CAPÍTULO 12

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MARIA JÚLIA

Duda: cadê eles, eles estão bem?- chega perto de mim desesperada.

Maju: já foram lá para dentro, estou esperando notícias.- respondo passando a mão no rosto.

Duda: o que aconteceu?- pergunta com cautela.

Gael: estávamos em um barzinho no asfalto, pouco menos de 5 minutos do morro.- paro para respirar enquanto ouço ele explicar.- dançávamos uma música quando dois homens encapuzados entraram no bar.- flashs vem na minha cabeça( "todos parados" dizia o Benedito homem).- ouvi um disparo e me virei e o Jp estava no chão, Liz correu para perto dele e atiraram nela também, a Tati entrou em choque e está lá dentro sendo atendida, não tenho contato dos pais dela.

Lara: era o que assalto?- me encara.

Maju: não levaram pertences de ninguém, atiraram neles e saíram.- falo com lágrimas nos olhos.- tinha algo de errado, eu sentia que tinha, estavam nos observando.

Gael: mãe, claramente não era um assalto, e a intenção era matar o herdeiro do morro.- fala se aproximando de nós.

Maju: mas por que não atiraram em mim?- pergunto confusa.

Gael: talvez não sabiam de você, ou você era irrelevante.

Lara: vamos esperar as notícias, vai ficar tudo bem.- diz para me confortar, e me abraça apertado. Vejo minha outra tia entrar no hospital, meu pai e padrinho não podem sair do morro, ainda mais um hospital e com um tiroteio, para polícia chegar aqui e nos interrogar é um pulo.

Raíssa: cadê minha filha?- entra transtornada no hospital.

Duda: calma amiga, estamos esperando os médicos da notícias.- passa a mão no rosto dela.

Raíssa: cadê o Lucas?- pergunta procurando pela sala de espera.

Maju: saiu de moto, estou preocupada, ele não me atende.

Lara: vou tentar ligar mais, tudo bem?- fala pegando o celular.- vou lá fora, me dêem notícias.

Tia Raíssa impaciente começa a gritar no hospital por notícias da filha e dos sobrinhos. 

Dr: familiares da paciente Lizandra.- chama o Dr que levou a Liz para dentro quando a ambulância chegou.

Raíssa: aqui.- levanta apressada.

Dr: Então a Lizandra está estável, o tiro foi de raspão na coxa.- fala calmo.- já podem vê lá se quiserem.- vira as costas para sair.

Duda: Dr.- chama e o Dr vira.- e o meu filho?- pergunta preocupada.

Dr: bom, eu não tenho notícias, mas vou pedir que o médico que está no caso dele venha aqui ok?- ela assente triste e ele sai.

Por tempo ficamos na sala de espera, gael abraçado comigo e minha mãe, tia Lara acampanhou a Tia Raí até o quarto da Liz.

LC: EAI?- se aproxima.

Maju: até que enfim, eu estava preocupada.- levanto para abraça-lo.

LC: tem notícias?- pergunta.

Maju: liz já está fora de risco.- ele respira mais leve.- já está recebendo visitas.

LC: e o Jp?- pergunta.

Maju: não temos notícias ainda.- falo triste.

Ele me abraça e fico por um tempo nos braço dele.
Ouço o celular do LC tocar e ele pega para atender, logo o celular da minha mãe também toca.

Duda: era só o que faltava.- passa a mão no rosto.- não, não temos notícias.- tá bem, se cuida por favor amor.- fala e lágrimas caem  do seu rosto. Olho para o LC e ele está aparentemente nervoso.

LC: eu não consigo chegar aí.- fala estressado.- mas eu deveria lutar pelo meu morro, ok, me de notícias, e não morrem.- fala e desliga o celular.

Maju: o que houve?- pergunto.

LC/Duda: Invasão.- falam juntos.

Gael: isso era tudo parte do plano, quem tá invadindo o morro, foi quem mandou atirar no bar.- fala sugestivo.

