PASSANDO O COMANDO

CAPÍTULO 53

DVD

Ouço barulho de fogos e levanto desesperado, o rádio começa apitar chamando minha atenção para a mesinha de cabeceira.

Eram tantos " patrão tão invadindo" "patrão tão subindo o morro" que eu mal conseguia raciocinar.

Dvd: Gustavo.- chamo menino enquanto estou pegando arma e munição.

Gustavo: tão invadindo?- assinto.

Dvd: fique aqui, quietinho, qualquer coisa me chama no rádio.- do um rádio que tinha no baú da cama, onde guardo arma e munição, até conseguir fazer o cofre, pego uma pistola e ouço o rádio apitar.

Xxx: patrão, conseguiram passar da barreira.- do a pistola na mão do Gustavo.

Dvd: Qualquer um que aparecer que vc não conheça, atire.- ele assente.

Saio da casa, e vou para um lugar onde tenho uma boa visão da subida do morro, com minha fuzil começo atirar.

Horas de confronto e a situação não é das boas, os caras não passam de uma parte específica do morro e isso me deixa bolado.

Meu rádio apita.

DN: Dvd, invadiram sua casa.- era uma distração.

Queriam a gente focado na invasão.

GG: como assim, entraram por onde? - fala quando entramos na sala da boca, tem uns 10 minutos que eles recuaram, no momento que o DN falou que entraram lá em casa e sabia que tinham pego o Gustavo.

Toni: A gente tava cobrindo a outra entrada, impossível porra, impossível entrar sem que a gente tivesse notado.- fala estressado.

Dvd: Já estavam aqui dentro.- falo olhando para um ponto fixo da mesa.- é coisa de x9, a pessoa que levou o Gustavo já estava dentro do morro.- falo ríspido.

GG: md, passou algum carro suspeito pela barreira?- pergunta no rádio. Sei o que ele tá pensando, eles ainda podem está no morro.

Md: pow GG, tem gente a Bessa descendo de carro tentando socorrer parente. - já saíram do morro, com certeza.

Meu celular toca e eu olho no visor o número do Playboy.

LIGAÇÃO ON

Playboy: Davi, como estão as coisas por aí? Conseguiu conter a invasão?- pergunta preocupado.

Dvd: era uma distração, levaram o gustavo.- passo a mão no rosto.

Playboy: puta que pariu, estou indo para aí, vamos achar ele.- fala e ouço a voz da minha preta no fundo.

Maju: achar quem? Quem sumiu?-fecho os olhos com força sabendo que isso vai afetar bastante ela.

Playboy: já te explico minha filha.- ouço a voz do meu cunhado.- Davi, estou indo.

Dvd: ok, fala para a maju, fica aí, pode ser perigoso.- ele concorda e desliga.

MARIA JÚLIA

Estávamos bastante preocupados desde que soubemos que a invasão começou, o Gustavo me ligou avisando e me deixou ainda mais preocupada.

Alice: Amiga relaxa.- fecho os olhos respirando fundo. A Alice está ficando aqui em casa, duas semanas depois que fizemos o exame de DNA, a Alice caiu na cozinha de casa lavando a cozinha, minha mãe obrigou a garota vir até ter o bebê pelo menos para a gente cuidar dela,ela pediu conta da lojinha e agora está aqui.

É fato que ela está ficando doida sem trabalhar, já que é algo que ela tem costume de fazer.

Playboy: puta que pariu.- ouço a voz preocupada do meu pai.- estou indo para aí vamos achar ele.- aquilo me apertou o coração.

Maju: achar quem? Quem sumiu?- pergunta preocupada.

Playboy: já te explico minha filha.- fala e eu assinto. - Davi, estou indo.

Ele termina de falar no celular e me olha preocupado.

Duda: o que aconteceu?- pergunta antes de mim.

Playboy: levaram o gustavo.- aquilo foi como levar um soco na boca do estômago.- o Davi não quer você lá, então preciso que fique aqui, ok?- fecho os olhos forte segurando o choro.

Levaram meu menino, isso é de tremenda falta de caráter, filhos da puta.

Maju: eu tenho que achar ele.- falo chorando.

Playboy: eu vou achar ele, mas eu preciso que você esteja segura, ok?- fecho os olhos novamente, e assisto.

GUSTAVO

Abro os olhos, mas tem algo tampando o meu rosto. Parece que estou em um carro em movimento, ouço uma voz familiar.

Tudo aconteceu bem rápido, o barulho de tiro era intenso, no chão encostado na cama, pensando no que eu poderia fazer, ouço passos e antes que eu pudesse me virar eu já tinha tomado uma porrada na cabeça.

Fui idiota? Fui, fiquei sentado de costa para a porta, nem um pouco inteligente da minha parte.

Angélica: eu posso matar o incostinho?- pergunta com voz de puta.

Xxx: o patrão deixou claro que quer o menino vivo.- fala estressado.

Angélica: Batoré é um estraga prazer.- bufa.

Era só o que me faltava, voltar para as mãos do Batoré.

Minha vida está ótima, estou jogando pelo sub 15 do flamengo, seguindo um sonho de infância, tenho duas pessoas que me amam como filho, fora toda a família que me abraçou.

Larguei a desgraça que era al droga na minha vida, para agora está voltando para as mãos desse merda.

Minha infância foi horrível, Batoré matou meus pais por causa de dívida de drogas, e eu? Segui o mesmo exemplo, até ser mandado de aviãozinho para o Dvd, o Davi me acolheu, me deu amor, me deu um lar, e como um ímã o Batoré está de novo na minha vida.

Talvez hoje seja o meu último Dia, achei que minha morte chegaria aos 13, mas pelo menos cheguei aos 14.

Eu espero que a jujuba fique bem, que o Davi fique bem, e que finalmente falem um para o outro o que eles sentem, que criem uma família maneira, sem um ex usuário de drogas para encomodar ele.

Batoré: Olha, olha, um bom filho a casa retorna.- tira o saco da minha cabeça e noto que estou na antiga casa dos meus pais, onde passei os piores dias da minha vida.

Observo o lugar que estava velho e abandonado, tudo quebrado do jeito que eu vi pela última vez, o dia em que o Batoré matou eles.

Olho o canto da parede e a mancha de sangue ainda está ali, no local onde minha mãe caiu depois de um tiro no meio da testa.

O sofá ainda está no mesmo lugar, também sujo de sangue, onde foi a vez do meu pai, sentado mesmo, alucinado de crack, foi onde meu pai ficou me olhando fixo nos olhos com um tiro que o Batoré acertou na cabeça.

Que dia horrível, foi um dia horrível, eu não era feliz, meus pais era horríveis, mas eu os amava, eu tinha apenas 8 anos, aquilo foi um pesadelo, daqueles horríveis, que mesmo depois de acordar você sente o peso.

Batoré: como se sente? Estando em casa?

⭐⭐⭐⭐⭐