Thaís se virou ao ver a aproximação de Juliette.
Thaís: bom dia Juliette. Tudo bem?
Juliette cruzou os braços de frente a ela e fez uma cara de poucos amigos.
Juliette: então é tu... O quê tu tem na cabeça de pensar que eu vou te arrumar Thaís?
Thaís: e por que não vai? Juliette o passado ficou no passado.
Juliette: não para mim. Tu deu em cima do meu marido, foi na minha casa em minha ausência e depois vem com essa conversa fiada para mim. Eu não recuso trabalho, mas nada no mundo me fará tocar em você.
Thaís: Juliette, eu não tenho nada contra você. De verdade, acredita em mim. Eu sei que errei mas espero que tu me perdoe.
Juliette: não vou perdoar e não espere isso de mim.
Thaís: isso tudo já passou. Tu está com o Rodolffo e eu encontrei um homem que cuidou de mim e me deu um filho.
Juliette: que bom para você, mas não me interessa.
Thaís: você está sendo ridícula. Sinceramente é algo sem explicação essa recusa.
Juliette: tu foi falsa demais comigo eu te via como uma amiga e tu queria o quê? Roubar o Rodolffo de mim. Tenho pena do seu filho e espero que tu mude por ele por que seu caráter é muito ruim.
Thaís: por acaso está com inveja por que estou esperando minha primeira filha?
Juliette: inveja?
Thaís: pelo visto não vai conseguir ter um bebê, mas eu espero a minha.
Juliette: eu não tenho inveja de sua gravidez. Deixa de ser ridícula.
Thaís: sabe Juliette, ninguém pode ter tudo. Eu não tenho, mas ao menos eu terei alguém para me amar até a eternidade. - falou alisando a barriga. - homens são passageiros e com o tempo saberá disso, mas o amor de um filho é eterno.
Juliette já tinha lágrimas nos olhos e irritada disse.
Juliette: saia já daqui. Sai! - ela gritou.
Camila resolveu intervir.
Camila: tu não está vendo. Vai embora criatura.
Thaís saiu com a sensação de dever cumprido. Sua missão foi concluída com êxito e Juliette se sentia arrasada.
Juliette: eu vou para casa Camila. - ela disse pegando sua bolsa.
Camila: ôh amiga. Não escuta essas bobagens dessa idiota. Eu deveria ter dado na cara dela.
Juliette: no fundo eu sei que ela pode estar certa. Mas não é por isso que estou mal, eu não tô bem de saúde hoje, só preciso ficar quietinha.
Camila: hoje não tem muito movimento. Vou cuidar de tudo por você Ju. Vá descansar, tu tá bem pálida.
Juliette: tá bom Camila. Acho que estou com alguma virose.
Camila: está dando muita virose. Cuide-se.
Juliette: amanhã amanheço melhor. Tchau.
Camila: vai com Deus amiga.
...
Juliette chegou no seu apartamento e teve outra crise de choro. Ela se sentia frágil e desamparada. Só queria que chegasse o horário de almoço e pudesse dá um abraço forte no seu amor.
Em algum momento da manhã ela acabou dormindo e despertou com o celular tocando, era Rodolffo.
Ligação em curso.
Rodolffo: oi meu amor.
Juliette: oi amor.
Rodolffo: não vou demorar. Só liguei para te avisar que estou indo para Recife. Só chego tarde da noite.
Juliette: por que está indo para Recife?
Rodolffo: tem uma reunião lá. Não sabemos o por quê, mas temos que ir.
Juliette: tu vai com quem?
Rodolffo: eu e mais três. Mas vamos no carro da empresa.
Juliette: amor, por favor deixe que outra pessoa dirija, tu não conhece essa estrada e aperte teu cinto.
Rodolffo: meu amor. Vai dá tudo certo, tá bem? Não precisa se preocupar. Eu dirijo bem.
Juliette: por favor se cuida e me dê notícias.
Rodolffo: eu te darei. Prometo. Minha Julie, te amo.
Juliette: também te amo muito. Deus te acompanhe.
Rodolffo: amém.
A ligação foi encerrada e o coração de Juliette se apertou ainda mais. Sua garganta ficou seca e ela foi beber água, mas o líquido não parou muito tempo em seu estômago, ela vomitou de novo.
O dia foi de muito enjôo e ela não sabia o quê estava ocasionando tudo aquilo. Praticamente nada parava mais que duas horas dentro do seu estômago. Ela pensou que poderia estar com virose, mas não tinha diarréia e nem febre, suas regras tinham ido embora, ela não havia comido nada de estragado, então o quê ocasionava aquilo só podia ser uma crise de ansiedade. Resolveu fazer um suco forte de maracujá por que acreditava que ele podia amenizar sua crise.
Aquele suco forte e azedo deu um ânimo a Juliette, isso a fez ficar mais forte. Era tempo que Rodolffo chegaria em casa.
Mas tempos depois ele ligou dizendo que o pneu do carro havia furado e só conseguiria chegar bem mais tarde que o previsto. Juliette resolveu que assistiria TV no sofá, até que seu marido chegasse. Mas ela acabou dormindo ali mesmo.
...
😴😴😴
Era tarde da noite quando o celular de Juliette novamente tocou.
Ela atendeu assim que viu o nome de Rodolffo na tela. Já era muito tarde da noite.
Juliette: meu amor, cadê você? - ela perguntou ansiosa.
Homem: olá... Boa noite. A senhora é o contato de emergência do senhor Rodolffo. Qual o seu vínculo com ele?
Juliette: eu sou esposa... - ela disse aflita. - cadê o meu marido? Por que está com o celular dele?
Homem: senhora, eu sou um médico socorrista.
Juliette sentiu um gelo percorrer o seu corpo e o médico continuou.
Homem: eu sinto em te fazer essa notícia, mas seu esposo sofreu um acidente antes de chegar em João Pessoa. Ele já estava tão perto, menos de 8 quilômetros.
Juliette: e cadê ele? Eu quero falar com Rodolffo... Por favor.
Homem: senhora... - um suspiro. - eu sinto muito, mas não houve sobreviventes ao acidente... Foi muito grave.
Juliette desatou a chorar.
Juliette: não... Não!!! Meu marido não!
Homem: que Deus te conforte... Ele era um homem jovem.
Juliette: ele não morreu. Me diga que é mentira? - ela disse com voz de súplica e chorando.
Homem: não é mentira, seu esposo faleceu no local, chegamos aqui e constatamos o óbito. O corpo dele está sendo transportado para a capital. A senhora será avisada de tudo.
Juliette deixou seu celular cair e caiu de joelhos no chão. Ela não acreditava que isso era real. Ela gritava e chorava.
Juliette: meu amor... Volta. Volta. Por favor. Eu te amo.
...
Continua.