecia com Rodolffo, que era uma certa dureza e frieza na palavras.

...

Rodolffo dirigia pelas ruas de Campina Grande e retornou ao seu bairro, ele viu rostos conhecidos, mas aparentemente ninguém o havia reconhecido e isso era excelente, ele pensou.

Ele estava destinado a revisitar um lugar. A árvore que era sua e de Juliette, tanto na infância quanto na adolescência. Era o lugar que ele mais tinha saudades no mundo e ele sabia que ali ainda encontraria recordações dela e deles.

Ele chegou na árvore já ao fim da tarde e percebeu que alguém estava ali, mas ele não imaginava quem seria.

Retirando os óculos de sombra e colocando na camisa, ele pode ver que era uma mulher, tinha cabelos longos e iluminados. Seu coração ficou em choque e suas pernas vacilaram. Não era possível. Ela estava com os cabelos diferentes, mas ele não estava louco, era Juliette.

Ele mudou o ângulo e teve certeza. Ela lia um livro sentada embaixo da árvore. Seus óculos grandes e redondos a ajudavam na tarefa, e ele a achou tão linda quanto a cinco anos atrás. Ele se aproximou sem fazer barulho e ela estava tão concentrada que não o viu chegar ao seu lado.

Rodolffo estava com a garganta travada e não conseguia dizer muitas coisas. A emoção de vê-la o deixou paralisado, mas ele ainda teve forças de lhe dizer uma única palavra.

Rodolffo: Julie...

Juliette antes concentrada na leitura do livro, levantou a cabeça num aparente susto. Ela arregalou os olhos e lhe olhou incrédula.

Rodolffo a encarou e viu ela tirar os óculos e esfregar os olhos.

Juliette: quem é tu? - ela ficou tão confusa que achou que estava vendo coisas.

Rodolffo: sou eu Julie... - ele não conseguia falar muito.

Juliette estava estática e sem saber se aquele homem a sua frente era quem ela pensava que era.

Ela ficou de pé e olhou bem para ele. Mesmo com a barba, o corte de cabelo diferente e estando bem mais forte que antes, ela não estava louca, era ele.

Juliette: Rodolffo...

Rodolffo: sim. - ele disse a admirando e vendo o quanto ela estava linda.

...

Continua.

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