LC: a intenção era deixar o morro fraco, matar o Jp e desestabilizar o restante.- passa a mão no rosto.

Tati sai de uma salinha bem inquieta e eu vou até ela e a abraço, sinto seu cheiro e isso me conforta.

Maju: tudo bem?- pergunto preocupada.

Tati: não muito, foi o susto só isso.- sorrir com um sorriso de lado sem ânimo.- e a Liz e o Jp?- pergunta.

Maju: Liz já tá recebendo visitas, minhas tias estão lá dentro, Jp..- suspiro.- ainda não diceram nada.- ela me abraça forte e beija minha Buchecha.

Tati:vai ficar tudo bem.- assinto indo até a cadeira para me sentar com ela ao meu lado.

Alguns minutos depois a porta de onde saiem os médicos é aberta e um homem alto passa por ela.

Dr: família do João pedro.- chama o Dr.

Levantamos e fomos até ele.

Dr: o ferimento do braço direito foi de raspão fizemos curativo, porém o projétil na coluna cervical, no pescoço, está alojado, estamos fazendo alguns exames.- suspira.- ele está sobre coma induzido e supervisão.

Duda: mas o que isso quer dizer?- pergunta nervosa.

Dr: bom, vamos esperar os remédios fazerem efeitos, se for muito arriscado tirar o projétil nós vamos deixá-lo lá, mas caso não interfira na cirurgia, vamos tirar, os riscos para os dois procedimentos podem custar o movimento dos braços dele.- minha mãe chorava e eu tentava buscar uma calma que eu não tinha.

Maju: ele vai sobreviver?- o olho buscando conforto.

Dr: vamos fazer o possível.- assinto e lágrimas rolam por meu rosto.- preciso voltar, mas mandarei notícias logo.- assinto e ele sai, sinto braços rodarem minha cintura e é o LC, meu porto seguro.

Tudo desabando no mesmo dia, meu irmão e prima baleados em uma tentativa de assassinato, o morro sofrendo uma invasão.

Sinto meu celular tocar e atendo a ligação.

LIGAÇÃO ON

xxx: ola bonequinha.- uma voz grossa e tenebrosa surge no alto falante.

Maju: quem tá falando?- pergunto com medo.

Xxx: pode me chamar de marido.- ouço sua risada macabra.

Maju: o que quer?- atrevo a perguntar.

Xxx: estou com o seu paizinho na mira, o que acha de salvar a vida dele hoje.- fala sugestivo.

Maju: você não pode está falando a verdade.- sinto lágrimas descerem e Tati segura minha mão, só estamos nós duas na sala de espera.

Xxx: então veja.- sinto o celular vibrar e vejo a foto em que meu pai está realmente na mira dele.

Maju: o que eu faço?- me arrependo no mesmo instante que pergunto.

Xxx: vou buscá-la na frente do hospital, assim que entrar no carro, a invasão é cancelada.- fala e eu chora ainda mais.

Maju: ok, está feito.- fala em meio aos soluços.

LIGAÇÃO OFF

A ligação é encerrada e eu tento não perder a cabeça, meus pais precisam de mim, minha mãe não pode perde-lo, preciso deixá-los seguros.

Tati: o que era essa ligação?- pergunta preocupada.

Maju: nada de mais, só preciso ir.- falo sem prolongar o assunto.

Tati: mas você estava chorando.- me olha.

Maju: preocupação, com meu pai, irmão, padrinho.- ela assinte mas parece não acreditar.- te vejo depois, me manda notícias?- ela assente.

Deixo o hospital e na rua está frio, são 5h da manhã, passamos a madrugada toda aqui. Chegamos por volta de 1:30h da manhã.

Um carro filmado para na minha frente e eu entro no banco de trás, onde botam um pano na minha cara e eu desmaio.

⭐⭐⭐⭐😥😥😥⭐⭐⭐⭐

PASSANDO O COMANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora